Ferrari fala em “divisor de águas” e alerta para abandono de 2025 por túnel de vento em 2026
Hoje, quanto menor a posição na tabela, maior será o tempo de túnel de vento para o ano seguinte, e Frédéric Vasseur teme que equipes se aproveitem da regra para ter vantagem com a chegada do novo regulamento à Fórmula 1
A Ferrari demostrou preocupação com a atual regra que permite às equipes tempo de desenvolvimento em túnel de vento diferente das demais, dependendo da posição final no Mundial de Construtores do ano anterior. Hoje, quanto menor a colocação, mais horas estão disponíveis para o ano seguinte, e o alerta feito por Frédéric Vasseur é que as esquadras optem por sacrificar propositalmente 2025 para ter vantagem na transição para 2026, quando a Fórmula 1 terá um novo regulamento técnico e de motores.
Em 2023, por exemplo, a campeã foi a Red Bull, que ficou com o menor tempo de túnel de vento entre as dez equipes: 840 horas. A título de comparação, a Haas, última colocada, teve à disposição 1.380 horas — 540 a mais, o que também explica o progresso considerável da esquadra norte-americana este ano.
O ponto levantado por Vasseur é que essas horas a mais podem ser valiosas em 2026, já que as que não estiverem brigando pelo título poderão simplesmente abandonar a disputa em 2025 e focar no desenvolvimento do carro seguinte, levando, com isso, vantagem sobre as rivais.
O chefe da Ferrari começou explicando que dentro do atual conjunto de regras, o teto de desenvolvimento já foi atingido. “Nesse período, não é crítico alguém ter uma vantagem e receber mais testes [no túnel de vento]”, começou o francês à imprensa. “Isso se deve ao fato de que hoje estamos fazendo um progresso muito pequeno a cada corrida”, continuou.
“Mas o divisor de águas pode ser 2026, porque algumas equipes que talvez não estejam lutando pelo campeonato no ano que vem digam ‘ok, não nos importamos se estamos na posição x [nos Construtores] em 2025 ou se somos mais duas ou menos duas. Vamos nos dedicar totalmente ao projeto de 2026′”, argumentou.
“Se estiver lutando por algo, será tentado a fazer mais por 2025. Além disso, as outras equipes já têm mais, porque estão em determinada posição em comparação com o líder na tabela. Portanto, quem estiver na posição x estará totalmente focada em 2026, mas a primeira colocada estará dividida [entre as duas temporadas]”, encerrou Vasseur.
A Fórmula 1 agora volta às pistas para o GP de Las Vegas, nos Estados Unidos, entre os dias 21 e 24 de novembro. Depois, realiza corridas no Catar, com a última sprint do ano, e Abu Dhabi.
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