Hamilton lidera manhã atrapalhada por chuva em 2º dia de testes da Fórmula 1 no Bahrein

Lewis Hamilton fez a alegria da torcida da Ferrari e liderou a manhã de testes coletivos desta quinta-feira (27), no Bahrein. O britânico fez a melhor volta em 1min29s379, quase 0s4 mais rápido que o ex-companheiro de Mercedes, George Russell

As quatro horas destinadas à primeira sessão de testes coletivos do segundo dia da pré-temporada da Fórmula 1 no Bahrein viraram praticamente três nesta quinta-feira (27), e tudo por conta da insistente chuva que pegou a todos de surpresa na quarta. Melhor para Lewis Hamilton, que aproveitou quando o traçado estava em boas condições para pneus slicks e registrou a melhor volta em 1min29s379 com a Ferrari. George Russell, de Mercedes, e Carlos Sainz, agora na Williams, completaram o top-3 da atividade.

Dessa vez, a chuva resolveu cair mais forte justamente na metade da atividade matutina em Sakhir, atrapalhando o trabalho de oito das dez equipes, já que apenas Aston Martin e Haas levaram compostos intermediários para o meio do deserto. Mesmo assim, as duas não se arriscaram tanto no asfalto molhado, enquanto as demais tiveram de esperar uma boa meia hora para calçar os pneus de pista seca e retomar o trabalho.

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As condições, todavia, já estavam comprometidas para qualquer tentativa de bater a marca de Lewis. Para se ter uma ideia, apesar da falta de conhecimento quanto aos acertos e quantidade de combustível, Russell registrava tempos 7s acima do alcançado pelo ex-companheiro de Mercedes.

Quem teve uma manhã um tanto atrapalhada foi Oscar Piastri. Se o primeiro dia terminou com o companheiro de equipe, Lando Norris, no topo da tabela de tempos, o australiano registrou a primeira volta rápida com pouco mais de 1h30 para o fim da sessão, depois que a chuva parou. De início, conseguiu achar o sétimo tempo. O curioso é que ele reclamou com a equipe de algo “entre as pernas” dentro do cockpit, até que a McLaren se deu conta de que havia uma chave de fenda no carro!

Lewis Hamilton colocou a Ferrari no topo da manhã no Bahrein (Ferrari)

No fim, Oscar terminou mesmo em sétimo, atrás de Pierre Gasly, mais uma vez combativo ao volante da Alpine, em quarto, Fernando Alonso, que achou o quinto tempo com a Aston Martin, e Yuki Tsunoda, que aproveitou o melhor momento da pista nos 30 minutos finais para saltar para a sexta posição. Liam Lawson enfrentou problemas no terço final e ficou apenas em oitavo, à frente apenas de Nico Hülkenberg, com a Sauber, e Esteban Ocon, da Haas.

Russell foi o piloto que mais andou, dando mais de 70 voltas no circuito de Sakhir, enquanto Lawson deu apenas 28 giros com o RB21. Os pilotos agora realizam pausa de uma hora para o almoço e retornam às 9h (de Brasília, GMT-3). Apenas Sainz e Liam continuarão no carro.

GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do período de testes da Fórmula 1 e acompanha tudo que acontece no Bahrein em TEMPO REAL. As atividades acontecem entre os dias 26 e 28 de fevereiro, sempre com duas atividades por dia, uma entre 4h e 8h (de Brasília, GMT-3) e outra entre 9h e 13h. A estreia do campeonato está programada para acontecer duas semanas depois, entre os dias 14 e 16 de março, no GP da Austrália.

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Nico Hülkenberg comandou a atividade da Sauber pela manhã (Sauber)

Confira como foi a sessão da manhã do dia 2 de testes em Sakhir:

Quem achou que a chuva no deserto seria apenas um fato isolado se surpreendeu com a garoa ultrafina que voltou a cair no início da manhã barenita e causou certa incerteza nos pilotos quanto às reais condições — Piastri, por exemplo, relatou à McLaren assim que foi à pista, nos primeiros dez minutos de atividade, que o asfalto estava “um pouco escorregadio” e decidiu retornar aos boxes.

Até então, a escolha ainda eram os slicks, já que a pista não estava nem ao menos úmida o suficiente para que os intermediários entrassem em ação. Com 13°C de temperatura ambiente, asfalto em 14°C e umidade relativa do ar em 54%, Russell, Hamilton, Hülkenberg, Lawson, Tsunoda e Ocon — com as grades instaladas no carro da Haas para os testes aerodinâmicos — eram os primeiros a registrar tempos, com o #63 da Mercedes comandando a tabela com 1min33s882.

O carro da Sauber, na verdade, chamava atenção depois que a imagem recuperada mostrou as aletas da asa traseira sacudindo para cima e para baixo de forma um tanto intensa na reta, com o DRS ativado. Pela manhã, o alemão foi responsável pelas atividades do time de Hinwil, com Gabriel Bortoleto assumindo à tarde.

Já a Ferrari de Lewis foi para a pista com saídas de resfriamento assimétricas na parte traseira da SF-25, além de dois dispositivos peculiares na asa dianteira, provavelmente para medir o fluxo de ar sob o carro. Com 30 minutos completados, ele aparecia em terceiro, já com 11 voltas completadas e o melhor tempo em 1min32s398.

