Ferrari monta ‘puxadinho’ para Haas em Maranello e reforça aliança na Fórmula 1

A Scuderia revelou que parte dos funcionários que ficariam sem trabalho com o teto orçamentário vão para a equipe americana em uma base independente na sede

Desde quando iniciou sua trajetória na Fórmula 1, a Haas sempre teve a Ferrari como parceira técnica e fornecedora de motores. Entretanto, a aliança entre a equipe norte-americana e a mais longeva e tradicional escuderia do grid do Mundial será substancialmente reforçada a partir de 2021. Com a entrada em vigor do teto orçamentário e da necessidade dos times de maior poderio financeiro reduzirem seus custos, a Ferrari vai alocar, além de Simone Resta, outros profissionais na estrutura da Haas. E vai montar uma nova base independente, uma espécie de puxadinho, na sede italiana da escuderia em Maranello.

O primeiro profissional alocado pela Ferrari na Haas em 2021 é o engenheiro Simone Resta, que vai fazer sua segunda incursão em uma equipe próxima da Scuderia. Depois de ter trabalhado na Alfa Romeo e regressado à base em Maranello, Resta vai trabalhar na equipe norte-americana, em posto oficialmente ainda não divulgado.

Com as restrições orçamentárias e a limitação de gastos — que não incluem salários dos pilotos, por exemplo — em US$ 145 milhões (ou R$ 747 milhões) a partir de 2021, as equipes de grande porte precisam encontrar alternativas para reduzir os custos. No caso da Ferrari, outros profissionais, além de Resta, vão ser alocados para trabalhar na Haas a partir de 2021.

A Haas vai ter um ‘puxadinho’ montado na sede da Ferrari, em Maranello (Foto: Haas)

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Em entrevista veiculada pela revista britânica Autosport, Mattia Binotto, chefe da Ferrari, explicou como vai ser a operação e a maior colaboração com a parceira americana.

“Essas pessoas vão estar em Maranello, em um prédio completamente separado da Scuderia. Eles não vão ter acesso ao prédio da Ferrari. Vai ser separado, e eles vão permanecer lá”, reforçou o dirigente ítalo-suíço, que no discurso negou que a relação entre Ferrari e Haas vai ser parecida com o que foi neste ano entre Mercedes e Racing Point ou a estrutura de matriz e filial compartilhadas por Red Bull e AlphaTauri.

“Para nós, eles são clientes. Alguns dos nossos funcionários vão se juntar à equipe, e acho que vai ser uma grande oportunidade para eles. É uma grande chance porque acho que, com isso, poderia reforçar essa estrutura e sua organização técnica”, disse.

“Isso é algo que era necessário para nós porque tivemos de reduzir a nossa organização para poder cumprir com as limitações do teto orçamentário. Mas, ainda assim, a Haas é uma equipe totalmente independente na comparação com a Ferrari. Não é uma equipe júnior e não estamos trocando informações além do que é possível no regulamento”, reforçou o ítalo-suíço.

Binotto entende que a chance de ter uma base da Haas em Maranello e também de alocar funcionários da Ferrari na equipe norte-americana é uma forma de evitar com que os profissionais possam reforçar, por exemplo, estruturas de times rivais.

“Se puder escolher e tiver de reduzir minha organização, certamente ficaria mais feliz em saber que esses caras estão se unindo à Haas e reforçando-os do que simplesmente ficarem no mercado e estarem disponíveis para as outras equipes. Esta é, certamente, a maneira como encaramos as colaborações”, concluiu.

Ao longo do ano, a Ferrari até sinalizou com a chance de trabalhar em um programa paralelo na Indy e até mesmo de desenvolvimento de um projeto de hipercarro para o Mundial de Endurance. Tudo para poder alocar funcionários e reduzir os custos. Com o reforço da aliança com a Ferrari, a Scuderia descartou, em dezembro, qualquer possibilidade de colocar seus carros vermelhos na categoria norte-americana.

Outro grande exemplo de como a ligação entre Ferrari e Haas é cada vez mais sólida é a contratação de Mick Schumacher como titular da equipe de Kannapolis na próxima temporada. O alemão é oriundo da Academia de Pilotos da Ferrari. Mick teve a Ferrari como figura decisiva para alocá-lo em um carro da parceira Haas na próxima temporada, que vai marcar a estreia do filho do heptacampeão Michael Schumacher no grid do Mundial de Fórmula 1.

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