GUIA 2020: F1 teria maior temporada da história. Mas aí surgiu coronavírus

A F1 ainda quer realizar 22 corridas em 2020, que seria a temporada mais longa de todas. Só que a pandemia do coronavírus criou situação em que 15 GPs já seria um número ótimo

 

O dia era 4 de outubro de 2019. A Fórmula 1 ganhou a versão final do calendário da temporada 2020, e com número recorde. Com 22 corridas, uma a mais do que no ano anterior, seria o campeonato mais longo em 70 anos de história. Ênfase no seria: poucos meses depois, o coronavírus passou a assolar a China e forçar adiamentos e cancelamentos em massa. O recorde começou a subir no telhado, mas quem dera esse fosse o único problema da F1 na atualidade. Com poucos dias para o começo da temporada, com quatro meses de atraso, prever o número exato de corridas no ano virou exercício de futurologia.

Como se sabe, a F1 começou confirmando oito corridas. Todas na Europa, todas sem público, algumas em formato de rodada dupla. O GP da Áustria é seguido do GP da Estíria, ambos no Red Bull Ring. O mesmo acontece em Silverstone, que tem os GPs da Inglaterra e do Aniversário de 70 Anos. Os outros países com provas são Hungria, Espanha, Bélgica e Itália.

O GP da China foi a primeira baixa no calendário da F1 (Foto: Renault)

A versão final do calendário deve ter ainda mais duas corridas na Europa, em Mugello e Portimão, respectivamente na Itália e em Portugal. Depois, é possível que haja o GP do Canadá e o dos Estados Unidos, seguido do encerramento com provas no Bahrein e em Abu Dhabi.

Ainda é muito difícil fazer previsões sobre o que será da temporada 2020. Afinal, nem se direito como estará a preparação das equipes na altura do GP da Áustria. Mas já fica claro que por ser uma temporada muito conturbada, algo inédito no esporte, o campeonato ganha outra cara. É possível que tenhamos zebras ou mesmo uma briga por título se arrastando até a última prova, algo raro em anos recentes. 

O GP da Austrália chegou perto de acontecer, mas caiu (Foto: Mercedes)

Surge também um drama logístico. São oito GPs em um período de dez semanas, o que significa que as equipes vão trabalhar como nunca. Mesmo que sejam provas em solo europeu, sem envolver viagens extremamente cansativas, todos serão expostos a um novo nível de cansaço e estresse. Ainda é difícil falar de possíveis consequências disso, mas uma possível é a maior suscetibilidade a erros. Afinal, serão meses sem o descanso devido, possivelmente até dezembro.

Outro elemento novo, inédito na F1 moderna, é o de se contentar com carros essencialmente congelados. Quem errou a mão nos bólidos de 2020, e talvez nem tenha percebido isso ainda, vai ter chances muito limitadas de contornar o problema. A situação é ainda mais drástica quando lembramos que os carros seguem quase iguais também para 2021, com mudanças profundas ficando só para 2022.

A F1 começa uma maratona em 2020 sem saber muito bem onde vai chegar. Não dá para imaginar precisamente o número de corridas, muito menos as consequências de um certame tão afetado. A boa notícia é que finalmente teremos um campeonato. Será cansativo para todos com trabalho ligado à F1, mas é certamente uma notícia recebida com bons olhos por todos.

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