“Louco prudente”, Barrichello diz que primeira vitória o fez ganhar respeito na Ferrari

Relembrando o triunfo no GP da Alemanha de 2000, o brasileiro afirmou que o mais marcante foi a conversa que teve com Ross Brawn pelo rádio perto da bandeira quadriculada

Rubens Barrichello guarda carinhosas memórias de sua primeira vitória na Fórmula 1, que completa 20 anos neste 30 de julho. Mas mais do que o gosto do triunfo com a Ferrari, lembra da conversa com Ross Brawn e como chegou a ser chamado de louco pelo dirigente, mas ganhou enorme respeito internamente com a decisão que tomou.

Hockenheim foi o palco do triunfo do brasileiro. A temporada de 2000 marcou a primeira do piloto na escuderia de Maranello, tendo assinado com o time italiano após campanha bastante forte com a Stewart um ano antes – foram três pódios e uma vitória que escapou de suas mãos em Interlagos por conta de problemas mecânicos.

Mas as coisas na Alemanha começaram difíceis: na classificação, ficou no fim do grid. “Meu motor havia quebrado, fiquei esperando mudar. Saí faltando dez minutos para o fim, a pista já estava molhada e fiz o 18º tempo dos 22 que estavam lá presentes”, como contou exclusivamente ao GRANDE PRÊMIO.

Dada a largada, começou a escalar o pelotão. Na 15ª volta da prova, já aparecia em terceiro após ter ganhado 15 posições. Depois, duas entradas do safety-car até ajudaram o brasileiro, mas não tanto quanto ficar com pneu slick em uma pista que começou a ficar encharcada com a chegada da chuva.

O choro da alegria (Foto; AFP)

Prudente, mas ousado, garantiu o primeiro triunfo aos 28 anos. “A primeira vitória veio inesperada pelo simples fato de que, no sábado, fui dormir muito triste com a 18ª colocação. Tinha motivos para estar feliz, por ter me classificado na corrida”, falou ao GP.

“Na largada, uma Ferrari em 18º nunca é bom. Saí e a prova foi se modelando a mim, o carro estava muito rápido. Logicamente que toda a história do safety-car e tudo ajudou, mas o que ajudou mesmo foi o final, ficar com o pneu slick na chuva e o bate-papo, digamos assim, com o Ross Brawn no rádio a respeito [do pneu]”, seguiu.

“Ele me chamou de louco, mas um louco prudente que ganharia a corrida. Realmente ganhei muitos pontos naquela prova, não só da vitória, mas também com o respeito por tomar a própria decisão em um momento que precisava”, concluiu.

Depois da corrida em Hockenheim, conseguiu mais oito vitórias com a Ferrari, onde ficou até 2005. Ainda passou pela Honda, ficando três temporadas sem triunfos, Brawn GP, subindo duas vezes ao degrau mais alto do pódio, e Williams, sua última casa antes de deixar a F1 em 2011.

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