In loco: Red Bull é favorita e inimiga de si própria no México. Mercedes corre só para garantir campeonato

A Red Bull confirmou o favoritismo no México com uma dobradinha disputadíssima neste sábado (27) e sabe que tem tudo para transformar o resultado em uma vitória categórica no domingo. Contra os austríacos, apenas eles mesmos. A performance é tão melhor que a de suas rivais que só um enrosco na largada ou a temida falta de confiabilidade pode tirar o triunfo das mãos dos energéticos

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Lá em maio, quando Daniel Ricciardo fez a pole e ganhou em Mônaco, já era para ter sido uma dobradinha inquestionável, não fosse o erro cometido por Max Verstappen no sábado. Agora no México, os austríacos conseguiram colocar toda a energia em um desempenho categórico durante a definição do grid de largada. É bem verdade que o holandês parecia mais perto da pole, mas um problema de freio – de acordo com ele – acabou o tirando de uma disputa mais apertada. Ainda assim, Ricciardo foi implacável, mesmo sem uma volta “tão limpa”. O fato é que o australiano cravou a posição de honra, trazendo um insolente Verstappen na segunda posição – o jovem ficou tão aborrecido com a perda da colocação principal que chamou a sessão de lixo, antes de derrubar a plaquinha de segundo lugar quando voltou da última tentativa de giro rápido. De qualquer forma, a esquadra chefiada por Christian Horner fez aquilo que já se desenha desde os treinos livres.

 
A explicação para tamanho desempenho de uma hora para outra está, em grande parte, no próprio carro austríaco. O RB14 é uma de linhagem de modelos equilibrados neste tipo de condição, de circuitos que exigem da aderência mecânica – daí a grande performance em pistas como Mônaco e Singapura, por exemplo. Mas no Hermanos Rodríguez ainda conta a favor a informação de que a potência dos motores sofre uma queda por conta da altitude elevada da Cidade do México. No caso, a Renault tem uma perda menor que as suas rivais, o que ajuda a disputa ser mais parelha. Só que talvez um dos pontos mais importantes também esteja na gestão dos pneus. Quase impecável dos taurinos.
Daniel Ricciardo (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Os carros energéticos não apresentaram o mesmo nível de degradação de seus oponentes, mas o time optou por seguir a concorrência e vai mesmo largar com os pneus ultramacios ao invés dos hipermacios que tão bem se acertaram ao RB14. Também como forma de reiterar o domínio no circuito mexicano, a Red Bull é a única que parece ter condições de se arriscar em uma estratégia agressiva para a corrida. 

 
Por conta da preocupação com o desgaste da borracha de forma geral, a Pirelli coloca a tática de dois pit-stops como a decisão mais segura. Ou seja, nove voltas com os ultramacios na primeira parte da prova e aí mais dois stints, de 31 giros, com os supermacios. Só que a equipe austríaca pode se lançar em uma estratégia de um único pit-stop. Ou seja, percorrer com os compostos roxos entre 15 e 18 voltas na parte inicial da corrida, para depois mudar para os supermacios e ir até o fim. É claro que demanda muito cuidado, mas é algo que o carro enérgico parece ter condição de cumprir.
 
Mas a Red Bull também tem seus fantasmas. E um deles está na primeira fila. Ambos os pilotos são bons largadores, mas Verstappen tem uma postura mais difícil na disputa por posição, daí a preocupação da cúpula da equipe em não colocar tudo a perder logo na curva 1. “Os dois são parte da equipe, estão livres para correr, mas precisamos manter isso de forma limpa. Não se ganha na primeira curva. Temos uma estratégia para nos manter à frente da Ferrari e da Mercedes”, disse Horner ao fim da classificação.
 
A outra questão que paira tem a ver com a confiabilidade. Os carros austríacos apresentaram problemas ao longo do fim de semana, de falhas hidráulicas a problemas de freios, então o bom desempenho dos sistemas se torna uma obsessão, tanto quanto fazer a estratégia funcionar. 
Lewis Hamilton (Foto: Mercedes)
As rivais
 
Mercedes e Ferrari está ali na cola. Depois de uma sexta-feira complicada, as duas principais equipes do grid deram um passo neste sábado. É claro que a degradação dos pneus ainda assombra, daí a escolha pelos ultramacios na segunda fase da classificação. Lewis Hamilton se aproximou muito dos carros da Red Bull e pode ter um papel importante na briga pela vitória, mas já deixou claro que não vai assumir riscos desnecessários – o piloto precisa de apenas um sétimo lugar para celebrar o quinto título.
 
Só que a esquadra alemã precisou lidar com um problema hidráulico no carro de Valtteri Bottas durante TL3, e isso acendeu a luz amarela nas garagens prateadas. Chefão da equipe, Toto Wolff informou que a unidade será mandada para a Inglaterra para uma inspeção, “já que foi um problema raro nessas condições”. Ainda assim, o dirigente acha que o time conseguiu resolver a preocupação com o superaquecimento dos motores, além de entender melhor o acerto para o Hermanos Rodríguez. Mas a equipe não deve arriscar amanhã.
 
Quem pode arriscar neste sentido é a Ferrari. A esquadra italiana foi a única do top-3 a não sofrer problemas de confiabilidade e tem nisso sua força. Além disso, a SF71H, como em Austin, apresenta uma extraordinária velocidade de reta – Kimi Räikkönen foi quem registrou a maior marca durante a classificação: 356 km/h. Aliás, não só os carros vermelhos obtiveram ótimos registros, como também a Sauber. 
Sebastian Vettel (Foto: Ferrari)
Quer dizer, uma boa largada, ainda que saindo do quarto lugar, pode colocar Sebastian Vettel em uma boa posição para tentar adiar a comemoração de Hamilton. Uma vez mais, será interessante ver como os tetracampeões vão lidar com o ímpeto de Verstappen na primeira curva. Diante disso, os dados estão lançados. 
GRANDE PRÊMIO cobre ‘in loco’ o GP do México de F1 neste fim de semana com a repórter Evelyn Guimarães.
 
E o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 acontece este ano nos dias 9, 10 e 11 de novembro, no autódromo de Interlagos. Os ingressos para a corrida estão disponíveis no único site oficial do evento: www.gpbrasil.com.br.
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