Haas pretere Fittipaldi e escolhe Magnussen para lugar de Mazepin na temporada 2022

A Haas bateu o martelo sobre quem será o companheiro de Mick Schumacher em 2022. Kevin Magnussen foi o escolhido pela equipe norte-americana

COMO CONFLITO ENTRE RÚSSIA E UCRÂNIA AFETA A FÓRMULA 1 E OUTROS ESPORTES A MOTOR

A Haas não demorou nada para definir quem será o substituto de Nikita Mazepin na temporada 2022 da Fórmula 1. Apesar de surpreendente, a equipe americana optou por uma solução familiar e assinou um novo contrato com Kevin Magnussen. O dinamarquês, que estava longe da Fórmula 1, defendeu o time de Gene Haas entre 2017 e 2020 e agora terá segunda chance.

Magnussen acabou perdendo o lugar na esquadra em 2021, por conta da chegada endinheirada de Mazepin, que depositou um belo aporte financeiro nas contas da Haas, com o patrocínio da empresa de seu pai, a Uralkali. Acontece que o conflito entre Rússia e Ucrânia mudou todo esse cenário. A equipe da Carolina do Norte precisou desfazer o patrocínio de Mazepin e, como consequência, demiti-lo.

Existia a expectativa de que o nome escolhido pela Haas fosse o do brasileiro Pietro Fittipaldi, que ocupa o posto de reserva da equipe americana desde 2019. Em entrevista, Guenther Steiner chegou a afirmar que o piloto era “o primeiro da fila” por uma possível vaga no lugar de Mazepin.

“Estou muito feliz em ter Kevin Magnussen de volta à Haas”, comentou Guenther Steiner. “Ao procurar um piloto que pudesse agregar valor à equipe, sem mencionar a riqueza de experiência na Fórmula 1, Kevin foi uma decisão direta para nós. A disponibilidade imediata de Kevin significa que podemos aproveitá-lo como um recurso para testes da pré-temporada ao lado de Mick Schumacher e Pietro Fittipaldi”.

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Kevin Magnussen está de volta à Fórmula 1. De novo, pela Haas (Foto: Indycar)

Steiner confirmou que Fittipaldi vai abrir a semana guiando o carro da Haas na parte da tarde desta quinta-feira. “Essa é uma grande oportunidade para ele, com Mick e Kevin fazendo o resto antes do GP do Bahrein”, disse Steiner.

Magnussen admitiu que ficou “muito surpreso, mas igualmente muito empolgado por receber a ligação da Haas. “Estava olhando para uma direção diferente em relação aos meus compromissos para 2022, mas a oportunidade de voltar a competir na Fórmula 1, e com uma equipe que conheço extremamente bem, foi simplesmente muito atraente”, disse o dinamarquês.

Kevin agradeceu à Peugeot e a Chip Ganassi Racing por o liberarem de seus compromissos nos campeonatos de endurance. “E naturalmente, também quero agradecer a Gene Haas e Guenther Steiner pela chance de retomar minha carreira na Fórmula 1 – eu sei o quão competitivos eles são e o quanto eles estão ansiosos para voltar a competir semana após semana”, emendou o piloto.

“Fui informado o máximo possível sobre o desenvolvimento do VF-22 e o potencial do pacote. Há trabalho a fazer, mas estou animado por fazer parte disso. Mal posso esperar para voltar ao volante de um carro de Fórmula 1 no Bahrein”, completou.

NIKITA MAZEPIN; HAAS; F1; FÓRMULA 1; GP DE ABU DHABI;
Futuro do piloto russo na F1 está em risco (Foto: FIA Pool/LAT Images/Haas)

Mazepin deixa a Fórmula 1 antes mesmo de começar sua segunda temporada na categoria. O russo estreou em 2021, pela Haas, cercado de dúvidas e polêmicas por conta do dinheiro investido na equipe mesmo sem grandes resultados nas categorias inferiores. Além disso, antes mesmo de estrear, foi filmado em um caso de assédio sexual.

Nas pistas, o piloto não deixa também nenhuma saudade, com acidentes, erros e reclamações dos colegas de grid. Com um fraco carro nas mãos, terminou o campeonato na última posição, sem marcar pontos. Apesar de ter tido apenas quatro abandonos, seu melhor resultado foi o 14º lugar no GP do Azerbaijão.

A mudança foi ocasionada pela delicada situação de Mazepin após diversas sanções aplicadas a atletas russos e, claro, o rompimento com o patrocínio principal do time. Apesar da Federação Internacional de Automobilismo [FIA] decidir que pilotos e equipes da Rússia poderão seguir no esporte a motor com bandeira neutra, a Motorsport UK, entidade máxima do esporte no Reino Unido tomou outra atitude.

O leste da Europa vive dias de muita tensão. Desde o dia 24 de fevereiro, tropas da Rússia invadem o território da Ucrânia, avançando em direção à capital Kiev, que vem sendo diariamente bombardeada. A invasão em larga escala ao território ucraniano acontece por terra, mar e ar.

A situação atingiu em cheio a Haas, que tem uma gigante russa do ramo de fertilizantes como principal patrocinadora. O dinheiro russo, aliás, é também o que sustentava a vaga do piloto russo na equipe. A Uralkali, empresa de Dmitry Mazepin, possui laços muito próximos ao governo do presidente Vladimir Putin.

No último dia de testes em Barcelona, a equipe americana apareceu sem estampar a marca da Uralkali nos carros e também sem as cores da bandeira russa. À imprensa, Steiner assegurou que a equipe não será afetada pela situação, mas não assegurou o posto de Mazepin, declarando que “nem tudo depende de nós”.

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia:

No último dia 21, o presidente russo Vladimir Putin reconheceu, em decreto, a independência das províncias separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk. O movimento gerou sanções da União Europeia e dos Estados Unidos ao governo e a empresas russas, aumentando também o medo de um confronto na região.

A tensão escalou de vez no leste europeu no último dia 24, quando a Rússia atacou a Ucrânia em um movimento classificado por Kiev como uma “invasão total”. Às 5h45 [23h45 de quarta-feira, no horário de Brasília], Putin anunciou em um pronunciamento uma “operação militar especial” para “proteger a população do Donbass”, uma área de maioria étnica russa no leste ucraniano, onde estão Donetsk e Luhansk.

O comando militar russo alega que “armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas da Ucrânia”. Putin afirmou que a Rússia não planejava uma ocupação da Ucrânia, mas ameaçou com uma resposta “imediata” qualquer um que tentasse interromper a operação. O mandatário russo recomendou que os soldados ucranianos se rendam e voltem para casa. “Do contrário, a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue”, avisou.

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky decretou lei marcial em todo o país, instaurando regime de guerra e convocando grande parte dos reservistas das forças armadas – inclusive impedindo que homens entre 18 e 60 anos de idade saiam do país nos próximos 30 dias.

A crise militar é uma das maiores desde a Segunda Guerra Mundial e a mais grave da Europa envolvendo uma potência nuclear.

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