Consultor vê virada em saída da Red Bull e diz que Ricciardo perdeu “instinto assassino”

Nesta quinta-feira (26), a RB confirmou os rumores e anunciou a saída imediata de Daniel Ricciardo, que será substituído por Liam Lawson pelo restante da temporada e para 2025. O anúncio, no entanto, não foi uma surpresa para o público e para Helmut Marko, consultor da Red Bull, que disse que o australiano já não é mais o mesmo desde que deixou a equipe em 2018. Para o austríaco, o experiente piloto perdeu o “instinto assassino” quando saiu da escuderia. 

Em 2019, Ricciardo saiu da Red Bull e se juntou à Renault, permanecendo por lá por duas temporadas. Em seguida, partiu rumo à McLaren para 2021 e 2022. No entanto, nestes quatro anos, só somou uma vitória, que veio no GP da Itália de 2021. Antes disso, durante a passagem pela equipe austríaca, o australiano somou sete triunfos em cinco temporadas. 

Marko destacou que “não sabe exatamente o que aconteceu” com Ricciardo desde 2019, mas afirmou que o piloto não era mais o mesmo quando se juntou à RB em 2023. 

“Acho que a decisão de deixar a Red Bull foi o ponto de virada na carreira dele. Ele não teve um carro vencedor na Renault e na McLaren. Venceu em Monza, mas foram circunstâncias especiais. Não sei exatamente o que aconteceu, porque se soubéssemos, teríamos ajudado mais. Mas a velocidade e, especialmente, a freada (passaram a ser) tardia(s). Nestes últimos anos ele tentou, mas não estava mais lá. O instinto assassino se foi”, disse em entrevista à revista inglesa Autosport.

Marko também foi perguntado sobre os possíveis motivos que levaram Ricciardo a assinar com a Renault para 2019. Descartando a questão financeira, o consultor da Red Bull afirmou que o australiano foi convencido pelas “conversas doces” da equipe francesa e estava pressionado após a chegada de Max Verstappen. 

“Ele tinha certos receios em relação ao motor Honda e aparentemente ouvia mais as conversas doces da Renault e de Cyril Abiteboul [Ex-diretor da Renault]. Financeiramente não houve muita diferença entre o que a Renault ofereceu e o que oferecemos”, afirmou.

“Eu também disse: ‘os shoeys vão ser difíceis’. Não vimos muito a Renault no pódio. Ele chegou aqui já vencendo o Vettel por 3 a 0 em vitórias em 2014. Depois disso, Daniil Kvyat foi mais rápido em alguns momentos, mas ao longo da temporada ele também o manteve sob controle. E então Max chegou e ficou cada vez mais forte. Essa foi certamente uma das razões para a decisão de escolher a Renault em vez de nós”, concluiu. 

Ricciardo deixa a temporada da Fórmula 1 com 12 pontos somados e na 14ª colocação do Mundial de Pilotos. Já a RB figura em sexto entre os construtores e tem 34 tentos conquistados. 

A Fórmula 1 agora só volta entre os dias 18 e 20 de outubro para o GP dos Estados Unidos, em Austin.

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