Emocionado por Bianchi, Vettel lembra ter igualado número de vitórias de Senna na F1: “Nem sei como colocar em palavras”

Sebastian Vettel igualou as 41 vitórias de Ayrton Senna na F1 com o triunfo no GP da Hungria deste domingo (26), segunda pela Ferrari. Após saltar na frente das Mercedes na largada, Vettel dominou completamente a prova

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Sebastian Vettel largou na parte limpa da pista no GP da Hungria deste domingo (26), atrás exatamente de Lewis Hamilton, que largou terrivelmente mal. A largada de Vettel, então, só pode ser classificada com terrivelmente boa. Ela pulou para a ponta e por quase todo o tempo foi o mais rápido na pista. Mesmo quando não era, jamais correu perigo para igualar as 41 vitórias de Ayrton Senna na F1.

 
Depois de pular na ponta, Vettel abriu para o companheiro Kimi Räikkönen, que também saltou para a frente. Enquanto Nico Rosberg ficava nervoso no rádio e Lewis Hamilton tentava voltar do problema em que se meteu, Vettel só abria. Até que o sistema de recuperação de energia de Kimi começou a falhar até deixar de existir e Nico Hülkenberg bateu e causou o safety-car.
 
Então, com todo mundo bem próximo, Rosberg passou Räikkönen e deu a impressão de que ia atacar, o que nunca aconteceu, porque Daniel Ricciardo também passou o finlandês e começou a chegar na captura do alemão. Vettel aproveitou e terminou na frente, tranquilo, para a segunda vitória na Ferrari.
Vettel emocionado no pódio (Foto: Reprodução/Twitter)
Após a prova, ele não falou da corrida. Preferiu recordar Jules Bianchi e a dura semana. A única coisa especificamente sobre a vitória que disse foi sobre igualar Senna.
 
"Igualar o número de Senna é fantástico, nem sei como colocar em palavras", disse.
 
E ainda voltou a lembrar de Bianchi, assim como fez em uma linda mensagem no rádio, após cruzar a quadriculada. 
 
"Ao fim, temos uma paixão comum, algo que amamos. Somos pessoas diferentes, mas o amor pelas corridas é maior que tudo. Foi um começo complicado e uma semana difícil depois de terça [quando aconteceu o funeral]. E pensar em Jules de novo no grid foi muito emocionante. Hoje foi para Jules e sua família", disse Sebastian, na coletiva de imprensa após a vitória.

Vettel também não esqueceu o que passou no começo da semana com a morte de Bianchi. "Foi um começo difícil, e pensar em Jules novamente no grid certamente foi algo que trouxe muita emoção e me fez demorar para pegar o ritmo de volta."
 
A F1 agora entra no recesso de verão, volta daqui um mês, em 23 de agosto, para o GP da Bélgica. Em 2014, foi Daniel Ricciardo quem venceu, batendo as Mercedes pela terceira e última vez.

Ayrton Senna venceu em Adelaide, em 1993, pela 41ª e última vez na F1 (Foto: Getty Images)
Como Vettel chegou a 41 vitórias

O primeiro triunfo de Vettel, para muitos, é comparável à mais lembrada apresentação da carreira de Senna na F1.

Sua estreia na categoria foi em 2007, substituindo Robert Kubica na BMW em Indianápolis. Naquela corrida, pontuou. No fim do ano, já era o titular da Toro Rosso, que até 2005 corria como Minardi — talvez a mais tradicional ‘pior equipe’ da história da F1. Mas, para 2008, o carro era basicamente uma Red Bull de Adrian Newey com um motor melhor, o Ferrari em vez do Renault. E, a partir da metade da temporada, Seb despontou a andar entre os primeiros, até a chegada a Monza.

Em um fim de semana chuvoso do início ao fim, Vettel dominou. Fez a pole e liderou de ponta a ponta. Enquanto os postulantes ao título ficaram apenas no pelotão intermediário, ele não deu chances para a ótima McLaren do não tão ótimo Heikki Kovalainen. Um ano e meio após a aposentadoria de Schumacher, ele fez tocar em Monza o hino alemão seguido do hino italiano. Ali, surgiu um gênio do automobilismo, hoje dono de quatro títulos mundiais.

Vettel se mudou para a Red Bull em 2009, venceu quatro vezes e foi vice-campeão, superando Rubens Barrichello no encerramento em Abu Dhabi. Em 2010, foram cinco triunfos na campanha do primeiro título. Em 2011, dez para assegurar o bi. Em 2012, com uma arrancada esplêndida no fim da temporada, bateu Fernando Alonso para se tornar o mais jovem tricampeão da história, quebrando a marca de Senna. Subiu ao alto do pódio cinco vezes. Em 2013, foram incríveis 13 vitórias e o recorde de nove conquistas consecutivas. Uma digna forma de se sagrar tetracampeão.

Após passar 2014 em branco com a queda da Red Bull e da Renault no início da era dos V6 turbo, comprovou novamente sua capacidade com a mudança para a Ferrari. Foi ao pódio na estreia e, na segunda corrida, fez o que ninguém esperava tão cedo: derrotou a Mercedes na Malásia.

Sebastian Vettel brinca com a taça da vitória em Sepang, a 40ª (Foto: AP)
No início do ano, a meta de Maurizio Arrivabene para a recuperação da Ferrari, que também passou 2014 em branco, era ganhar dois GPs. Check.
 
Esta foi a 149ª largada de Vettel na F1. Senna, no GP da Austrália de 1993, disputava sua 158ª prova. Schumacher, no GP da Itália de 2000, sua 141ª.

O próximo da fila para superar Senna é Hamiton, que tem 38 vitórias e o melhor carro da F1 2015 em mãos. Até o fim do ano, o inglês tem mais nove chances de emular seu grande ídolo.

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