Hamilton se vê alvo de regra das joias e ironiza: “Pilotos não têm personalidade nem piercings”

Em entrevista à revista Vanity Fair, Lewis Hamilton disse que não se sentiu bem-vindo na Fórmula 1 várias vezes por conta do corpo coberto por tatuagens e por usar o piercing da discórdia no nariz

Durante o fim de semana na Fórmula 1 na Austrália, terceira corrida da temporada 2022, um detalhe no briefing dos pilotos chamou a atenção: a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) reforçava a proibição ao uso de joias e piercings durante as corridas. Uma regra existente desde 2005, é verdade, mas que nunca havia recebido a fiscalização devida ao longo de tantos anos.

A corrida passou, mas a polêmica ganhou corpo. Em seguida, na semana da etapa de Miami, a entidade endureceu ainda mais a regra e estabeleceu um prazo de duas corridas para que pilotos “com joias de difícil remoção” no corpo as tirassem. Foi o que bastou para Lewis Hamilton aparecer na coletiva de imprensa em solo americano coberto de colares, anéis, relógios e o seu solitário piercing da discórdia no nariz.

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Hamilton apareceu sem o piercing no nariz no TL1 em Silverstone (Foto: Reprodução/F1 TV)

Hamilton não tem dúvidas de que a determinação da FIA foi uma direta. Do grid, ele é o único que usa o brinco no nariz — usava, na verdade, já que apareceu para o TL1 em Silverstone, décima etapa da temporada 2022, sem o acessório para evitar que fosse proibido de correr.

“Pessoas amam ter o poder. E impor o poder”, declarou o heptacampeão, capa da revista Vanity Fair de setembro. Na longa entrevista, Hamilton não titubeou ao ser questionado se a regra era direcionada a ele. “Acredito que sim. Porque eu sou o único que usa joias, na verdade.”

“[Em Miami], apenas coloquei o máximo que pude. Como eu disse, não posso remover pelo menos dois deles. Um, eu realmente não posso dizer onde está”, brincou o #44 da Mercedes, que admitiu que gosta de se divertir com a reação das pessoas quando fala sobre isso. “Eu não tenho piercing em nenhum outro lugar, mas adoro que pensem isso: ‘Será que ele furou as bolas?”, disse às gargalhadas.

Piadas à parte, Hamilton revelou que o estilo, com o corpo coberto por tatuagens, sempre esteve longe de ser unanimidade no paddock. E muitos nunca fizeram questão de disfarçar a reprovação. “Eu sentia que não era bem-vindo. Sentia que não era aceito. Deus sabe quantos desses pilotos disseram: ‘Não é desse jeito que um piloto de Fórmula 1 deve ser. Esse não é o comportamento. Não é assim que faz. Tatuagens? Não! Um piloto de F1 não tem tatuagens. Um piloto de F1 não tem personalidade — e piercings!”, disparou.

“Desde criança — regras. Nunca gostei que me dissessem o que fazer”, continuou o piloto, que usou uma citação da escritora americana Marianne Williamson para exemplificar como encara cada dia. “‘Nosso medo mais profundo não é que sejamos inadequados. Nosso medo mais profundo é que somos poderosos além da medida. É a nossa luz, não a nossa escuridão, que mais nos assusta’. Eu li isso e pensei que se tratava de uma das maiores citações da história.”

“Nos limitamos a maioria das vezes. E onde essa frase realmente me bateu foi: não deveríamos diminuir nossa luz para fazer os outros se sentirem bem. Deveríamos brilhar o máximo que fosse possível para que os outros possam fazer o mesmo. Vivo a minha vida por essa citação. Por muito tempo na minha vida, senti que estava diminuindo a minha luz, pois me sentia desconfortável”, completou Hamilton.

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