Ricciardo diz que problemas na McLaren afetaram carreira na F1: “Sem gosto de correr”

Daniel Ricciardo foi contratado pela McLaren em 2021 a peso de ouro para liderar um projeto ambicioso da equipe britânica rumo ao topo da Fórmula 1. No entanto, o australiano não se deu bem na nova casa e foi superado inúmeras vezes pelo então companheiro Lando Norris. O resultado? Teve o vínculo de três anos encerrado antes da hora, ao final do campeonato de 2022.

No lugar, o time de Woking promoveu o jovem Oscar Piastri — que fez jus à aposta com o bom desempenho e até uma vitória na sprint do GP do Catar de 2023. Por outro lado, Ricciardo ficou sem espaço no grid, mas foi alentado com o papel de terceiro piloto na Red Bull. Dez etapas depois, ganhou vaga titular na AlphaTauri, equipe ‘B’ dos taurinos, depois da demissão de Nyck de Vries.

Ainda que tenha conseguido retornar ao grid, em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO durante o GP de São Paulo, o dono do carro #3 admitiu que estava perdendo o gosto de correr, ainda que tenha enxergado pontos positivos em seu período afastado.

“[Meu 2022] definitivamente impactou, não estava mais gostando de corrida tanto quanto queria, mas você começa ainda a querer um bom resultado. Ainda quer pilotar rápido, só que pode começar a entrar numa espiral negativa, aí começa a olhar muito para os dados e talvez fosse melhor esquecê-los, porque só tem de pilotar e confiar em seu talento. É fácil se perder, sem dúvida. Mas todas essas experiências também fazem você sair mais forte”, disse ele.

“Por isso que acho que tirar o período sabático no início do ano me permitiu entender essas coisas, pois tive um pouco de tempo para respirar e relaxar. Analisei tudo e ficou muito claro para mim. ‘Oh, merda! Ok, deveríamos ter feito isso diferente. Talvez devesse ter dito isso em vez de dizer aquilo’. Então, você aprende muitas coisas, mas correr novamente desde o início deste ano, talvez voltasse sem nunca ter aprendido tanto quanto aprendi ao me afastar. Então, isso foi muito importante para mim”, finalizou.

No início de 2023, o piloto de 33 anos revelou que conversou com outros times, mas não tinha certeza se um novo vínculo era o movimento certo para o momento. Por isso, decidiu voltar à Red Bull e ficar um tempo fora dos holofotes.

Junto à equipe dos energéticos, Daniel teve alguns de seus melhores anos na Fórmula 1. Em um período que o domínio da Mercedes era quase absoluto, Ricciardo conseguiu desbancar as Flechas de Prata em sete oportunidades para subir ao lugar mais alto do pódio, com destaque para 2014, em que superou o então companheiro Sebastian Vettel e foi o único piloto fora da Mercedes a vencer corridas. Soma oito triunfos, três poles-positions e 32 pódios ao longo de sua carreira na categoria.

Ricciardo seguirá com a AlphaTauri RB — nome oficial da equipe, que foi registrado para a temporada 2024 — ao lado de Yuki Tsunoda. Ainda que tenha já assumido o volante do AT04 na Hungria, ele fraturou sua mão esquerda no segundo treino livre do GP da Holanda. Só voltou quatro etapas mais tarde, em Austin.

Com a temporada encerrada, a Fórmula 1 retorna apenas no ano que vem, no dia 2 de março, com a estreia do campeonato no GP do Bahrein.

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