Verstappen repete caça implacável e vence GP da Itália após fim com safety-car

A Ferrari fez o que dava para tentar evitar, mas a construção do resultado do GP da Itália se limitou ao ritmo da Red Bull nas mãos de Max Verstappen. É a 11ª vitória dele em 2022

TUDO SOBRE O GP DA ITÁLIA DA FÓRMULA 1 2022 | Briefing

A Ferrari não cometeu nenhum erro grosseiro em frente ao público amplamente favorável. Pelo contrário, fez o possível para evitar nova vitória da Red Bull na temporada 2022 da Fórmula 1. Mas não teve jeito: Max Verstappen escalou da sétima colocação de largada e partiu para vencer o GP da Itália deste domingo (11), em Monza. É a 11ª vitória de Verstappen em 16 corridas na temporada, quinta seguida. O bicampeonato mundial está muito próximo.

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Já na pista, a vantagem para ganhar a prova estava estabelecida e praticamente consumada com 15 voltas para o fim. Mas apareceu a possibilidade de um gostinho de emoção quando Daniel Ricciardo parou o carro na pista com problemas. O safety-car apareceu a seis voltas do fim, os primeiros colocados todos pararam, mas não deu em nada. A corrida terminou com o carro de segurança na pista, sem oferecer a chance de uma briga pela vitória.

O final foi um tanto quanto de anticlímax, é inegável, mas foi somente a intervenção do safety-car que trouxe alguma proximidade entre Verstappen e os demais. Na pista, diferença foi clara: a Red Bull sobra neste momento da temporada.

Leclerc concluiu na segunda colocação, enquanto George Russell foi o terceiro. Apesar da derrota, os pecados da Ferrari ne Itália foram somente relacionados ao rendimento em comparação à Red Bull: por algum motivo, desde a Hungria, o equilíbrio não existe mais. Na parte operacional da corrida, não houve erro. Pelo contrário, a equipe agiu rápido para chamar Leclerc aos boxes quando Sebastian Vettel parou na pista e causou um veloz VSC. Mesmo assim, o rendimento de Max era forte demais e engoliu qualquer tática possível.

Carlos Sainz saiu de 18º para o quarto lugar e pontuou bem, enquanto Lewis Hamilton saiu de 19º a quinto. Sergio Pérez, Lando Norris, Pierre Gasly, o estreante Nyck de Vries e Guanyu Zhou pontuaram. Pérez ainda ficou com a melhor volta.

A Fórmula 1 chega, assim, ao fim da parte europeia da temporada 2022. O campeonato continua em três semanas, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, direto de Marina Bay, com o GP de Singapura.

Max Verstappen escalou as primeiras colocações com facilidade (Foto: Red Bull Content Pool)

Confira como foi o GP da Itália:

Um dia ensolarado em Monza para o horário da largada do GP da Itália. A temperatura do ambiente era de 27°C, mas, com o sol reinando no céu aberto, o asfalto chegava até 43°C. Charles Leclerc era o pole de um grid bastante modificado por conta das muitas punições do fim de semana. Max Verstappen, por exemplo, era somente o sétimo colocado.

George Russell completava a primeira fila ao lado do ferrarista, enquanto Lando Norris, Daniel Ricciardo, Pierre Gasly e Fernando Alonso apareciam antes do líder do Mundial. Atrás dele, o estreante Nyck de Vries — na vaga de Alex Albon, fora por conta de uma apendicite —, Guanyu Zhou e Nicholas Latifi completavam o top-10. Sergio Pérez era 13º, enquanto Carlos Sainz e Lewis Hamilton saíam em 18º e 19º, respectivamente.

Os dois pilotos da primeira fila resolveram partir com pneus macios novos. Assim como eles, Verstappen e De Vries, no top-10, e Esteban Ocon, também punido, em 14º. De resto, todos de pneus médios.

Leclerc e Russell largaram muito bem. O piloto da Mercedes tentou mergulhar, mas foi impedido pela defesa do carro #16. Russell ainda reclamou, disse que foi empurrado para fora da pista, algo desmentido pela imagem.

Norris, por outro lado, partiu lentamente e ficou para trás de Ricciardo, Gasly e Alonso, além de Verstappen. