Ímola expõe fragilidades: Mercedes e Red Bull dependem muito de Hamilton e Verstappen
Sem Lewis Hamilton e Max Verstappen, Mercedes e Red Bull sofrem para manter alto nível. Surge a questão: como depender apenas de Valtteri Bottas e Alexander Albon no futuro?
Lewis Hamilton e Max Verstappen viraram unânimidades na Fórmula 1 moderna. O britânico tem estatísticas que falam por si, enquanto o segundo é visto como uma estrela do futuro. Isso coloca Mercedes e Red Bull em posições privilegiadas, mas serve também como armadilha – é que não há muito como confiar nos segundos pilotos, os hesitantes Valtteri Bottas e Alexander Albon.
Isso ficou claro no GP da Emília-Romanha do último fim de semana, principalmente na Red Bull. A equipe perdeu Max Verstappen, que andava em segundo até um pneu furado forçar o abandono. Albon não fazia atuação brilhante, mas estava em sexto e com chances de ajudar a escuderia a pontuar. Resultado: foi ultrapassado por fora por Pérez e, depois, rodou sozinho em uma das cenas mais patéticas do ano. O piloto caiu em último, sem nem chegar perto de pontuar.
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No caso da Mercedes, o caso é mais sútil. Além disso, não é uma questão tanto do GP da Emília-Romanha. Valtteri Bottas é um piloto competente e que fez um trabalho honesto em Ímola, perdendo a vitória mais por questões que não eram de seu controle do que por qualquer outro motivo. Só que sempre fica mais claro: não há condições de Bottas ser o primeiro piloto da Mercedes.
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Isso não é relevante na atualidade, já que a Mercedes tem Hamilton. A questão é que ele não vai pilotar para sempre, e os rumores de uma possível aposentadoria ao fim de 2020 foram iniciados pelo próprio. Um repeteco da situação de Nico Rosberg em 2016 colocaria a turma de Brackley contra a parede e precisando forçar a busca por um primeiro piloto de pedigree.
Isso nos leva novamente à questão da Red Bull. É porque todo mundo iria em busca de uma possível vaga na Mercedes, incluindo Verstappen. Se os taurinos perdem o holandês, desaba o castelinho de areia: não há como contar com Albon como alguém capaz de trazer bons resultados, talvez nem mesmo de forma ocasional. O possível substituto do tailandês, seja ele Sergio Pérez ou Nico Hülkenberg, também dificilmente seria alguém com cacife para sonhar com títulos.
Isso parece um problema pequeno, até porque Mercedes e Red Bull podem contar com Hamilton e Verstappen, mas cria momentos de vulnerabilidade. A equipe alemã teria vencido o GP da Itália, mesmo com Hamilton punido, se Bottas tivesse largado dignamente. Na austríaca, é até difícil apontar um exemplo só, dada a tendência de ver Albon se complicando sozinho. Nada que mudasse o campeonato de cabeça para baixo em 2020, mas pode ser a diferença entre ser campeão e vice no Mundial de Pilotos e no de Construtores em uma temporada mais apertada.
Não é questão de ter uma dupla tão competitiva a ponto de virar explosiva, como Ayrton Senna com Alain Prost ou, para usar exemplo mais recente, Lewis Hamilton com Nico Rosberg. Um bom exemplo de meio termo era o mesmo Hamilton, mas com Jenson Button. Dois campeões, com um podendo garantir algum resultado em caso de problema com o outro.
É verdade que a questão de ter um grande segundo piloto não tira o sono de Toto Wolff ou de Christian Horner, mas é uma questão que os dois precisam ter em mente. Hamilton não vai pilotar para sempre, assim como a lealdade de Verstappen deve ter algum limite. Mercedes e Red Bull precisam ficar prontas para resolver o que viraria um problema colossal.
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