Verstappen lava cara com Fórmula 1 inteira, dispara sem dó e vence GP do Bahrein

Alguém tem condições de superar o domínio desenfreado de Max Verstappen na Fórmula 1 ao longo na temporada 2024? Era a grande questão imposta desde o fim do campeonato passado e após os testes coletivos e o fim de semana que abriu a temporada. Neste sábado (2), a realidade se apresentou: cheia de dores para o grid e de delícias para o tricampeão. Verstappen disparou sem qualquer possibilidade de ser ameaçado e venceu o GP do Bahrein com requintes de crueldade.

Desta maneira, Verstappen conquistou a 55ª vitória em 186 GPs disputados na carreira na categoria. Os números são impressionantes e tendem a ficar ainda mais assombrosos, visto que o Bahrein indica um poderio ainda maior do que vinha sendo mostrado nas atividades de pista em 2024.

A segunda colocação ficou nas mãos de Sergio Pérez, numa dobradinha da Red Bull. ‘Checo’ largou em quinto, mas fez valer o carro que tinha e rapidamente dominou os adversários para tomar o segundo posto e se estabelecer ali sem maiores ameaçadas.

Carlos Sainz completou o pódio. Após perder posição logo na largada para Pérez, viu Charles Leclerc sofrer com o carro ao longo de todo o dia e George Russell precisar dosar o ritmo após ser informado de que tinha problemas no motor. Leclerc e Russell terminaram, assim, na quarta e quinta colocações.

Lando Norris colocou a McLaren no sexto lugar, enquanto Lewis Hamilton, Oscar Piastri, Fernando Alonso e Lance Stroll encerraram a zona de pontos. A melhor volta também foi de Verstappen, que colocou pneus macios para o stint final e garantiu o 26º ponto do fim de semana.

A temporada 2024 da Fórmula 1 continua já na próxima semana, entre a quinta-feira 7 e o sábado 9 de março, com o GP da Arábia Saudita, em Jedá. O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades e transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após segundo treino livre e classificação, além de antes e depois da corrida.

Confira como foi o GP do Bahrein de F1:

A primeira corrida da temporada 2024 da Fórmula 1 finalmente chegava! Após mais de três meses, os carros alinhavam para voltar a correr. Sob a lua barenita, a temperatura ambiente apontava 18°C e cerca de 24 km/h, enquanto os ventos seguiam com rajadas de até 30 km/h, mais ou menos como na sexta-feira de classificação.

O grid alinhava com a mesma escolha de pneus: macios, o C3 da gama da Pirelli. Natural visto que se trata do pneu intermediário da gama global, mas os mais macios disponibilizados para esta corrida especificamente.

Max Verstappen liderava o grid e contava com Charles Leclerc ao lado como ameaça. George Russell, Carlos Sainz, Sergio Pérez, Fernando Alonso, Lando Norris, Oscar Piastri, Lewis Hamilton e Nico Hülkenberg completavam o top-10.

Com a largada permitida, Verstappen recebeu a companhia de Leclerc até a primeira curva, mas garantiu a ponta a partir daí. Enquanto isso, Sainz ficava para trás de Pérez e sob ameaça de Alonso. Fora do top-10, Lance Stroll rodava na curva um após toque com Hülkenberg, que logo avisou ter danos na asa dianteira. Coisas de brigas no meio do pelotão…

Hülkenberg logo foi aos boxes trocar a asa e colocou pneus duros para arriscar na estratégia. Ao passo que Verstappen sumia do mapa, Russell resolvia atacar e partia para cima de Leclerc. Assim, tomava a segunda colocação. Charles tinha problemas sérios com o ritmo e já via Pérez se aproximar perigosamente.

Na briga entre McLaren e Aston Martin, se Alonso foi melhor na classificação, a situação de corrida era diferente. Os dois carros alaranjados passavam a impor certo apavoro no bicampeão. Norris passou primeiro e, na volta seguinte, Piastri fez a boa para ocupar o sétimo lugar.

Falando em ultrapassagem, Pérez também deixava Leclerc para trás e tomava a terceira colocação com direito a travada de pneus de Charles. A Red Bull já tinha os dois carros em posição de pódio, mas a Leclerc restava lutar para não despencar mais. Assim, forçando a cada momento, teve o tempo deletado por limites de pista na curva dez e recebeu notificação da direção de prova.

E não adiantaria de muita coisa, porque Sainz era visivelmente mais rápido. “Estou mais rápido que o pessoal na frente”, dizia, em aviso. “Sabemos”, a Ferrari respondeu. E logo deu o ok para o óbvio: ultrapassar o companheiro de equipe. O movimento parecia ser dramático quando ambos ficaram lado a lado na curva um, mas não foi assim. Leclerc não forçou a mão. Em seguida, foi chamado aos boxes e colocou pneus duros.

O primeiro piloto a sair da pista de mala e cuia na temporada 2024 foi Logan Sargeant. Na saída da zona de DRS, curva quatro, o americano da Williams passou direto e ficou na área de escape. Gritou no rádio, esperneou, mas conseguiu sair de lá com as próprias forças e voltar à corrida, ainda que em último.

Oi, sumido! Hamilton finalmente apareceu e ultrapassou Alonso para assumir a sétima colocação. Aí, a janela de pit-stops estava escancarada. As McLaren pararam, depois Pérez e Russell, Sainz e Hamilton. Com 16 voltas, apenas Verstappen, Alonso e Albon continuavam na pista com os pneus macios e um stint alongado. Alonso e Albon parariam justamente no fim da volta, porém. Sobrava Verstappen.