Russell era quem ainda liderava, agora com 1min30s379 — 0s051 mais rápido que o melhor tempo registrado por Norris no dia 1 —, enquanto Lawson colocava a Red Bull em terceiro. Alonso foi o sétimo piloto da escalação matutina a registrar tempo, mas não sem antes quase perder a traseira do carro no meio da volta. Giro completado, o veterano colocou-se em quarto, entre Hamilton e Ocon.

Sainz e Piastri escapam em teste no Bahrein (Vídeo: reprodução/DAZN)

Faltando 10 minutos para o fim da primeira hora da sessão, Hamilton, de médios (C3), melhorou o tempo do ex-companheiro de equipe e fechou a volta em 1min30s287, assumindo a liderança. A tendência, na verdade, era que os tempos baixassem cada vez mais, à medida que o asfalto ficava mais emborrachado, tanto que o #44 foi ainda mais rápido na sequência, virando 1min30s080 e colocando 0s299 sobre George.

Primeira hora enfim completada, Hamilton, Sainz — a menos de 0s1 do líder com a Williams —, Russell, Gasly (Alpine), Lawson, Hülkenberg, Alonso, Ocon e Tsunoda apareciam com tempos registrados. Apenas Piastri seguia sem volta rápida, com a McLaren trabalhando bastante na frente do carro do australiano para devolvê-lo à pista.

Até então, Russell era quem aparecia com o maior número de voltas completadas, com 28, seguido por Ocon (25), Hülkenberg (21) e Hamilton (16). Na outra ponta, Tsunoda surgia com apenas 8 giros registrados. No retorno à ação, colocou o aero rake (grades usadas para coleta de dados aerodinâmicos) para mais um stint com o carro da Racing Bulls.

Enquanto Hamilton relatava à Ferrari pelo rádio que a pista estava “molhada”, Piastri e Sainz escapavam na saída da curva 11, dando sinais de que alguns pontos do traçado de Sakhir já apresentavam comprometimento da aderência para os pneus slicks. Foi a deixa para as equipes retornarem aos boxes, mas na esperança de a chuva parar a tempo de voltarem à pista para tentarem mais alguma coisa. Das dez escuderias, apenas Aston Martin e Haas possuíam a borracha intermediária.

Com 2h15 para o fim, Ocon não perdeu a chance de ao menos colocar um set de pneus para jogo e deu uma saída à pista, mas não chegou a abrir volta rápida. Todos os demais permaneciam, praticamente esperando o tempo passar.

A chuva, no entanto, deu uma trégua com cerca de 1h30 para o fim da atividade, e todos aproveitaram a janela para adquirir mais quilometragem, apostando em stints longos. Foi nesse momento, aliás, que Piastri finalmente marcou volta rápida na casa de 1min33s, colocando-se em sétimo com o MCL39.

Oscar Piastri tocou no carro de Nico Hülkenberg (Vídeo: Reprodução)

Sem chuva, não demorou para a pista voltar às condições iniciais, e Russell bateu o tempo de Hamilton ao calçar os compostos C3 e ser o primeiro a baixar da casa de 1min30s, com 1min29s879. Só que Hamilton veio imediatamente atrás com os melhores setores 1 e 3, recuperando a ponta ao cravar 1min29s675, também calçado com os pneus C3 da gama da Pirelli — o mais usado pelas equipes, aliás.

Com menos de uma hora para o encerramento da primeira atividade do segundo dia, a Red Bull precisou desmontar o carro inteiro de Lawson por algum problema no sistema de refrigeração ou mesmo na unidade de potência — confirmado depois pela Red Bull —, a julgar pelo intenso trabalho dos mecânicos nos boxes. Até então, o neozelandês ocupava a sexta posição, atrás de Piastri, que melhorara a volta rápida instantes antes com a McLaren.

Cerca de 40 minutos para o fim, Hamilton, novamente com o C3, voou nos dois primeiros setores, e mesmo perdendo tempo no trecho final, fechou a tentativa em 1min29s379, melhorando o próprio giro em 0s291e agora abrindo exatos 0s500 de distância para Russell. Sainz mantinha-se em terceiro com a Williams, seguido por Gasly, Piastri, Lawson, Tsunoda, Hülkenberg, Alonso e Ocon.

Russell, então, melhorou a própria marca e baixou a distância para 0s399. E outros pilotos também aproveitaram o momento propício (e sem chuva) para arriscar voltas rápidas no traçado barenita, como Alonso, que achou o sexto tempo com a Aston Martin, e Tsunoda, que fez o seu melhor giro nos 30 minutos finais e colocou a Racing Bulls em sétimo. A liderança, todavia, estava consolidada, e ainda que diga pouco quanto à real posição, certamente fez os olhos dos tifosi brilharem pelo mundo.

Nos cinco minutos finais, a direção de prova realizou teste com os avisos de safety-car virtual e safety-car físico. Depois, veio o acionamento da bandeira vermelha antes do treino de largada.

F1 2025, Testes de pré-temporada, Dia 2, Manhã:

1L HAMILTONFerrari1:29.379 45
2G RUSSELLMercedes1:29.778+0.39971
3C SAINZWilliams Mercedes1:30.090+0.71144
4P GASLYAlpine1:30.430+1.05140
5F ALONSOAston Martin Mercedes1:30.700+1.32145
6Y TSUNODARacing Bulls Honda1:30.793+1.41446
7O PIASTRIMcLaren Mercedes1:30.821+1.44244
8L LAWSONRed Bull Honda1:31.233+1.85428
9N HÜLKENBERGSauber Ferrari1:31.457+2.07856
10E OCONHaas Ferrari1:33.071+3.69269
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