Ferrari se distancia e encaminha top-3 na F1. McLaren apenas se concentra em 2022

McLaren já até venceu corrida em 2021, mas é a Ferrari que vai se distanciando cada vez mais nos Construtores. Time de Woking sofre com evolução de rivais e falta de sorte nas corridas

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A disputa pelo terceiro lugar do Mundial de Construtores da Fórmula 1 envolve duas equipes acostumadas a brigar entre si. Mas se levarmos em consideração o passado, Ferrari e McLaren — duas das mais tradicionais escuderias da história da categoria máxima — estavam mais acostumadas aos duelos pela primeira colocação. No entanto, com os times vivendo novos tempos e buscando encerrar positivamente um período de recuperação, a realidade atual só lhes permite alcançar o posto de terceira força, muito longe das duas protagonistas Mercedes e Red Bull. E restando duas etapas para o final do campeonato, o time italiano se coloca muito próximo de conquistar o objetivo.

O GP da Rússia, fatídica etapa em que Lando Norris liderava até a chuva chegar e estragar sua corrida, acabou se tornando um ponto de virada na batalha entre os dois times em 2021. Apesar de a diferença já não ser tão grande como foi em outros momentos da competição, foi a partir deste momento que a Ferrari conseguiu subir o rendimento, que não caiu mais. A McLaren, por outro lado, entrou em fase terrível: para se ter ideia, somou quatro pontos nas últimas três corridas — a Ferrari fez 47.

Primeiramente, as alterações nos carros fizeram toda a diferença para que a Ferrari pudesse dar um salto de ritmo muito importante para 2021. No já citado GP da Rússia, Charles Leclerc recebeu um motor novo — inclusive com algumas especificações de 2022, para que a equipe possa testar —, fato que foi repetido na corrida seguinte, na Turquia, no carro de Carlos Sainz. Desde então, não existiu uma etapa sequer em que a McLaren tenha sido superior ao ritmo ferrarista.

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LANDO NORRIS; GP DA RÚSSIA; FÓRMULA 1;
Lando Norris arriscou com pneus slicks na chuva em Sóchi e perdeu chance de vencer (Foto: Reprodução)

Enquanto os italianos conseguiram melhorar a unidade de potência e alcançar um nível que ainda não havia sido visto em 2021, os ingleses preferiram ir em outra direção. A McLaren não investe mais no carro desta temporada, com os esforços voltados para o ano de 2022, quando um novo regulamento técnico entrará na Fórmula 1 e os carros serão completamente diferentes. Assim, enquanto um carro continuou evoluindo, o outro ficou estagnado. Não deu para segurar a diferença.

Dentro dos carros, essa discrepância também aparece. A dupla de equipe da Ferrari é a mais equilibrada do grid da Fórmula 1, com Leclerc em quinto, apenas 6,5 pontos à frente de Sainz, o sexto. Na McLaren, a situação é diferente: Daniel Ricciardo já até venceu uma corrida neste ano, a única vitória do time de Woking na temporada, no GP da Itália, mas segue 48 pontos atrás do companheiro de equipe na tabela. Norris é o quinto, e Ricciardo, o oitavo — estão separados na tabela justamente pelos dois ferraristas.

Assim, os rendimentos próximos do monegasco e do espanhol foram determinantes para que a Ferrari conquistasse pontuações altas nas corridas, já que ambos estão constantemente andando próximos, mesmo sem vencer no ano. É assim que Leclerc foi cortando cada vez mais a diferença para Norris na classificação. O britânico, que ocupa o quinto lugar desde o início da temporada, muito provavelmente vai perder a vaga para o monegasco, que já aparece com apenas um ponto a menos. Se considerarmos os desempenhos recentes, a tendência é de que Sainz passe também.

FERRARI; CHARLES LECLERC; CARLOS SAINZ; F1; GP DO CATAR;
Rendimento equilibrado de Charles Leclerc e Carlos Sainz levam a Ferrari ao top-3 do Mundial de Construtores (Foto: Scuderia Ferrari)

Outro fator que vem atrapalhando a McLaren consecutivamente nas últimas semanas é a falta de sorte. Até as equipes mais eficientes da Fórmula 1 precisam de uma ajudinha em suas decisões dentro e fora das pistas, mas definitivamente não é o que vem acontecendo em Woking.

No México, Ricciardo quebrou a asa dianteira na primeira curva da corrida, em incidente com Valtteri Bottas. No Brasil, o australiano abandonou com perda de potência. No Catar, seu carro sofreu com um erro no consumo de combustível, e o #3 precisou economizar durante a disputa. Assim, foram três finais de semana seguidos sem conquistar nem sequer um ponto.

Norris fez os quatro tentos da McLaren no período, mas ainda assim sofreu com o azar. Recapitulando: no Brasil, o inglês furou o pneu esquerdo traseiro logo na largada, em toque com Sainz. Fez corrida de recuperação e salvou um ponto, com o décimo posto. Em Losail, o britânico teve um pneu furado, o mesmo dianteiro esquerdo que também furou nos carros de Bottas, George Russell, Nicholas Latifi e Pierre Gasly, e novamente precisou se recuperar na pista para alcançar dois pontos, em nono.

Daniel Ricciardo venceu o GP da Itália deste ano pela McLaren, mas ainda busca melhor adaptação no carro (Foto: Beto Issa)

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Desta forma, restando apenas duas corridas para o encerramento do campeonato, na Arábia Saudita e Abu Dhabi, é possível observar a diferença entre Ferrari e McLaren aumentando cada vez mais. Um terceiro lugar que era dado quase como certo em Woking agora é muito provável que fique mesmo em Maranello. Sainz se adaptou ao carro da Ferrari de forma impressionante, pilotando em sua primeira temporada no nível de Leclerc, há dois anos na equipe. Ricciardo, por outro lado, ainda não está totalmente confortável ao monoposto inglês em seu ano de estreia.

E é justamente essa soma de fatores que torna cada vez mais difícil para a McLaren alcançar novamente a Ferrari no Mundial de Construtores — já são 39,5 pontos de diferença, algo difícil de ser tirado em duas corridas de condições normais. À McLaren, resta juntar os cacos e assimilar todas as decisões erradas de 2021, principalmente na segunda metade da temporada, e considerar que nem todos os fatores estavam sob controle da escuderia. Com a equipe focada no carro do próximo ano, o fracasso de 2021 pode significar o sucesso de 2022.

O resumo com os melhores momentos do GP do Catar de F1 (Vídeo: F1)
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