Na pista, Pérez partiu para cima de Russell e, na curva quatro, fez um movimento digno de piloto com carro campeão. Indicou a Russell que executaria o ataque de um lado, mas se mexeu quando o oponente tentou defender e passou pelo outro para assumir o que, com tudo reestabelecido, era o segundo lugar.

A situação complicava um tanto para a Mercedes. Russell avisava que o carro estava superaquecendo, enquanto Hamilton dizia que o volante indicava apenas 1% de bateria. Em outra direção, a Williams afirmava que a causa do problema de Sargeant era na direção do carro.

Sainz novamente atacava Leclerc, que havia voltado a ficar na frente por ter parado antes nos boxes. Mais uma vez, não teve o que discutir e Carlos foi embora. “Meu carro está indo sozinho para a direita. Não posso brigar assim, é perigoso para cacete”, reclamava Leclerc no rádio.

Verstappen parou no fim da volta 19 e encerrou a primeira janela de pit-stops. Voltou líder, sem problemas, com Pérez, Sainz, Russell, Leclerc, Norris, Piastri, Hamilton, Alonso e Guanyu Zhou, piloto que mais ganhou posições com o momento da ultrapassagem.

A Mercedes enfim dava uma resposta quanto às reclamações dos pilotos. Pedia para Russell gerenciar o motor, porque tinha, sim, um problema. Já para Hamilton, a questão de bateria era apenas impressão, estava tudo ok. Mas um pouco depois também recebeu o aviso para dosar o ritmo.

Na volta 22, Hülkenberg foi chamado novamente e se tornou o primeiro a parar duas vezes. E Verstappen, lá, na frente, cravava a melhor volta da corrida com os pneus duros.

A Red Bull também não escapava de problemas: Pérez pediu para o pessoal gritar, senão não conseguia escutar nada. Hamilton, de novo, com relato de um problema. “Meu assento está quebrado”, dizia.

A última posição dos pontos estava sob ataque: Yuki Tsunoda chegava para ameaçar Zhou e colocar pressão no rival da Sauber.

Stroll foi o segundo a parar mais uma vez, assim como antes, no timing do incidente da primeira volta. Mas quem abriu mesmo a janela foi Zhou, na volta 30 de 57, para colocar outro jogo de pneus duros. A Sauber chamou Bottas em seguida, mas o pneu dianteiro esquerdo ficou preso e forçou um pit-stop de quase 1min, que jogou o finlandês para a 19ª colocação. Em seguida, na briga de pneus novos, Stroll ultrapassou Zhou.

Norris e Hamilton foram chamados no fim da volta 34, enquanto Leclerc e Piastri entraram na seguinte. Mas o timing funcionou bem mesmo para Lewis, que passou Oscar graças ao undercut por parar uma volta antes. Sainz foi o próximo e, na volta seguinte, Pérez fez o mesmo. De acordo com o mexicano, os pneus estavam em boas condições, mas a Red Bull escolheu marcar Carlos, que era a única ameaça. Verstappen entrou em seguida e, assim que voltou, anotou a melhor volta da corrida.

Mesmo com os problemas da Mercedes, Hamilton ultrapassava Alonso e recuperava o sétimo posto. Piastri faria o mesmo com Fernando logo na volta seguinte e, assim, Alonso se tornava o último a ir aos boxes. Com a janela encerrada, Verstappen liderava com Pérez, Sainz, Russell, Leclerc, Norris, Hamilton, Piastri, Stroll e Zhou no top-10. A corrida ainda tinha mais 14 giros.

Apesar da boa corrida que fez para subir ao décimo posto, Zhou acabava fora dos pontos após ser ultrapassado por Alonso, de pneus novos. A Aston Martin, no fim das contas, tinha os dois carros no top-10. Lá na frente, Leclerc, com problemas de freio, encostava e acabava passando Russell, com questões no motor, para assumir o quarto posto. George errou, no fim das contas.

Verstappen abria 20 segundos com cinco voltas para o fim e sumia cada vez mais, até porque tinha pneus macios contra duros de todo mundo que não era da Red Bull.

Nas voltas finais, Norris encostava em Russell, mas não teve tempo hábil para passar. O que teve tempo de acontecer foi a irritação de Tsunoda com o sumido Daniel Ricciardo, porque a RB permitiu que o australiano passasse por ele e não ordenou que apertasse o passo.

No fim, foi isso. Vitória dominante de Verstappen, a 55ª na F1.

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F1 2024, GP do Bahrein, 1ª Etapa, Resultado Final:

1	M VERSTAPPEN	Red Bull Honda	57 voltas
2	S PÉREZ	Red Bull Honda	+ 22.457
3	C SAINZ	Ferrari	+ 25.110
4	C LECLERC	Ferrari	+ 39.669
5	G RUSSELL	Mercedes	+ 46.788
6	L NORRIS	McLaren Mercedes	+ 48.458
7	L HAMILTON	Mercedes	+ 50.324
8	O PIASTRI	McLaren Mercedes	+ 56.082
9	F ALONSO	Aston Martin Mercedes	+ 1:14.887
10	L STROLL	Aston Martin Mercedes	+ 1:33.216
11	G ZHOU	Sauber Ferrari	+ 1 volta
12	K MAGNUSSEN	Haas Ferrari	+ 1 volta
13	D RICCIARDO	RB Honda	+ 1 volta
14	Y TSUNODA	RB Honda	+ 1 volta
15	A ALBON	Williams Mercedes	+ 1 volta
16	N HÜLKENBERG	Haas Ferrari	+ 1 volta
17	E OCON	Alpine	+ 1 volta
18	P GASLY	Alpine	+ 1 volta
19	V BOTTAS	Sauber Ferrari	+ 1 volta
20	L SARGEANT	Williams Mercedes	+ 2 voltas

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