GUIA 2023: Haas, AlphaTauri e Williams querem deixar rabeira da F1 após 2022 fraco

Haas, AlphaTauri e Williams, as três últimas colocadas na F1 2022, querem sair da rabeira nesta temporada. E, por mais difícil que seja, há como fazer isso. E as três já deram bons sinais na pré-temporada

Pode ser uma prática maniqueísta, mas a Fórmula 1 historicamente se divide entre equipes boas e ruins — e há uma grande diferença entre ser e estar ruim. É claro que isso pode mudar conforme as temporadas, campeonatos e regulamentos, mas ficar no fundo do pelotão geralmente tem um veredicto correto: alguma coisa ali não funcionou. E foi o caso da Haas, AlphaTauri e Williams, as três últimas colocadas em 2022. 

Por mais que tenham ficado na parte inferior da tabela, é bem verdade que cada uma teve um desempenho distinto ao longo do ano. Uma começou bem e decaiu, outra fez um ótimo 2021 e um péssimo 2022, e ainda há aquela que seguiu no mesmo patamar dos últimos anos da pior forma: sendo a lanterna do grid. Por isso, exatamente nesta ordem, vamos começar por ela, a Haas. 

Nico Hülkenberg tomou a vaga de Schumacher para 2023 (Foto: Haas F1 Team)

O início de ano da equipe americana foi para lá de turbulento fora das pistas. Isso porque, por causa da invasão russa em território ucraniano, o esporte também sofreu seus impactos. Nikita Mazepin teve seu vínculo encerrado com o time de Gene Haas, bem como o patrocínio da Uralkali, empresa de fertilizantes de seu pai, Dmitry Mazepin, foi retirado do carro. Era o cenário perfeito para o caos, havia, inclusive, o medo de que a Haas não chegasse ao fim do ano. Sobreviveu.

Quem assumiu a vaga foi Kevin Magnussen, depois de ter ficado um ano fora da F1. E a Haas não poderia ter sonhado com um ‘back-up’ melhor. O dinamarquês começou o ano muito bem, fazendo bom uso do motor Ferrari e um VF-22 preparado. Marcou pontos em três das quatro primeiras etapas do ano. Depois, o ritmo caiu, mas ainda deu tempo de conquistar uma pole histórica no GP de São Paulo e visitar a zona de pontuação em outras quatro oportunidades. 

Mick Schumacher também pareceu mais motivado. Era nítido o mal-estar com Mazepin dentro da equipe. Foi em 2022 que o alemão conquistou seus primeiros pontos na F1, na Inglaterra e na Áustria. Ainda assim, a temporada foi mais de contras, com muitos abandonos e lambanças, do que de prós. Resultado: ficou sem vaga em 2023 e deu lugar a Nico Hülkenberg, outro resgatado pelo time.

E o caminho da experiência tende a ser melhor para Haas. Em 2022, Guenther Steiner pôde perceber que seu time consegue sonhar com posições melhores, mas não pode ser instável. E é o que Magnussen e Hülkenberg têm como missão: estabilizar a Haas como uma das forças do meio do pelotão. Com um carro carregado de soluções — mostradas, ao menos, nos testes coletivos — e a chegada de outra grande patrocinadora, há recursos para que isso aconteça. 

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Haas que subir o nível (Foto: Haas F1 Team)

Se de um lado a Haas aposta em veteranos, a AlphaTauri segue com caras novas. E nem tanto pela idade. Nyck de Vries, piloto de 28 anos, enfim, ganhou sua chance na Fórmula 1 com o time de Faenza. O interesse foi grande após sua performance no GP da Itália, quando substituiu Alex Albon na Williams, e pontuou logo de cara.  

Ao seu lado, Yuki Tsunoda, que vai para o terceiro ano com a AlphaTauri. E o foco não poderia ser outro: ter um 2023 muito melhor que 2022. Depois de uma boa surpresa em 2020 e 2021 — isso, claro, por conta de Pierre Gasly —, o time italiano caiu muito de rendimento: um carro com muitos problemas e que pouco pôde mostrar. 

Sendo a equipe ‘B’ da Red Bull, a AlphaTauri pode tentar seguir a linha de desenvolvimento taurina. Resta saber qual carro vai entregar nas mãos da dupla ‘novata’. Há um Tsunoda que ainda precisa se provar, e um De Vries que finalmente tem as chances de criar raízes na maior categoria do esporte a motor. 

Nyck de Vries foi a escolha da AlphaTauri (Foto: Peter Fox/Getty Images/Red Bull Content Pool)

Falando em raízes, não dá pra dizer que é algo que falta a Williams — afinal, é uma das grandes equipes da história da F1. Mas, é um fato também: tem sofrido muito nos últimos anos. Os britânicos se acostumaram com o último lugar entre os construtores e só tiveram uma boa surpresa em 2022: Alex Albon. 

Sem George Russell, a equipe precisava urgentemente de um novo comandante. Nicholas Latifi nunca justificou sua permanência na Fórmula 1 e, por isso, o piloto anglo-tailandês voltou com força e muitas expectativas. Obviamente, era um cenário limitado com os recursos que tinha em mãos. 

Ainda assim, Albon tirou leite de pedra. Levou a equipe de Grove aos pontos em três oportunidades — na Austrália, inclusive, fez uma estratégia descomunal ao rodar 57 voltas com pneus duros e trocar os compostos apenas na penúltima volta, um momento daqueles lendários na F1. Albon foi um bom trunfo para a Williams e fez ao menos o que se esperava: tomar as rédeas do time com a saída de Russell. 

Alexander Albon foi importante para William em 2022 (Foto: Williams)

Alex terá como companheiro de equipe Logan Sargeant, pupilo dos britânicos, que finalmente substituirá Latifi. Além disso, há também uma mudança importante na chefia: sai Jost Capito, entra James Vowles, agora ex-estrategista da Mercedes. Mudanças cruciais que, se tiverem sinergia, podem tirar a equipe da rabeira. 

São desafios diferentes e objetivos semelhantes para as três equipes que se encontram nos últimos lugares do grid. Cada uma, no entanto, tem seus pontos positivos. E mostraram alguma força nos testes de pré-temporada. A ver se força suficiente para darem um salto em 2023 em um pelotão que tende a ser tão compacto.

A largada do GP do Bahrein está marcada para 12h (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO traz um guia completo para entender tudo que está em jogo na temporada 2023 da Fórmula 1.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.