No jargão popular bem brasileiro, dá para dizer claramente que Fernando Alonso está de saco cheio e só espera mesmo pelo fim da temporada 2021 da Fórmula 1. Ciente das limitações da Alpine nesta reta final de campeonato, o bicampeão mundial entende que não há muito a dizer e que dificilmente vai conseguir um resultado diferente de um oitavo ou nono lugar, colocação nos GPs da Cidade do México e de São Paulo. Por isso, o espanhol de 40 anos se mostrou cansado diante das muitas entrevistas coletivas que tem a conceder ao longo de um fim de semana de GP. “Tudo é muito chato, tudo é muito repetitivo”, bradou.
Via de regra, os pilotos concedem entrevistas de forma maciça às quintas-feiras, o chamado Media Day, com declarações sobretudo às emissoras de TV que detém os direitos de transmissão da Fórmula 1, mas também, para a mídia impressa, algo facultativo aos pilotos. Na sexta-feira, sábado e domingo, os competidores voltam ao cercadinho, espaço alocado para falar com as emissoras de TV e também à mídia impressa. No domingo, ainda há uma outra entrevista, à transmissão oficial da F1, na parada dos pilotos, cerca de uma hora e meia antes da largada.
Com tantas entrevistas num espaço curto de tempo e diante de uma reta final de temporada sem muitas expectativas, Alonso foi sincero e admitiu: tudo é muito chato porque realmente não há muito o que dizer.
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“É muito, muito repetitivo. Nada contra você”, disse Alonso em entrevista à reportagem do site alemão Motorsport-Total.
“É que a Fórmula 1 é muito aberta à mídia. Fazemos uma coletiva de imprensa na quinta, sexta-feira, sábado pela manhã, sábado à tarde, no domingo, no desfile dos pilotos, e logo depois da corrida. E não há nada a dizer, realmente”, disparou.
Fernando foi além e disse que daria tranquilamente para fazer um copia e cola das suas declarações prévias para as três próximas e derradeiras corridas da temporada. “Em princípio, podemos fazer as mesmas declarações para o Catar, Jedá e Abu Dhabi. Acho que o mais interessante é a luta pelo título com [Lewis] Hamilton e [Max] Verstappen”.
Realista, Alonso tratou de frear qualquer expectativa sobre uma ida ao pódio nesta temporada. O melhor resultado do espanhol foi o quarto lugar no GP da Hungria, vencido de forma surpreendente pelo seu companheiro de equipe, Esteban Ocon.
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“Entendo os fãs em casa, ou os meus fãs, porque li algumas coisas que diziam sobre pódio no Catar, ou ‘é hora do pódio no Catar’. E gostaria de responder: ‘Não, não haverá pódio’”, cravou o veterano. “Fizemos tantas corridas e terminamos em oitavo às vezes, às vezes me nono. Não vai ser muito diferente nas últimas três corridas, lamento dizer”, concluiu.
A Fórmula 1 acelera neste fim de semana com o debutante GP do Catar, que será disputado no circuito de Losail. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades de pista AO VIVO e em TEMPO REAL.