Destino agiu cruelmente, mas Russell marcou posição na Mercedes: 2022 é logo ali

Esqueça o fim da corrida e até as opiniões para o presente e o ano de 2021. Será uma temporada para Russell aparar arestas. Foco é brilhar em 2022 na Mercedes

É verdade que o resultado foi decepcionante, mas qualquer pessoa que tenha assistido o GP de Sakhir terminou o fim de semana animado com o futuro de George Russell na Fórmula 1. E, sim, é uma demonstração pequena para o piloto inglês numa equipe de ponta, mas impressionante. Foi uma declaração de interesse para o futuro da Mercedes a partir de 2022.

Galvão Bueno não narrou a corrida, fruto da pandemia do novo coronavírus e do horário da prova, passada ao SporTV. Mas caso tivesse narrado, teria gritado pelas diabruras de Russell ao longo das 87 voltas no Bahrein. É o que de melhor pode fazer um piloto em experiência excepcional num carro de ponta.

Conheça o canal do Grande Prêmio no YouTube! Clique aqui.
Siga o Grande Prêmio no Twitter e no Instagram!

Por muitas vezes, sobretudo ao longo de 2020, Russell foi criticado – inclusive por este escriba – por não estar pronto para a Mercedes. E, para tanto, tiramos somente o que mostrou na Williams. O fato de não pontuar foi importante, mas, levando em consideração o carro deficitário da Williams, o que pesava mais para avaliação era o fato de ver seus companheiros de equipe tendo os melhores resultados.

Sim, de forma geral, Russell era tremendamente superior. Era consistentemente mais rápido nas corridas e imbatível nas classificações, mas os melhores resultados da equipe no ano não foram dele. Com Robert Kubica e sua difícil situação física, a aparência era de um acidente de percurso. Daquelas coisas que acontecem. Mas quando Nicholas Latifi, piloto que o mundo inteiro sabe que está bem abaixo na escala de talento da Fórmula 1, também superava George ao ter mais 11º lugares em 2020, tocava um sinal vermelho.

A dúvida nunca foi se Russell tinha condições de entregar resultados na Fórmula 1, mas se já estava pronto para entregá-los consistentemente numa equipe, como a Mercedes, que precisa deles em absolutamente todos os fins de semana. Por mais impressionante que seja, o GP de Sakhir é uma corrida isolada e não responde isso. Mas responde outras coisas.

George Russell liderou o maior número de voltas da corrida (Foto: Mercedes)

Responde, por exemplo, que Russell pode ser tudo aquilo que a Mercedes espera que ele venha a ser. Talvez já seja, vai saber. Com um carro bom nas mãos, pode rodar para cima e para baixo na frente dos outros. O oitavo lugar em Sakhir é um dos melhores oitavos lugares da história da F1. A corrida do campeão da F2 2018 foi sublime. Largou brilhantemente e relargou tão bem quanto, imprimiu o ritmo necessário, não gastou tanto mais de equipamento que Valtteri Bottas e, quando precisou atacar os rivais, fez com agressividade de um campeão. Ultrapassou como Bottas jamais faz.

O resultado é maldoso com o nível que Russell mostrou. A Mercedes sempre apostou nele, mas Sakhir confirmou expectativas e mostrou que o futuro pode estar em seus próprios domínios. Sim, a Mercedes sonha com Max Verstappen para o futuro. Isso é de conhecimento geral. Caso esse flerte jamais se concretize, porém, Russell tem condições de assumir os domínios.

E há Bottas. Por mais criticado que seja, Valtteri jamais teve uma sequência de três corridas tão ruim como a última. Entre as seis rodadas em Istambul, a sumida no GP do Bahrein e a atuação espantosamente desastrosa no anel externo de Sakhir, a comparação começou a pesar de maneira que desequilibra a favor do jovem.

O talento insolente de jovens pilotos é parte fundamental da formação de campeões mundiais, mas a experiência é somente o que transforma grandes talentos em pilotos preparados para o maior dos palcos também em termos de consistência. Foi assim com todos estes que agora brilham o bastante para um caneco e que, julgam, brigariam se tivessem o carro certo. Max Verstappen, Carlos Sainz, Charles Leclerc, até um mais veterano como Daniel Ricciardo.

Russell está somente no segundo ano dele na Fórmula 1 e tem 22 anos. O barulhento e agressivo grupo de torcedores do piloto nas redes sociais pode ficar revoltado quando as análises vão na direção de que ele ainda não está pronto. Mas adivinha? Está tudo bem ainda precisar de mais um tempo, caso seja esse o caso. A demonstração de Sakhir anima, mostra tudo que ele pode ser, assim como a derrota para Nicholas Latifi também mostra que faz bem a todos os envolvidos um ano a mais de maturação.

GEORGE RUSSELL; FÓRMULA 1; GP DE SAKHIR;
Céu de Pérez, inferno de Russell e o pranto pela vitória perdida em Sakhir (Foto: F1/Twitter)

Siga o GRANDE PRÊMIO nas redes sociais:
YouTube | Facebook | Twitter Instagram | Pinterest | Twitch | DailyMotion

E é isso que será 2021. Com Bottas garantido para o ano que vem, Russell terá mais uma temporada para somar experiência, aparar arestas e se acostumar com um carro que, agora é praticamente certo, terá nas mãos com novas regras, em 2022.

Russell montou posição. Sempre teve o teto muito maior que Bottas e, agora, está pronto para ser mais veloz. O próximo trabalho é para ser mais consistente.

A chance de vitória escapou dele com requintes de crueldade em Sakhir, mas tudo bem. É evidente que terá muitas outras chances de vencer corridas na Fórmula 1. 2022 é logo ali.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.