Equipes cobram “total transparência” da FIA sobre assoalho da Ferrari em testes da Pirelli

A Ferrari levantou suspeitas de que teria usado um assoalho totalmente novo nos testes da Pirelli em Ímola, o que é proibido pelo regulamento. As equipes cobraram transparência da FIA

A primeira rodada dos testes de pneus realizados pela Pirelli em Ímola, nos dias 26 e 27 de abril, deu o que falar por conta de um possível desenho novo usado pela Ferrari em seu assoalho. O regulamento da Fórmula 1 proíbe as equipes de levarem atualizações à pista em testes de pneus, e a escuderia italiana garante que agiu conforme as regras. Porém, os demais times não ficaram muito satisfeitos e cobraram “total transparência” da FIA sobre o assunto.

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A Ferrari foi à pista no dia 27 com seus dois pilotos titulares. Na parte da manhã, Charles Leclerc assumiu o cockpit; depois, deu a vez ao companheiro Carlos Sainz. Só que os italianos alegam que tiveram de mexer no assoalho da F1-75 na parte da tarde por causa de alguns danos provocados na peça durante o treino com Leclerc.

A FIA ouviu as explicações da atual líder de construtores e considerou que não houve nenhuma violação ao regulamento. A Ferrari se defendeu, afirmando que o assoalho já havia sido usado no início da temporada, o que é permitido. Mas não convenceu as demais colegas.

Zak Brown, diretor-executivo da McLaren, foi um dos que cobraram transparência sobre a Ferrari (Foto: McLaren)

“O que importa é que temos total confiança na FIA para fiscalizar o esporte, seja em um teste ou em um fim de semana de corrida. Mas também precisamos de total transparência”, disse Zak Brown, diretor-executivo da McLaren.

“Foi sugerido, pelo que ouvi, que talvez fosse um piso mais antigo. Talvez fosse o caso. Mas acho que o importante é que, se for esse o caso, que seja demonstrado às equipes: apenas nos dê a confiança de que foi fiscalizado adequadamente e em total transparência”, continuou, lembrando da reincidência da Ferrari por conta da polêmica dos motores adulterados.

“Tivemos num passado não muito distante uma violação de motor, e houve uma multa significativa. Não sabemos quanto e nem exatamente o que foi feito [no motor]. Acho que nos dias de hoje, a transparência total ajudará o esporte a entender o que aconteceu, por que aconteceu e o que foi feito a respeito”, completou o dirigente.

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A Alpine foi mais uma que se manifestou. O CEO da equipe francesa, Laurent Rossi, reforçou o pedido de Brown por transparência, mas sem fazer acusações prévias contra o time de Maranello. “Eu não apontaria o dedo ainda, porque não conheço os detalhes, então não seria justo. Mas, no final das contas, o que precisamos é de transparência”, frisou. “Precisamos saber se houve algo errado ou não e, se houve, qual foi o resultado? O mais importante é que não precisamos de um véu”, salientou Rossi.

Toto Wolff, chefe da Mercedes, também deu seu parecer sobre o assunto, afirmando que “a FIA só precisa estar no controle das coisas”. “Não pode ser que qualquer equipe teste componentes num local não permitido. E acho que se a FIA não estava 100% nisso, tenho certeza de que agora estará”, comentou.

Christian Horner, chefe da Red Bull, acrescentou que a única preocupação das equipes é que os testes da Pirelli não se transformem em testes aerodinâmicos. “Cabe à FIA fazer esse trabalho de fiscalização e com devida diligência. Com esses carros tão novos, ainda num estágio muito inicial de desenvolvimento, o que certamente queremos evitar é que os testes de pneus se transformem em testes de desenvolvimento aerodinâmico ou de desempenho. Esse não é o objetivo”, afirmou.

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