“Estamos acima do limite”: Verstappen, Alonso e Sainz criticam calendário da Fórmula 1

A temporada de 2024 da Fórmula 1 começa nessa quinta-feira (29) com os treinos livres da primeira de 24 etapas do campeonato, no circuito de Sakhir, no Bahrein. Mas antes dos carros irem à pista, os pilotos comentaram sobre o calendário mais extenso da história da categoria. O discurso foi forte: “Estamos acima do limite”.

Max Verstappen, Carlos Sainz e Fernando Alonso, durante entrevista coletiva no circuito barenita, reclamaram do excesso de etapas em 2024, que terá dois GPs a mais do que no ano passado — conta com o retorno do GP da China, fora desde o início da pandemia da Covid-19, e o GP da Emília-Romanha, que não foi disputado em decorrência das fortes chuvas que alagaram a região em 2023.

“Já sinto que estamos acima do limite de corridas. Na minha opinião, sim. Eu sei que ainda estou muito jovem, mas eu sei que não farei isso por mais dez anos”, disparou o tricampeão Verstappen. “Acho que qualidade deveria estar acima da quantidade. Do meu ponto de vista, e já disse isso antes, isso não é sustentável. Eu amo muito correr, eu faço isso também fora da Fórmula 1, mas, em um determinado momento, você começa a olhar para a qualidade de vida e o quanto você está distante para fazer um esporte que ama”, acrescentou.

Verstappen foi além e acredita que a F1 está perto de um revezamento de pilotos. O holandês ainda destacou que existem pessoas ligadas ao paddock estão encerrando as carreiras de maneira precoce em decorrência dos muitos dias fora de casa.

“Nós precisamos ver isso, pois, acho que vamos começar a revezar os pilotos, o que seria um pouco maluco. No fim das contas, claro, isso é Fórmula 1, sabemos o que eles querem para o esporte, mas começamos a ver algumas pessoas no automobilismo encurtando as carreiras por isso [calendário extenso]. É uma pequena vergonha. Espero que possamos ver isso no futuro”, pontuou.

Sainz também destacou sobre o tempo em excesso fora de casa. “Não importa se é família, cachorro ou o que seja, eu acho que estamos no limite de ser um pouco demais. Eu espero que não tenhamos mais do que 24 [etapas], senão vai ser complicado para todo mundo. Se chegarmos no ponto de revezar os pilotos, fomos longe demais. Estamos perto desse limite”, disse.

O piloto da Ferrari também deu um pitaco sobre o gerenciamento do negócio Fórmula 1. Para ele, a categoria se encaminha para se tornar corriqueira, o que poderia fazer com que os fãs diminuíssem o interesse em assistir as provas.

“A Fórmula 1 está no risco de ser tornar comum com corridas todo final semana, diminuindo o apetite de todos em ligar a TV para ver a categoria. A F1 precisa se manter exclusiva”, opinou. “O esporte precisa seguir como se todos quisessem mudar de canal para ver a corrida, não como algo que você muda o canal, como nas rodadas dos campeonatos [de futebol] de final de semana”, completou.

Já Alonso relembrou que, quando entrou na Fórmula 1, o calendário tinha 17 corridas, e alertou para uma possível falta de motivação a partir da segunda metade da temporada, visto que, vislumbrando um novo domínio da Red Bull, o primeiro lugar não será disputado.

“Acho que estamos acima do limite. Concordo com todos os comentários. Quando comecei, tinham 17 [corridas]. Foi para 18 em algum momento. Quando a Liberty Media chegou, foi como em uma mensagem em 2021, o limite seria de 20 corridas. Agora estamos em 24. Isso não é sustentável para o futuro, acho que para ninguém”, comentou. “Até o campeão mundial acha que esta temporada é um pouco longa. Imagine para o restante, que vai para as corridas na segunda metade do campeonato sem brigar por nada. Ou alguém entende isso ou vai ser prejudicial ao esporte”, finalizou.

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