De la Rosa diz que McLaren jogou na loteria com jovens pilotos após Hamilton: “Acharam que aconteceria o mesmo”

Pedro de la Rosa acredita que a McLaren, por ter tido sucesso justamente com o primeiro piloto em que apostou, exagerou na dose e apostou ao esmo na loteria nos anos seguintes. Passaram pelo time jovens como Heikki Kovalainen, Sergio Pérez e Kevin Magnussen

Antes de Lewis Hamilton, o último piloto que havia estreado ‘pra valer' pela McLaren havia sido Alain Prost, em 1980 — descontando casos como o de Jan Magnussen, que apareceu como substituto. Depois, o time já investiu em Kevin Magnussen e ainda contratou outros dois jovens, atitudes que, para Pedro de la Rosa, foram como jogar na loteria. O espanhol considera que a equipe errou bastante com o seu programa de talentos.
 
No final de 2015, quem vai deixar a escuderia é Kevin Magnussen. O dinamarquês foi colocado como titular em 2014 no lugar de Sergio Pérez após ser campeão da World Series e inclusive foi ao pódio na estreia, como Hamilton, mas perdeu o posto para Fernando Alonso em 2015 e não terá seu contrato de reserva renovado para o ano que vem.
De la Rosa, à direita, em foto de 2013 junto de Button e Hamilton (Foto: Getty Images)
“Quando a McLaren apostou no Hamilton, se deu bem por causa do talento dele. Talvez o problema tenha sido que o primeiro piloto em que apostaram se tornou um craque, e pensaram que o mesmo aconteceria com os outros. Com o passar do tempo, se deram conta de que foi sorte ter pego um piloto tão bom”, declarou em entrevista ao jornal espanhol ‘El Mundo’.
 
De la Rosa foi piloto de testes da McLaren em meados dos anos 2000 e chegou a disputar corridas pelo time em 2006 no lugar de Juan Pablo Montoya. Para 2007, voltou ao posto de testador para permitir a estreia de Hamilton. Em 2008, o segundo-anista Heikki Kovalainen foi contratado para o lugar de Alonso, e, em 2013, Sergio Pérez, então com 22 anos e partindo para a terceira temporada na F1, o escolhido para substituir Hamilton. Ambos fracassaram. O próximo dessa fila de garotos da McLaren é Stoffel Vandoorne, campeão da GP2 em 2015.
 
“Ao ver sua estreia, me dei conta de que ele era especial. Mas ainda me lembro de uma conversa com o Martin Whitmarsh: ‘Deixe de jogar na loteria, já ganhou com este garoto’. E ele, surpreso, me respondeu: ‘O que você quer é que deixemos de investir em mais talentos para que não tirem o seu lugar’”, relatou.
 
O piloto avaliou que a mudança da McLaren para a Mercedes em 2013 deu liberdade a Hamilton e acredita que o britânico pode seguir conquistando títulos.
 
"Vai ganhar mais títulos. É o mais especial da F1, junto de Fernando e de Vettel, mas tem uma arma letal, muito acima do resto. Ele tem pulmão para ganhar mais dois mundiais sem problemas. Ainda que reduzam a distância, não vejo um 2016 em que a Mercedes não tenha o carro a ser batido. Em 2017? Veremos”, acrescentou.
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