Histórico de “vai e vem” indica que Honda tem porta aberta para retorno no futuro

Não é a primeira vez que a Honda deixa a Fórmula 1. Com este histórico e uma possível mudança futura na categoria, as portas seguem abertas para a montadora japonesa

Pela quarta vez em sua história, a Honda se retirou da Fórmula 1. Como fornecedora de motores desde 2015, os japoneses tomaram a decisão que afeta Red Bull e AlphaTauri na última sexta-feira. De acordo com a montadora japonesa, a saída se dá para voltar as atenções a tecnologias mais sustentáveis e amistosas ao meio-ambiente na indústria automotiva.

A primeira passagem foi entre 1964 e 1968. Na ocasião, apenas quatro anos depois de iniciar a produção dos carros de passeio, desenvolveram o RA271 para competição. O grande momento veio no GP do México de 1965, já com RA272, com a vitória de Richie Ginther. Outra vitória veio com John Surtees no GP da Itália de 1967.

Porém, o carro de 1968 apresentou vários problemas de confiabilidade, e a morte de Jo Schlesser, durante o GP da França de 1968, motivou a primeira saída da categoria.

A primeira vitória da Honda na Fórmula 1 chegou no GP do México de 1965, com um carro comandado por Richie Ginther (Foto: Reprodução)

A segunda passagem foi como fornecedora entre 1983 e 1992, com destaque para os cinco títulos de pilotos e seis de construtores no período 1987-1991. Foi com a Honda que Nelson Piquet conquistou o tricampeonato pela Williams, em 1987, além dos três títulos de Ayrton Senna. A saída veio por motivos financeiros.

Depois de um projeto de carro abortado em 1998 após a morte do engenheiro Harvey Postlethwaite, a Honda promoveu retorno ao grid em 2000 como fornecedora de motores, trabalhando inicialmente com BAR e Jordan. Em 2006, a montadora tomou o controle das mãos da British American Racing e voltou a ter uma equipe de fábrica, com Rubens Barrichello e Jenson Button como pilotos.

Apesar de uma incrível vitória na Hungria com Button, o time sofreu com confiabilidade e desempenhos ruins. Ao fim de 2008, com a crise mundial, a montadora anunciou a retirada da categoria. Posteriormente, o espólio do time foi comprado, e Ross Brawn montou a vencedora Brawn GP, que seria vendida para a Mercedes no fim de 2009.

O caótico GP da Hungria de 2006 viu uma excelente prova de recuperação de Jenson Button na pista molhada. Foi a primeira vitória da fabricante japonesa após o retorno, em 2000 (Foto: Honda)

A Honda anunciou retorno em 2015 como fornecedora da McLaren, reeditando a parceria vencedora do fim dos anos 1980 e início dos 1990. Porém, com desenvolvimento muito aquém das rivais, os japoneses viram diversos problemas de confiabilidade e reclamações por parte de Woking. O fim do casamento veio em 2017.

Logo, a Red Bull entrou na cena ao fim da parceria com a Renault. Primeiro, os japoneses forneceram motores para a Toro Rosso em 2018 antes do vínculo com o time principal, que até aqui, registrou quatro vitórias nas mãos de Max Verstappen, além do histórico triunfo de Pierre Gasly no GP da Itália de 2019.

Com uma história de “vai e vem” pela categoria, a Honda deixa, de certa forma, um sinal de possível retorno no futuro, porém, não tão próximo assim. A montadora, por exemplo, já revelou um desejo inicial de transferir a tecnologia de motores para a equipe.

“A Honda ficaria feliz em conversar com eles se eles precisarem de nós de alguma forma, não somente sobre a unidade de potência, mas também sobre outras coisas. Para apoiar a AlphaTauri e a Red Bull no seu programa depois de 2021, ficaríamos felizes em cooperar”, garantiu o dirigente Masashi Yamamoto. “No entanto, no futuro, Red Bull e a AlphaTauri podem não ter esse tipo de situação com outras parceiras, de modo que queremos apoiá-los e ajudá-los de qualquer maneira que possa ser útil no futuro”, continuou.

O que sobrará para Max Verstappen? (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

“Se esse tipo de pedido for feito pela equipe, estou pronto para falar com o Japão. Eu, pessoalmente, quero apoiar [Red Bull e a AlphaTauri] o máximo possível”, assegurou Yamamoto.

A Fórmula 1 ainda não sabe o próprio futuro, não sabe as tecnologias que serão utilizadas daqui para frente, não tem certeza se os custos vão criar um cenário atraente e sequer tem certeza da próxima existência. Se uma completa revolução existir ao ponto que a categoria siga crescendo, a Honda estará lá, pois entende a história e o que o campeonato representa em termos de elite no esporte a motor.

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