Comissão de Concorrência da Europa afasta investigação na F1 por quebra de acordo antitruste, diz revista

De acordo com a ‘Forbes’, a Comissão de Concorrência da Europa deve afastar as alegações de violação dos acordos antitruste na F1

A Comissão de Concorrência da Europa está articulando uma forma de afastar uma eventual investigação sobre a F1, no que diz respeito ao acordo antitruste. Recentemente, a organização deixou claro que pretendia lançar um estudo sobre o esporte, na sequência de uma carta da política britânica Anneliese Dodds, que manifestou preocupação quanto ao papel comercial da FIA e à situação das equipes médias do Mundial.

Em 2001, a FIA e a Comissão Europeia fizeram um acordo antitruste que proibia a entidade presidida por Jean Todt de ter ações da F1. “O papel da FIA será limitado ao de regulador do esporte, sem conflitos de interesse comerciais”, dizia o acordo. “Para evitar o conflito de interesses, a FIA vendeu todos seus direitos no Mundial de F1”, continua o texto.

Só que, no fim do ano passado, a revista norte-americana 'Forbes' publicou matéria dizendo que a entidade-mor do automobilismo no mundo adquirira uma fatia de 1,06% das ações da Delta Topco, a empresa-mãe da F1, se tornando acionista mais cedo do que o esperado.

Comissão de Concorrência pode afastar investigação (Foto: Getty Images)

Em sua carta enviada à Comissão, Dodds questionou essa compra de ações, além da condição financeira e política atual dos times intermediários, focando principalmente na formação do Grupo de Estratégia da F1, que hoje tem como membros apenas as equipes maiores. O grupo é responsável por decisões quanto ao orçamento e novas regras, por exemplo.

Segundo o jornal inglês 'The Times', o chefe da divisão antitruste da Comissão, Krzysztof Kuik, conversou com os chefes das equipes e com especialistas. Ainda de acordo com a matéria, "há uma enorme apreensão de que uma investigação da Comissão de Concorrência possa parar a F1 e que isso possa causar sérias mudanças na maneira como o esporte atua".

A 'Forbes', por outro lado, revelou que a resposta de Kuik para Dodds sobre o fato sinaliza que a Comissão afastou as alegações de uma violação dos acordos antitruste na F1.

"Estamos cientes das alegações recentes sobre a forma como a F1 é gerida, conforme descrito em sua carta e nas recentes matérias publicadas pela imprensa. Eu aprecio as informações que você nos forneceu sobre essas questões e suas preocupações chamaram nossa atenção", disse Kuik, na carta à política inglesa, que faz parte também do Parlamento europeu.

Ainda de acordo com a publicação, o "texto parece indicar que nenhuma ação específica será tomada neste momento e que isso pode ser interpretado como um afastamento do caso". Também segundo o jornal, Dodds compartilha dessa opinião, por isso escreveu de volta à Comissão, mas agora com "alguns pedidos mais específicos".

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