“É um dedo do meio aos contribuintes”: GP de F1 incendeia conflito político em Madri
Políticos locais se dividem quanto à viabilidade da realização do GP de Madri de Fórmula 1 a partir de 2026
O futuro GP de Madri de Fórmula 1 está no centro de um conflito político na cidade espanhola. A prova, que está marcada para fazer a estreia no calendário da categoria em 2026, tem sido alvo de debate quanto à viabilidade e o custo do GP para o setor público. Para alguns, a corrida terá “um impacto positivo na região”, enquanto outros enxergam a realização do evento como “um golpe e um dedo do meio à população”.
A Fórmula 1 anunciou em janeiro de 2024 a realização do GP de Madri de 2026 a 2035 em um circuito de rua ao redor do IFEMA Madrid, um centro de exposições localizado na capital espanhola. Segundo informações do portal RacingNews365, o custo para a realização do evento gira em torno de US$25 milhões (R$ 139,4 milhões na cotação atual) por ano.
No entanto, uma grande preocupação gira em torno de encontrar um patrocinador máster para a corrida, algo que ainda não aconteceu. Em uma reunião do Comitê de Turismo e Esportes nesta semana, Pablo Gómez Perpinyà, do partido Más Madrid, demonstrou preocupação com a realização do GP e chamou-o de “golpe”.
“Isso é um golpe e não lucrativo. Se o setor privado decidir não investir nessa operação, afirmo que sabem melhor onde o dinheiro não deve ser colocado. […] Isso é um dedo do meio aos contribuintes, porque dizem que os impostos estão sendo reduzidos e, por outro lado, estão sendo atingidos com um imposto da Fórmula 1”, afirmou.
Já Engracia Hidalgo, chefe do Departamento de Economia, Inovação e Finanças da Prefeitura, lembrou do desaparecimento da corrida em Valência, que sediou o GP da Europa de 2008 a 2012. Além disso, Hidalgo também está preocupada com o gasto que a corrida pode gerar ao setor público.
“Nenhuma empresa foi encontrada que inicialmente quisesse assumir esse risco. Se em 2026 ainda não tivermos patrocinadores ou se isso se revelar como na comunidade valenciana, onde chega o dia em que um patrocinador sai, quem terá de resgatar essa enorme operação de marketing será novamente o setor público”, pontuou.
Por outro lado, Luis Martín, vice-ministro de Cultura, Turismo e Esporte de Madri, acredita no sucesso do GP na cidade e espera que a corrida na Espanha se torne “uma referência na organização desse tipo de evento em nível internacional”.
“IFEMA Madrid, a promotora deste evento, está fazendo seu trabalho e tomando todas as medidas necessárias para que Madri possa sediar este GP de F1 e para que possamos ser uma referência na organização desse tipo de evento em nível internacional”, disse, citado pelo jornal As.
“Este é um dos eventos esportivos mais importantes em nível global e apenas as cidades que têm a oportunidade de celebrar tal premiação podem desfrutar disso. Sem dúvida, terá um impacto positivo sobre os cidadãos da região”, concluiu.
A Fórmula 1 vive uma longa pausa e volta entre os dias 18 e 20 de outubro para o GP dos Estados Unidos, em Austin.
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