Como Vettel quase foi parar na Honda antes de estrear na Fórmula 1 pela BMW

Otmar Szafnauer contou que Sebastian Vettel procurou a Honda quando seu contrato com Red Bull e BMW estava prestes a acabar, mas Gil de Ferran, diretor-esportivo da equipe japonesa na ocasião, não se interessou muito pelo ainda desconhecido alemão

Otmar Szafnauer resolveu abrir o livro de memórias e revelar ao mundo fatos um tanto inusitados que já vivenciou na Fórmula 1, como o flerte de Sebastian Vettel com a Honda antes de estrear na categoria. O americano, que fez parte do comando da equipe da fabricante japonesa quando ela esteve na F1, contou que a negociação só não foi à frente por causa de Gil de Ferran.

O brasileiro era diretor-esportivo da Honda na ocasião. Szafnauer contou que a iniciativa partiu do próprio Vettel, que integrava a Academia de Pilotos da Red Bull e também tinha contrato como reserva na BMW. Só que os acordos estavam prestes a expirar.

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Vettel flertou com a Honda antes de dar início ao vitorioso casamento com a Red Bull (Foto: Reprodução/AlphaTauri)

“Seb veio até mim e disse: ‘Tenho um prazo de duas semanas’, e ele era um jovem de, sei lá, 19 anos, algo assim”, lembrou o atual chefe da Alpine. “Havia um período de duas semanas, quando terminava o contrato com a Red Bull, e acho que com a BMW também, e então ele: ‘Estão interessados em me contratar?”

Szafnauer confessou que já via naquele garoto franzino e desengonçado potencial escondido, mas jogou a bola para De Ferran, que não ligou para o interesse do jovem alemão. “Era um desconhecido naquela época, mas disse a mim mesmo ‘Esse cara é bom’. Faltavam duas semanas! Fui até Gil [de Ferran] e disse que tínhamos duas semanas para contratar Vettel. ‘Não se preocupe, estou de olho nele'”, foi a resposta que o dirigente ouviu.

Sentindo que aquela seria talvez a única chance de ter o hoje tetracampeão em seu time, Szafnauer confrontou a fala do diretor-esportivo da Honda, mas em vão. “O que você quer dizer com ‘estou de olho nele’? Temos duas semanas. Não o contratamos, de qualquer forma”, lamentou.

O resto da história, todos tiveram a chance de acompanhar: Vettel fez sua estreia na BMW em 2007, substituindo Robert Kubica no GP dos Estados Unidos, e marcou seu primeiro ponto na corrida. No mesmo ano, foi para a Toro Rosso para, na temporada seguinte, assombrar o mundo ao conquistar a pole-position para o GP da Itália e ainda vencer a corrida de ponta a ponta. A subida para a Red Bull foi consequência, e foi com a equipe austríaca que ele dominou a F1 de 2010 a 2013, conquistando seus quatro títulos mundiais.

Szafnauer, no entanto, manteve contato com Vettel e teve a oportunidade de trabalhar ao lado do alemão na Aston Martin. Entre tantas histórias, o chefe da Alpine lembra com carinho do período em que Seb sempre visitava sua família durante a pandemia da covid-19. “Durante a covid-19, ele se sentia mais confortável por não ter de ir a hotéis, pois pensava que poderia contrair o vírus. Ele passava um tempo em nossa casa sempre que ia à Inglaterra. Todos faziam testes, então ele tinha certeza de que não tínhamos covid.”

“Toda vez que ele vinha, trazia numa pequena mochila pão caseiro que fazia na Suíça. Lembro que as crianças ficavam olhando para ele, mas adoravam o que Seb trazia. E sempre que ele voltava, trazia pão caseiro. Incrível! Quem mais faz isso?”, finalizou.

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