Licença-maternidade sob teto de gastos vira temor de times em novo Pacto da Concórdia
Rascunho inicial do novo Pacto da Concórdia inclui licenças parentais, sobretudo a licença-maternidade, no escopo do teto orçamentário. Equipes temem impacto em funcionárias
O momento na Fórmula 1 é de debate sobre o próximo Pacto da Concórdia, que precisa entrar em vigor a partir da temporada 2026. O acordo que amarra a relação entre equipes e detentora dos direitos comerciais já teve, inclusive, o primeiro rascunho entregue nas últimas semanas. É apenas o princípio das conversas, porém. E uma questão específica tem preocupado as equipes: a intenção da F1 de incluir os custos envolvidos em licença-maternidade no escopo do teto orçamentário.
Atualmente, o teto orçamentário está em US$ 135 milhões (R$ 688 milhões, na cotação mais recente) e será assim até o fim de 2025. O plano da F1/Liberty Media para o próximo acordo é aumentar o valor para US$ 220 milhões (equivalente a R$ 1,1 bilhão) por ano, mas com alguns parâmetros diferentes: outras despesas, atualmente contabilizadas à revelia do teto graças a isenções, incluídas no escopo.
Mas uma coisa incomoda os times: o fato das licenças parentais, sobretudo a licença-maternidade, passarem ao escopo do teto orçamentário. Quando funcionários entram em licença, precisam de substituição de maneira interina, e, com isso, gastos extras são aplicados. O temor geral é que a contratação de funcionárias femininas seja diminuído drasticamente caso gastos da licença-maternidade seja incluído no teto orçamentário. A informação é da revista inglesa Autosport.
A regra atualmente descreve a isenção ao teto orçamentário assim. “Todos os custos de Consideração informados aos funcionários com respeito à licença-maternidade, licença-paternidade, licenças parentais conjuntas ou licença-adoção (junto às contribuições atreladas ao CPF do colaborador): em cada caso, quem pede as licenças precisa submeter um documento de boa-fé escrito e que são substancialmente iguais para todos os funcionários.”
Mais uma discussão referente a funcionários e não necessariamente a pilotos ou infraestrutura é sobre as despesas de entretenimento. Na regra atual, equipes têm a isenção de ao teto de gastos de até US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,1 milhões) em gastos com entretenimento. Caso estes gastos sejam empurrados para dentro do teto, qualquer investimento no sentido tende a ser afetado.
De acordo com o veículo, entretanto, as preocupações são tão grandes que é muito improvável que essas isenções sejam desfeitas.
“Creio que já chegamos [a um consenso] dos termos básicos e como a Fórmula 1 enxerga os próximos cinco anos. E nisso temos algumas boas notícias, algumas coisas que temos de discutir – tantos positivas quanto negativas – e, claro, algumas negociações”, contou Toto Wolff, chefe da Mercedes, no último fim de semana.
“A meta de todas é a mesma, o crescimento do esporte. Significa que a base deve crescer. Se a base crescer, todas as equipes e o esporte irão se beneficiar”, finalizou.
“São as conversas normais entre equipes querendo mais e promotores querendo mais”, disse Christian Horner, chefe da Red Bull, também em Ímola. “Mas tudo tem corrida relativamente bem. Creio que o básico está meio definido”, concordou com Wolff.
“Conforme o esporte continuar a se desenvolver, evoluir e crescer, há áreas em que podemos aparar as arestas nos acordos. É mais uma questão de aparar mesmo do que fazer uma revolução”, completou.
A Fórmula 1 volta de 24 a 26 de maio com o tradicional GP de Mônaco, oitava etapa da temporada 2024, nas ruas de Monte Carlo.
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