Os tempos de cada piloto da Fórmula 1 ao longo dos três dias de pré-temporada em Barcelona, na Espanha, acabaram importando menos do que os dados recebidos pelas equipes em um ano totalmente diferente no aspecto aerodinâmico — devido ao novo regulamento técnico. Pelo menos essa é a opinião do chefe da Ferrari, Mattia Binotto, que evitou se animar com a velocidade demonstrada pela F1-75 na Catalunha.
O italiano destacou o fato de que cada equipe possui sua visão do regulamento, com carros construídos em conceitos claramente diferentes uns dos outros. No entanto, na opinião de Binotto, os desempenhos na primeira parte da pré-temporada de 2022 foram bastante parecidos.
“O que mais me surpreendeu foi ver que todos aqueles carros diferentes foram bem similares em termos de desempenho”, disse o chefe da Ferrari ao braço italiano do canal Sky Sports. “Quando você vê escolhas conceituais diferentes, você espera ver isso traduzido na pista com uma diferença de desempenho. Ao invés disso, acho que os carros se aproximam — mesmo que sejam bem diferentes”, explicou.
“Ainda é muito cedo para julgar o desempenho, eu acho”, continuou. “Algumas equipes estavam carregando mais peso do que outras. Nós vamos ver isso nos testes do Bahrein e nas primeiras corridas. No começo da temporada, vamos tentar explorar todo o potencial do carro”, afirmou.
Binotto ainda admitiu que o carro da Ferrari deve chegar com algumas modificações à estreia do campeonato, no dia 20 de março, no Bahrein. “Vamos fazer algumas mudanças, mas nada drástico”, admitiu Binotto. “Então, no início da temporada vamos focar o máximo em tirar todo o potencial do carro atual”, salientou.
Além da velocidade demonstrada nos testes, o principal ponto positivo para a Ferrari nos três dias em Barcelona foi o número de voltas completadas: 439, mais do que qualquer outra equipe do grid atual — a Mercedes, segunda colocada no quesito, deu 393 giros ao redor do Circuito da Catalunha.
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Assim, o alto número de voltas traz dois pontos positivos à escuderia: além da confiabilidade de um conjunto que ainda não deu problemas apesar da alta quilometragem, a Ferrari tende a ter mais dados recebidos do que as outras competidoras do grid — o que deixou o chefe bastante satisfeito.
“Sim, satisfeito é uma palavra certa, já que conseguimos coletar muitos dados e fomos consistentes”, comentou. “Tenho que dizer que o carro se comporta bem, especialmente considerando como o projetamos. Até então, estamos satisfeitos. Porém, estamos conscientes de que ainda existe muito a descobrir, aprender e melhorar”, encerrou.