Em carta a integrantes, dono da Force India mostra surpresa com ação de Pérez e rebate patrocinador

Em uma carta enviada aos integrantes da Force India, Vijay Mallya se mostrou surpreso com a ação de Sergio Pérez que culminou com a decisão da justiça de colocar o time sob administração. O empresário rebateu, ainda, as alegações feitas pela BWT de que o dinheiro oriundo do acordo de patrocínio era fruto de um empréstimo

Vijay Mallya mostrou um certo ar de surpresa com a ação de Sergio Pérez que culminou com a decisão da justiça de colocar a equipe sob administração. A decisão pelo decreto de falência foi tomada pela Suprema Corte da Inglaterra, em Londres, e confirmada à BBC pelo chefe-adjunto Robert Fernley na sexta-feira (27).

 
De acordo com o site inglês 'Racefans,net', a companhia Brockstone, ligada a Pérez e seu empresário Julian Jakobi fez um pedido aos administradores judiciais para que seja ela a comandar os rumos da Force India daqui por diante, por conta de uma dívida que a equipe tem com o grupo. A Brockstone é uma companhia com sede na Ilha de Guernsey, localizada no meio do Canal da Mancha.
 
A equipe legal da Brockstone foi à Corte na última quarta-feira e afirmou ser "improvável" que a equipe pague as dívidas em questão e que seus donos "não devem ajudar financeiramente", de acordo com o site. O montante que a Force India deve à companhia chega a US$ 4 milhões – cerca de R$ 14,8 milhões.
Vijay Mallya contestou patrocinador da Force India (Foto: Force India)
A Mercedes apoiou o pedido da Brockstone para que passe a administrar a equipe, porque a Force India deve € 10,5 milhões – quase R$ 45,5 milhões – ao grupo Daimler/Mercedes. A BWT, principal patrocinadora, foi outra que manifestou apoio.
 
Em uma carta enviada aos funcionários do time, Mallya se disse surpreso com a decisão da BWT de endossar o pedido de Pérez e rebateu a alegação da patrocinadora de que o dinheiro investido no time era fruto de um empréstimo.
 
“A Force India Formula One foi colocada sob administração hoje por um tribunal baseado em uma petição feita por ninguém menos que nosso piloto Sergio Pérez”, escreveu Mallya em uma carta enviada aos funcionários do time e que foi obtida pelo site ‘RaceFans.net’. “Surpreendentemente, a BWT pulou dentro e alegou que seus valores de patrocínio eram empréstimos, o que é ridículo, já que nosso carro todo é rosa com a marca da BWT”, seguiu.
 
Ainda, Mallya aproveitou a carta para explicar que o maior credor da Force India é a holding que controla a própria escuderia.
 
“De longe, nossa holding é o maior credor, com mais de £ 159 milhões [cerca de R$ 773,3 milhões] em circulação e o maior dos menores credores tem um salto de menos de £ 10 milhões [aproximadamente R$ 48,6 milhões]. O administrador é obrigado a reconhecer esses índices”, apontou. “Então o que isso realmente significa? O administrador deve assegurar os interesses dos credores e encontrar uma solução financeira viável para seguir em frente”, apontou.
 
“Nossa holding vai trabalhar com o administrador para tirar o time de administração ou vendê-lo pelo melhor preço possível, algo que o administrador é obrigado a fazer em qualquer caso com o voto do credor. E a nossa holding é de longe o maior credor”, insistiu.
 
Por fim, Mallya afirmou que o time segue sob o comando dele próprio e de Bob Fernley. Documentos obtidos de forma exclusiva pelo GRANDE PRÊMIO apontam, no entanto, que Mallya deixou o cargo de administrador oficial do time em 24 de maio deste ano. O fato, aliás, foi escondido, já que Vijay ― condenado por uma série de fraudes na Índia e que está prestes a ser extraditado da Inglaterra para o país de origem ― chegou a responder à imprensa ainda como dono da equipe desde então.
 
“O time segue funcionando e esperamos que com performance e tanto Bob quanto eu seguimos nas nossas posições”, garantiu. 
 
 
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