Ferrari admite perda de desempenho do motor após acordo secreto com FIA

Mattia Binotto, chefe da Ferrari, admitiu que as ordens técnicas expedidas pela FIA no fim do ano passado, muito por conta do motor sob suspeita dos italianos e que renderia o polêmico acordo secreto, teve impacto na performance para 2020

O que o famoso acordo secreto de fevereiro com a FIA por irregularidades no motor causou na Ferrari em 2020? Após duas etapas em que ficou evidente a perda de potência dos carros vermelhos, o chefe Mattia Binotto admitiu que o desempenho realmente caiu com as mudanças exigidas para o motor na atual temporada.

A Ferrari passou o início da temporada voltada para resolver problemas latentes de arrasto mostrados na Áustria e, para isso, surgiu com um pacote de atualizações já para o GP da Estíria, onde a corrida durou pouco. Com relação ao desempenho, Binotto culpou a complexidade das regras. O que implica, assim, é que a Ferrari teve entendimento errado das regras em 2019 e, por isso, desrespeitou o regulamento.

“Acredito que as regras são difíceis e complexas e que há algumas áreas em que esclarecimentos são necessários. Há um projeto em curso que já existiu no passado e vai continuar existindo no futuro. Desde o ano passado, muitos relatórios técnicos da FIA foram divulgados, esclarecendo algumas áreas. Creio que, através destes, tivemos de nos adaptar”, afirmou.

“Não acredito que seja só o caso da Ferrari. Avaliando puramente a potência nessa temporada, acredito que a maioria das fabricantes [de motor] teve de se adaptar. Certamente a Ferrari teve e, como potência pura, perdemos o desempenho que tínhamos. A situação agora é mais clara em algumas áreas do regulamento, e espero que continue assim [com esclarecimentos constantes] com as exigências para o futuro”, seguiu.

Ainda segundo o chefe, o fato das fábricas terem sido fechadas impossibilitou a melhora do motor para 2020. Trocando em miúdos, as dificuldades não vão desaparecer durante a temporada.

“Desenvolvimento de motor e unidade de força é um processo contínuo que nunca parou desde 2012. Agora faz muito tempo desde que começamos a desenvolver. Fizemos coisas para essa temporada que não vamos conseguir utilizar em 2020, porque tivemos longo período parados antes do começo do campeonato, algo que não aconteceu para todas. Tentaremos desenvolver o máximo possível para o começo da temporada que vem”, afirmou.

“Esse é um ponto. O outro lado, como eu disse, é que ainda há áreas das regras que precisam de esclarecimento. Espero que isso seja feito para que entendamos com claridade suficiente para que todos tenhamos o mesmo entendimento”, falou.

E na Hungria? A Ferrari quer descobrir se o pacote aerodinâmico apresentando na Estíria vale de alguma coisa.

“É sempre difícil de julgar depois do TL1, seu foco está sempre no programa. Estamos andando com as atualizações que estreamos na Áustria. Tivemos um treino na chuva e uma corrida ruim, muito curta, então não tivemos uma resposta dessas partes. A ideia para sexta-feira é entender o carro e tentar equilibrar para o restante do fim de semana. Temos muito o que analisar. Os pilotos estão focados nisso, sabemos que a classificação será importante aqui, isso é chave na Hungria, então precisamos nos preparar bem”, encerrou.

GRANDE PRÊMIO transmite ao vivo e em tempo real todas as atividades do GP da Hungria, terceira etapa do campeonato da Fórmula 1 2020.

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