Alonso volta a criticar e diz que FIA “precisa fazer valer as regras” na F1

Fernando Alonso continua na cruzada pessoal contra a FIA desde que foi visto pelo paddock como alguém que escapou de uma punição na largada do GP da Rússia de Fórmula 1. Na corrida dos Estados Unidos, realizada no último fim de semana, Alonso se irritou ao ser ultrapassado por Kimi Räikkönen e ficou mais incomodado ainda quando, instantes depois, teve de devolver a posição a Antonio Giovinazzi por um motivo semelhante. O bicampeão garantiu que as regras estão sendo negligenciadas.

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O piloto da Alpine largou na última posição da corrida por conta de uma punição acarretada pela troca de todos os componentes da unidade motriz por decisão da equipe. Até aí, normal. Alonso fazia a corrida normalmente quando se envolveu numa briga dura com os dois carros da Alfa Romeo. Inicialmente, foi ultrapassado por Räikkönen, mas achou que o finlandês tinha usado a parte de fora da pista para fazer a manobra e pediu a posição de volta. O diretor de provas da FIA, Michael Masi, afirmou que o movimento foi “normal”.

Na sequência, o que viria era um duelo longo com Giovinazzi. Inicialmente, Alonso levou a melhor, mas colocou o carro inteiro fora da pista – diferente do que fizera Räikkönen. Masi foi ao rádio da Alpine e avisou: é melhor devolver a posição. Alonso devolveu. A briga continuou e, em seguida, Giovinazzi levou a melhor, mas também passou com o carro por fora. Masi, então, conversou com a Alfa Romeo e sugeriu que entregasse a posição para Fernando. Feito também. Mas o fato de Räikkönen ter escapado segue incomodando o piloto.

“Não acho que precisamos de nada diferente, a regra é muito clara. Precisamos fazer valer as regras. Quando você coloca a mão na bola dentro da área no futebol, é pênalti. Não há um esclarecimento necessário para a regra. É preciso somente tomar a decisão e dizer que é pênalti e, se não for feito, todo mundo vai começar a usar a mão dentro da área. Não precisamos de mudanças, só temos de aplicar as regras quando necessário”, afirmou à revista inglesa Autosport.

Questionado se estava apontando a direção de prova como responsável pelas inconsistências, assentiu. Anteriormente, Fernando afirmou que as punições são distribuídas com base na nacionalidade dos pilotos.

“Acho que sim, porque depende de quem faz. Em Sóchi, errei a curva um e depois, na Turquia, era um tópico ainda debatido. Nos EUA, uns três carros saíram na curva um por decisão própria. Vamos ver se no México vão debater ou se está tudo bem porque Fernando não saiu da pista”, finalizou.

Masi se manifestou questionado pelo momento em que conversou ao telefone do Alan Pérmane, diretor-esportivo da Alpine, e que foi transmitido pela transmissão oficial. Na ocasião, Masi falou que era de bom tom que Alonso devolvesse a posição para Giovinazzi, ao que Pérmane questionou o motivo de não ter acontecido o mesmo com Räikkönen instantes antes.

“Tenho uma boa relação com os diretores-esportivos. Eles estão lutando pelo deles, e é isso que esperamos que continuem fazendo. Minha ligação para as equipes é uma recomendação que eles podem escolher não seguir. Se decidirem não seguir, não tenho o poder de obrigar. É uma sugestão”, falou em entrevista ao site RacingNews365.

“Caso não sigam, passo para os comissários para que eles analisem e façam o julgamento de acordo com o que aconteceu”, seguiu.

O diretor já anunciou que vai se reunir com os pilotos no México, na semana que vem, para conversar sobre as ultrapassagens nos Estados Unidos.

“Ocasionalmente, discutimos coisas, eu converso com eles. Precisamos conversar com os pilotos sobre várias coisas, é parte do negócio e do meu papel. Algumas vezes nós podemos concordar em discordar, porque nem sempre concordamos em todas as situações. Às vezes, quando olhamos para uma situação, é uma questão de dizer que entendemos o ponto do outro e outras vezes é só discordância. Tudo bem, somos humanos”, colocou.

O fato de ter chamado a atenção da Alpine por algo que Alonso fez imediatamente após uma reclamação do bicampeão foi “ligeiramente irônico”, admitiu. “Todo mundo pode ver a ironia da situação”, finalizou.

A F1 volta na semana que vem, entre os dias 5-7 de novembro, com o GP do México.

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