F1 precisa repensar relação entre competição e entretenimento, defende Webber

Em uma época em que a F1 privilegia abertamente o entretenimento, utilizando artifícios como a asa móvel e pneus com alta degradação, Mark Webber afirmou que a categoria precisa rever seus conceitos

 
Piloto mais velho do grid da F1, Mark Webber voltou a criticar a dinâmica das provas da categoria na atualidade. Sexto colocado no Mundial de 2013, o australiano comparou o que acontece hoje à monotonia do início dos anos 2000 e concluiu que nenhum desses dois extremos é bom para a categoria: é preciso encontrar um meio termo.
 
Webber estreou na F1 em 2002, correndo pela Minardi, em meio ao domínio da Ferrari com Michael Schumacher. Aquela temporada, assim como as seguintes, foi marcada por disputas sem muitas emoções. Esse cenário só foi mudar no final da década passada e, desde 2011, com a introdução dos pneus Pirelli e da asa traseira móvel, a busca pelo entretenimento atingiu outro nível.

Seguindo a linha defendida por sua equipe, a Red Bull, Webber tem sido um dos que mais reclama dos compostos do atual campeonato e pensa que a F1 tem que dar um passo atrás para melhorar o nível das corridas e exigir, de fato, o máximo dos pilotos.

A F1 precisa lidar melhor com a linha tênue que separa a competição do entretenimento, na visão de Webber (Foto: Red Bull/Getty Images)
 
"Se você perguntar para qualquer piloto, sim, é frustrante ficar atrás de um carro durante uma corrida inteira. Eu passei por isso, vários dos caras passaram por isso, não é muito divertido. Mas veja também minha corrida em Xangai, em 2011: estou chegando em caras como Fernando [Alonso] e Lewis [Hamilton], 2s5 mais rápido por volta por que poupei um jogo de pneus na classificação. Também não está certo", disparou o veterano.
 
Ele ainda citou outros exemplos, como Hamilton terminar o GP da Espanha de 2013 uma volta atrás de Alonso, sendo que os dois andaram próximos até a sétima volta, ou mesmo a ultrapassagem do espanhol sobre Kimi Räikkönen valendo a liderança da prova.
 
"Temos que encontrar um equilíbrio maior para os fãs e os pilotos, pois, no momento, eu penso que estamos passando do limite," disse.

Para Webber, toda essa espetacularização tem efeito também na formação de novos pilotos. Vendo que, na F1, a grande preocupação do momento é com a economia de pneus, as categorias de base tentam seguir pelo mesmo caminho (a GP2, por exemplo, usa os mesmos pneus da F1).
 
Webber falou que os mais jovens não estão tendo a chance de mostrar do que realmente são capazes. "Precisamos encontrar jovens pilotos forçando o carro e a si próprios até o limite absoluto, consistentemente. Isso é importante", falou o piloto que, junto de Christian Horner, chefe da Red Bull na F1, comanda equipes na GP3 e na World Series.
 
"Alex Ferguson [técnico do Manchester United por 27 anos] quer ver um consistente jovem jogador aos 16 ou 17 anos. Agora é muito, muito difícil, julgar a madeira das árvores. Isso precisa ser resolvido também," encerrou.
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