Hamilton chega ao penta mais forte do que nunca na F1 e estraçalha rival Vettel com exibições cirúrgicas

Lewis Hamilton foi impecável em 2018. A definição pode até soar exagerada, mas é verdadeira. O inglês não cometeu erros e chegou ao título exibindo o melhor de sua pilotagem. Rápido e cerebral, o #44 estraçalhou Sebastian Vettel, que não conseguiu suportar a pressão

Impecável, imparável, implacável. Tudo isso define a temporada magistral feita por Lewis Hamilton em 2018. O inglês soube se recuperar no momento certo e, mesmo não tendo o melhor carro em boa parte do campeonato, tirou de seu talento, habilidade e inteligência voltas geniais e performances avassaladoras. Quando a Mercedes melhorou o W09, então Hamilton se pôs ainda mais letal, não dando qualquer chance a Vettel e a Ferrari, que se perderam em erros e decisões desastradas. 
 
O pentacampeonato confirmado neste domingo (28), no México, é mais do que merecido, portanto. Hamilton trabalhou por ele, usou a cabeça e não se desesperou quando as dúvidas sobre seu desempenho foram levantadas no início do ano. Mais que isso, Lewis agora sabe como ninguém afastar as críticas e ficar acima da pressão — e talvez esse seja o grande segredo do campeão de 2018.
Lewis Hamilton (Foto: AFP)
Início sonolento 
 
Uma das temporadas mais dominantes da carreira de Hamilton começou em marcha muito lenta. Numa aparente ressaca da conquista do tetracampeonato e da árdua briga que travou com Vettel em boa parte de 2017, o inglês parecia estar em outra dimensão nas primeiras corridas de 2018. E, neste caso, não era uma boa dimensão.
 
Lewis começou o ano com dois pódios, na Austrália e no Bahrein, mas o quarto lugar na China já deixou um alerta bem forte ligado para os lados da Mercedes. Curiosamente, porém, foi justamente quando veio a primeira vitória que as coisas mais pareceram estranhas para o #44.
 
O primeiro triunfo de Hamilton em 2018 foi conquistado em Baku, mas a atuação do inglês não foi sequer boa. Se em Melbourne a vitória escapou por circunstâncias, no Azerbaijão ela chegou de forma quase que bizarra. Na grande corrida do ano, todo mundo que tinha chances de triunfar foi ficando pelo caminho até que a primeira posição caiu no colo de um Lewis extremamente discreto.
 
Só que a vitória com poucos méritos também serviu como um despertador para Hamilton. O que se viu na sequência foi um tetracampeão começando a acordar, ainda que as provas seguintes indicassem que a Ferrari não só havia buscado a Mercedes como já estava melhor. Antes disso, porém, teve tempo de Lewis ter uma atuação daquelas inesquecíveis em um modorrento GP da Espanha, palco de seu segundo triunfo em 2018.
O pódio do GP do Azerbaijão (Foto: Force India)
Veio, então, a série de cinco provas que, por mais que tivessem uma vitória em Paul Ricard no meio, indicaram fortemente que Vettel e Ferrari muito dificilmente perderiam o título. Com o alemão levando a melhor no Canadá e, principalmente, na casa de Hamilton em Silverstone, a coisa ficava feia para a Mercedes.
 
O cenário só não foi pior porque Max Verstappen venceu na Áustria e Daniel Ricciardo ganhou em Mônaco, mas Vettel fez 93 contra 68 pontos de Hamilton no período de cinco provas e, mais uma vez, a Mercedes tinha sequenciais problemas, principalmente com os pneus mais macios e com as temperaturas que não podiam ser nem elevadas e nem baixas.
 
Foi aí que, da forma mais improvável, o jogo virou. Logo depois de tomar um duro golpe e perder a prova na corrida de casa, Hamilton deu o troco com força em Hockenheim. E ainda venceu ao ver Vettel cometer um erro grotesco e bater quando vinha na liderança.
 
Aquilo ali abriu as portas para uma avalanche de Hamilton. E uma vitória também dominante na Hungria fez os rivais irem para as férias em posições completamente opostas. Se ainda a tabela de pontos estava embolada, o moral de Lewis estava no topo, enquanto a confiança de Vettel vinha no solo.
 
