Diretor da Racing Point recua e diz que corre risco “muito grande” com carro ‘cópia’

Andy Green, diretor-técnico da Racing Point, explica a mudança drástica de filosofia do RP19 para o RP20, que muito lembra a Mercedes W10, de 2019. O dirigente sente que ‘copiar’ o carro rival é um risco, e não uma garantia de sucesso

O RP20 da Racing Point, carro que nasceu cercado de controvérsia por conta das claras similaridades com o Mercedes W10 de 2019, ainda parece ser uma incógnita em termos de performance. Andy Green, diretor-técnico da equipe, aproveitou a quinta-feira (20) para destacar que corre um risco “muito, muito grande” ao mudar de forma agressiva a filosofia do bólido.
 
A afirmação vem um dia após Green dizer que o RP20 é o carro que “sempre quis construir” e que espera um passo de performance “gigante”. Agora é a vez de o dirigente ponderar sobre as consequências da aposta de 2020 para a Fórmula 1.
 
“O que nós vimos é uma mudança do que tínhamos ano passado”, disse Green, falando à imprensa em Barcelona. “Foi uma decisão consciente. Na metade do ano passado nós vimos como estava o desenvolvimento do RP19 e onde estávamos chegando. Não estávamos evoluindo como desejávamos. Acho que ficou claro que, seguindo a mesma rota, esse ano terminaríamos no máximo na mesma posição do ano passado. Isso seria inaceitável para nós”, continuou.
Comparação dos carros da Racing Point e Mercedes (Arte: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

“Temos um ano restando com esse regulamento. Acho que é o momento de tentar algo novo, assumir um risco. Acho que corremos um risco muito, muito grande com o que fizemos com o carro. Faz sentido o que fizemos, que é pegar a estrutura que tínhamos na Mercedes. Eles têm uma caixa de câmbio que usamos há tempos e sempre usamos uma do ano passado. Tentamos nos últimos anos uma filosofia Red Bull, de usar mais rake [ângulo do assoalho em relação ao asfalto], que muitas pessoas copiaram, mas isso se tornou cada vez mais difícil com a caixa de câmbio da Mercedes que temos. Eles [Mercedes] tem uma filosofia diferente, de usar menos rake do que qualquer outro no grid. É difícil se adaptar e se desenvolver a partir de uma filosofia diferente da arquitetura que você tem”, seguiu.

 
A Racing Point tem uma relação de longa data com a Mercedes, fornecedora de motor desde 2009, ainda nos dias de Force India. Para controlar custos, a escuderia de Silverstone também recebe as caixas de câmbio de Brackley.
 
O que realmente incomoda rivais em 2020 é a similaridade do carro como um todo. Na análise de elementos aerodinâmicos, nota-se diversos pontos em comum entre o RP20 e o W10, de 2019. Dessa forma, não surpreende que rivais como McLaren e Alfa Romeo já estejam insatisfeitas com a situação.
 
O GRANDE PRÊMIO cobre AO VIVO, em TEMPO REAL e 'in loco' os testes de pré-temporada da F1 em Barcelona com o repórter Vitor Fazio. Siga tudo aqui.
 

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