FIA prepara mudança em padrões de pilotagem motivada por polêmica Norris × Verstappen
De acordo com o site da emissora britânica BBC, a principal reclamação contra Max Verstappen é quanto à exploração de uma brecha nas regras relacionadas à defesa de pilotagem. A FIA prometeu revisar as atuais diretrizes
Após inúmeras reclamações pela falta de punição a Max Verstappen no duelo contra Lando Norris no GP dos Estados Unidos, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) se comprometeu em revisar as atuais diretrizes de pilotagem para evitar nova controvérsia a partir do ano que vem. A expectativa é que o texto revisto seja apresentado aos pilotos para aprovação ao final da temporada 2024, de acordo o site da emissora britânica BBC.
A reunião entre o órgão regulador e os pilotos aconteceu na sexta-feira (25), no México, que recebe a Fórmula 1 neste fim de semana. Segundo a publicação, a FIA não deu detalhes do que seria mudado, porém a decisão foi motivada por discussões a respeito das táticas de defesa que Verstappen havia empregado contra Norris.
O lance polêmico aconteceu nas voltas finais da corrida em Austin. Norris vinha em intensa perseguição à Verstappen, porém sem encontrar espaço para efetuar a ultrapassagem. Quando chegou à curva 12, trouxe o carro para a linha de fora, mas foi forçado ao erro pelo piloto da Red Bull. Ambos foram para fora, só que Lando concluiu o movimento, ganhando a terceira posição.
Imediatamente, os comissários deixaram o lance sob investigação, mas era claro que Norris seria punido por deixar a pista e ganhar vantagem. A indignação quase que unânime foi Verstappen também não levar nenhuma sanção, pois, no entendimento geral, havia forçado o #4 da McLaren para fora do traçado.
Ainda de acordo com a BBC, a FIA explicou aos pilotos na reunião a decisão de punir Norris, mas alguns discordaram da justificativa apresentada. A federação, então, concordou em colocar em pauta em encontro futuro uma revisão sugerida. A revista inglesa Autosport ainda afirmou que há apoio suficiente entre os pilotos para que as mudanças sejam aceitas antes do fim do ano, logo depois do Catar.
Fontes internas também confirmaram à emissora britânica que a FIA já estava preparada para o embate contra os competidores. A reunião foi descrita como “civilizada”, enquanto um porta-voz da entidade classificou o encontro como “colaborativo”.
“Houve um compromisso geral de continuar atualizando as diretrizes dos padrões de pilotagem”, continuou o porta-voz da FIA. “Levando em conta que eles solicitaram aos próprios pilotos as diretrizes de corrida e concordaram com a introdução junto com a GPDA (Associação de Pilotos de GPs), sempre que elas são atualizadas, os pilotos são consultados.”
“É geralmente aceito que os padrões devem continuar evoluindo, não por causa de incidentes isolados como o de Austin, mas pelo desejo de trazer consistência às determinações e decisões dos comissários”, completou a federação.

A principal reclamação dos pilotos, informou a BBC, foi por terem sentido que Verstappen havia explorado uma brecha nas regras relacionadas à defesa de um carro que tenta fazer a ultrapassagem pelo lado de fora. No lance contra Norris, Max freou mais tarde, tanto que também saiu da pista. Para os rivais, a atitude foge da ética de corridas.
A FIA enfatizou a importância de ser vista como consistente nas tomadas de decisão, mas os pilotos rebateram que isso não fazia sentido se as resoluções fossem erradas. Outro ponto também debatido foi a possibilidade de mudanças na pista para impedir uma saída natural do piloto do traçado.
Depois da corrida norte-americana, Lewis Hamilton foi um dos mais vocais, afirmando que “algo precisa ser feito” e citando como exemplo lance semelhante no GP de São Paulo de 2021. “Na frenagem, você está à frente, mas ele não faz a curva e espalha, e aí os dois espalham, você fica sem escolha para evitar a colisão. Algo precisa ser feito porque está acontecendo muito agora. Não se pode abrir mão da frenagem, sair da pista e manter seu lugar”, concluiu.
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