Segunda parte avassaladora
Sebastian Vettel (Foto: AFP)
Quando as ações foram retomadas após as férias de verão, em Spa-Francorchamps, a Ferrari desembarcou no rápido circuito belga renovada das derrotas do fim da primeira parte da temporada. Vettel comandou treinos livres e deu a impressão de estar totalmente restaurado do erro da Alemanha. E ainda que Hamilton tenha feito a pole em uma chuvosa classificação, Seb foi implacável na corrida, fazendo uma fácil ultrapassagem logo no início da corrida, para partir para a vitória. 
 
O triunfo deixava a entender que a diferença de pontos na tabela era muito frágil e que, logo, a Ferrari retomaria a ponta. E foi nesse clima que a F1 chegou à Itália uma semana depois. A equipe italiana fez uma importante dobradinha, com Hamilton em terceiro no treino classificatório. Mas a vida nas garagens vermelhas não estava das mais fáceis. Räikkönen fez a pole, e isso irritou Vettel, que acabou cometendo um erro logo na primeira volta, ao tentar ultrapassar Lewis de qualquer maneira. Resultado: toque e queda no pelotão.
 
Hamilton, por sua vez, fez uso da paciência e, aos poucos, foi chegando em Kimi, até ultrapassá-lo e partir para uma improvável vitória em plena casa ferrarista. A redenção dos italianos, então, teria de ser em Singapura, uma pista que se ajustava melhor ao carro vermelho que ao prata. Mas lá Hamilton guardou uma de suas melhores apresentações ao cravar uma pole espetacular. Não houve chance, e Lewis venceu de ponta a ponta, consolidando a liderança do campeonato. 
Lewis Hamilton (Foto: Mercedes)
Aí vieram as etapas da Rússia e do Japão. Em Sóchi, a Mercedes esbanjou velocidade e saiu de lá com uma dobradinha – a corrida, no entanto, foi marcada por uma desnecessária ordem de equipe, que tirou de Valtteri Bottas a chance de vitória. Pelo campeonato, Hamilton venceu e Vettel foi só terceiro. Em Suzuka, o inglês dominou novamente e venceu, enquanto Vettel e a Ferrari se perderam em novos equívocos de estratégia e pilotagem. 
 
Com isso, o #44 aterrissou nos EUA com 67 pontos de vantagem e nem precisava vencer para garantir o título. Mas Austin representou uma corrida até atípica para o futuro pentacampeão. Räikkönen voltou ao topo do pódio, algo que não acontecia desde o início de 2013, quando ainda existia a Lotus preta. Lewis cometeu um raro erro durante batalha com Max Verstappen e terminou em terceiro. A decisão foi adiada em uma semana porque Vettel terminou logo atrás, em quarto.

Lewis teve seu segundo 'match-point' neste domingo, no mesmo México que viu a conquista do seu quarto título mundial, no ano passado. Desta vez, o britânico precisaria apenas de um sétimo lugar independente do resultado de Vettel. Ao alemão, era vencer e torcer para o rival terminar de oitavo lugar para trás. A larga vantagem era mais uma amostra da supremacia de Hamilton ao longo da temporada. No fim das contas, diante dos apaixonados fãs nas arquibancadas do Autódromo Hermanos Rodríguez, Hamilton pela quinta vez soltou o melhor dos gritos da garganta: é campeão!

Em uma corrida marcada pela extrema degradação dos pneus, Hamilton até fez uma ótima largada, mas não pode fazer muito devido aos compostos. Ainda assim, cruzou a linha de chegada em quarto, o que garantiu o quinto título do mundo.

 

GRANDE PRÊMIO cobre ‘in loco’ o GP do México de F1 neste fim de semana com a repórter Evelyn Guimarães.

E o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 acontece este ano nos dias 9, 10 e 11 de novembro, no autódromo de Interlagos. Os ingressos para a corrida estão disponíveis no único site oficial do evento: www.gpbrasil.com.br.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.