Ferrari admite frustração e avalia temporada “nota 6 ou 7” em 2024: “Podemos melhorar”

A Ferrari chegou muito próxima de operar um verdadeiro milagre na luta pelo título do Mundial de Construtores contra a McLaren no GP de Abu Dhabi, realizado neste domingo (8), mas teve de se contentar com o vice-campeonato por uma diferença de apenas 14 pontos na classificação. Chefe do time de Maranello, Frédéric Vasseur lamentou a derrota, mas afirmou que está “muito orgulhoso e feliz” com o que foi conquistado na temporada 2024 da Fórmula 1.

O excelente início de corrida de Charles Leclerc — que largou da 19ª posição — e o incidente entre Max Verstappen e Oscar Piastri logo na largada, que fez o australiano cair para a última posição, reacenderam as esperanças da escuderia italiana de conquistar o troféu de equipes. No entanto, a vitória de Lando Norris enterrou de vez qualquer chance que ainda existia da parte dos vermelhos e tirou a esquadra de Woking de um jejum que já durava 26 anos.

“Estamos todos decepcionados, mas fizemos o melhor que podíamos. Foi uma corrida muito boa de Charles e Carlos, e no final não ficamos muito longe da McLaren, apenas 14 pontos atrás. Mas não foi hoje que perdemos o campeonato”, começou Vasseur em entrevista à emissora britânica Sky Sports. “No entanto, estamos satisfeitos com o trabalho que fizemos e com as melhorias durante a temporada, bem como com a forma como reagimos quando tivemos problemas”, continuou.

“O resultado final, porém, é esse — ou seja, chegamos perto da vitória, então estamos um pouco decepcionados. Tenho de elogiar a McLaren, acho que fizeram um trabalho excepcional. Nós também estamos na mesma tendência porque este ano estivemos melhor do que no ano passado, lutando pelo título até ao fim. Tenho um enorme respeito por eles, pela empresa, pelos pilotos e pela equipe, por isso devo parabenizá-los antes de qualquer coisa”, felicitou o chefe da Ferrari.

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“Sabemos que não fizemos um trabalho perfeito nesta temporada, que ainda há espaço para melhorias em todos os aspectos. Mas também estou muito orgulhoso e feliz com a jornada, principalmente nos últimos meses. É um bom começo para 2025”, afirmou, antes de avaliar o desempenho do próprio time no decorrer do campeonato. “A nota para esta temporada? 6 ou 7… Sei que sou um pouco rígido, mas há espaço para melhorias e precisamos nos manter motivados”, apontou.

“Vi as pessoas que fazem parte da equipe trabalhando como equipe. Tivemos momentos difíceis no Canadá e depois com a atualização na Espanha, e com os incidentes em Singapura e Baku, também — mas sempre voltamos mais fortes depois dos episódios negativos, e isso é positivo para o futuro”, comemorou.

Frédéric ainda se lembrou exatamente de qual foi o momento mais difícil da Ferrari no ano, nos GPs da Inglaterra e da Áustria, de acordo com ele, e comparou os feitos recentes com o que foi conquistado em 2023.

“Foi o momento em que entendemos que as novidades não estavam funcionando bem e mudamos tudo para tentar novamente. Todos foram muito abertos quanto a isso, não houve discussão interna e isso é um bom sinal. Amanhã poderei dizer que foi uma temporada muito positiva, com cinco vitórias em comparação com apenas uma no ano passado, e com cerca de 50 pontos a mais. Mas é claro que há também a frustração de ter terminado com mais de 600 pontos, mas 14 atrás da McLaren, que é uma margem muito pequena”, lamentou.

Por fim, foi questionado sobre a corrida de Lewis Hamilton, que se despediu da Mercedes após 12 anos de parceria para se tornar companheiro de Leclerc em 2025.

“Hamilton? Hoje, obviamente, não estava focado nele, mas ele fez uma boa recuperação e uma boa ultrapassagem sobre [George] Russell no final. Mas vamos pensar nisso no próximo ano, estou feliz porque teremos um bom grupo de pessoas trabalhando juntas”, encerrou.

A Fórmula 1 retorna já semana que vem, com os testes de jovens pilotos e de pneus da Pirelli, também em Abu Dhabi.

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