Maldonado admite incerteza sobre futuro na F1 e faz apelo à Venezuela: “Temos de seguir em frente”

Enquanto a Venezuela define o futuro político e o sucessor de Hugo Chávez, Pastor Maldonado tem sua carreira na F1 em xeque, já que depende do patrocínio da estatal PDVSA para continuar na Williams e, consequentemente, no grid da principal categoria do automobilismo

Hugo Chávez revolucionou não apenas a política latino-americana, mas também o esporte venezuelano. Graças ao apoio de estatais como a PDVSA, o líder bolivariano foi o grande artífice de um projeto que deu ao seu país um sólido projeto de apoio ao automobilismo, além de reforçar financeiramente o futebol local. Pastor Maldonado tornou-se um dos grandes ícones deste novo momento do esporte venezuelano, sendo o primeiro local a fazer parte do grid da F1, a principal categoria do automobilismo mundial.

Entretanto, Chávez não resistiu a uma longa e intensa luta contra o câncer e morreu no último dia 5 de março, aos 58 anos. Com a morte do presidente, Nicolás Maduro assumiu interinamente o posto de mandatário na Venezuela, que definirá o substituto de Chávez em breve. Ciente de que o candidato da oposição, Nicolás Maduro, pode ser o novo presidente do país, Maldonado admitiu que seu futuro na F1 é incerto, mas fez um apelo e clamou pela continuação do projeto de apoio estatal ao esporte e, consequentemente, à sua permanência na categoria.

Sem o suporte de Hugo Chávez, Maldonado reconhece que seu futuro na F1 é incerto (Foto: Getty Images)

Em entrevista concedida à emissora britânica Sky Sports, Pastor foi indagado a respeito do apoio recebido do governo venezuelano depois da morte de Chávez. “Politicamente, não sei. Acho que muitos de vocês na mídia disseram que tudo acabou para mim, mas estou aqui. Vamos ver”, disse o piloto da Williams.

Diante do quadro de incerteza a respeito do seu futuro na F1, Maldonado fez um apelo e recordou a maneira como Chávez transformou o esporte venezuelano. “Chávez mudou completamente o foco para o esporte na Venezuela. No passado, as pessoas só conheciam a Venezuela pelo petróleo e pelas misses. Agora, isso mudou muito”, reconheceu.

“Temos os melhores jogadores de beisebol do mundo, uma boa seleção de futebol, que está ficando cada vez melhor. Nós temos um piloto na F1, que venceu uma corrida em um curto espaço de tempo”, destacou, falando de si próprio, vencedor do GP da Espanha do ano passado, tornando um ícone esportivo em seu país. Graças ao apoio da estatal PDVSA, que é a principal patrocinadora da Williams desde 2011, Pastor pode fazer parte do grid ao lado de alguns dos melhores pilotos do mundo.

Em alerta com a possibilidade de mudanças radicais na política venezuelana, Maldonado clamou pela permanência do programa esportivo e do patrocínio estatal à sua carreira. “É muito bom olhar para o futuro. Acho que isso mudou muito com Chávez presidente, e agora isso pode ser pior. Nós começamos isso, e agora temos de seguir em frente”, disse.

Maldonado também falou sobre o GP da Austrália e se mostrou otimista sobre conquistar um bom resultado neste fim de semana de abertura do Mundial de F1 em 2013, no circuito de Albert Park, em Melbourne.

“Estou aqui para fazer o meu melhor. Vai ser bom conquistar alguns pontos neste fim de semana. O carro não parece ruim. É melhor que o do ano passado. Mas não sabemos como estamos contra as outras equipes, contra os outros carros. Esse é um grande ponto de interrogação”, comentou o venezuelano, sem saber o que esperar do novíssimo FW35.

“O carro está melhor em todos os pontos. Ele é completamente novo; estamos trabalhando 360º ao redor do carro, tentando tirar 100% de cada peça do carro”, declarou Pastor, que aprecia as características do circuito de Albert Park. “Gosto desse tipo de pista: é ondulada, escorregadia, vai melhorar muito ao longo do fim de semana, e estou sempre preparado para esse tipo de melhoria. Espero ser competitivo, especialmente na classificação. E então ter uma boa corrida e marcar pontos”, encerrou.

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