Fair play com Hawthorn em Portugal é exemplo do tamanho de Moss na F1

Sem Juan Manuel Fangio no caminho, Stirling Moss poderia ter sido campeão em 1958 se aproveitando de uma desclassificação de Mike Hawthorn, mas o piloto da Vanwall defendeu o rival frente aos comissários em Portugal e perdeu o Mundial por apenas 1 ponto de vantagem, mas entrou para a história

A Fórmula 1 é um esporte de poucas unanimidades, e uma delas com certeza é a que Stirling Moss é o maior piloto da história a nunca conquistar um título na categoria. Contemporâneo ao grande Juan Manuel Fangio, bateu na trave três vezes quando disputou o título com o argentino, mas seu vice mais marcante certamente foi em 1958, contra Mike Hawthorn.
 
Sem Fangio disputando a temporada completa, Stirling, com a Vanwall, surgiu como o grande favorito ao título, e este cenário parecia bem encaminhado após as vitórias na Argentina e na Holanda, mas os problemas de confiabilidade começaram a custar para Moss, que viu a regularidade de Hawthorn, da Ferrari, prevalecer.
 
A antepenúltima etapa daquele campeonato foi o GP de Portugal, disputado no circuito de rua do Porto. Moss venceu com larga vantagem para Hawthorn, que rodou na última volta e precisou sair da Ferrari e empurrar para que o motor ligasse novamente e ele completasse a corrida.
Stirling Moss no GP de Portugal de 1958 (Foto: Reprodução)
Stirling, já vencedor, acompanhou a cena parado e com motor ligado, tentando ajudar o rival, que conseguiu ligar a Ferrari, mas andou por alguns metros na direção contrária do traçado. A atitude foi analisada pela direção de prova, que resolveu desclassificar Hawthorn. O resultado colocaria Moss na liderança do campeonato com apenas duas provas restantes, na Itália e no Marrocos.
 
Porém, Stirling interviu na decisão. Como testemunha do acidente, o piloto da Vanwall argumentou para a direção de prova que Hawthorn estava fora da pista quando tentava religar o carro, o que não configurava como infração. Com a punição retirada, Mike manteve a liderança do campeonato com 4 pontos de vantagem para Moss.
 
Stirling abandonou o GP da Itália e venceu a prova do Marrocos. Hawthorn foi segundo colocado nas duas etapas e garantiu o título mundial por apenas 1 ponto. Ele anunciou aposentadoria imediatamente após a conquista, aos 29 anos de idade, e acabou falecendo três meses depois em um acidente rodoviário que ainda tem razões desconhecidas.
 
"Isso me dá a minha exclusividade, me faz diferente. Então vejo como um bônus. Quando perdi para o Mike, realmente me senti triste, porque eu sabia que era mais rápido. No ano seguinte, eu já pensava que isso não fazia diferença, porque eu tinha o respeito dos outros pilotos", disse Moss em entrevista ao jornal ‘The Telegraph’, em 2012.

Stirling morreu na manhã deste domingo (12), aos 90 anos de idade, na Inglaterra.

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