Hamilton defende comunidade LGBTQIA+ e critica lei da Hungria: “Inaceitável e covarde”

Às vésperas do GP da Hungria, o piloto da Mercedes criticou a lei anti-LGBTQIA+ do governo ultraconservador de Viktor Orbán e pediu que a população vote no referendo anunciado pelo primeiro-ministro para defender a comunidade. Governo húngaro modificou a lei para retirar direitos da população não heterossexual

Às vésperas do GP da Hungria, Lewis Hamilton saiu em apoio à comunidade LGBTQIA+ em meio a seguidos ataques aos direitos da população feitos pelo governo do nacionalista Viktor Orbán. O piloto da Mercedes pediu que as pessoas votem no referendo ainda sem data para defender lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, queers, intersexuais e assexuais.

Nos últimos anos, o governo Orbán atacou seguidamente os direitos da população LGBTQIA+. A administração do primeiro-ministro ultradireitista proibiu, por exemplo, que transgêneros possam mudar de nome e fez com que a definição legal de família considere apenas aquelas formadas por um pai do sexo masculino e uma mãe do sexo feminino.

Lewis Hamilton foi ao Instagram pedir que a população da Hungria defenda a comunidade LGBTQIA+ (Foto: Reprodução)

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À frente do país desde 2010, Orbán, que antes focava em atacar imigrantes, passou a mirar as minorias não heterossexuais com a diminuição da crise dos refugiados na Europa. O governo conservador liderou modificações na Constituição húngara e aboliu direitos civis de casais do mesmo sexo e restringiu a possibilidade de adoção por quem não estiver em um casamento católico.

A lei também criou uma relação entre homossexualidade e pedofilia e barrou a educação sexual nas escolas. De acordo com o governo, a justificativa da lei é que “a educação sexual dos filhos pertence exclusivamente aos pais”.

O texto inclui emendas que proíbem a difusão de conteúdos com qualquer outra orientação sexual que não a heterossexual, assim como informações sobre redesignação de gênero em escolas, filmes ou publicidade direcionadas a menores de 18 anos.

No fim do mês passado, 13 países da União Europeia divulgaram uma declaração pedindo providências após a adoção da lei que fere direitos fundamentais. Alemanha, Dinamarca, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Letônia, Lituânia, Luxemburgo e Suécia defenderam que a legislação húngara “discrimina pessoas LGBTQIA+ e viola o direito à liberdade de expressão sob o pretexto de proteger crianças”. O grupo pede que a Comissão Europeia faça todo o possível para “assegurar o pleno respeito pelo direito europeu”.

No último dia 7, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, advertiu o governo Orbán para que retifique a lei e ameaçou com consequências legais dentro do bloco. Em resposta, os húngaros anunciaram um referendo para avaliar o apoio da população à lei.

Em um vídeo postado nas redes sociais, o ultradireitista Orbán apresenta cinco perguntas, que foram consideradas ambíguas e confusas, como, por exemplo, se os húngaros aceitam que a escola “fale de sexualidade com seus filhos sem consentimento” e se apoiam a “promoção dos tratamentos de mudança de sexo para menores” ou a apresentação de “conteúdo na mídia de caráter sexual que afete seu desenvolvimento”.

O primeiro-ministro alega que as questões apresentadas por ele representam medidas que a União Europeia quer “impor” à Hungria. Orbán já pediu que a população responda “não” em todas as perguntas.

Antes da etapa de Hungaroring, o heptacampeão da Fórmula 1 manifestou apoio à comunidade LGBTQIA+ e pediu que a população do país “demonstre amor por aqueles ao seu redor”.

“A todos neste belo país que é a Hungria. Às vésperas do GP deste fim de semana, quero compartilhar meu apoio àqueles afetados pela lei anti-LGBTQ+ do governo”, escreveu Lewis. “É inaceitável, covarde e enganoso que aqueles no poder sugiram tal lei”, disparou.

“Todos merecem ter a liberdade de ser quem é, não importa quem amem ou como se identifiquem”, defendeu. “Insto as pessoas da Hungria a votarem no próximo referendo para proteger os direitos da comunidade LGBTQ+. Eles precisam do seu apoio mais do que nunca. Por favor, demonstre amor por aqueles ao seu redor, pois o amor vai vencer sempre. Enviando positividade a vocês”, encerrou.

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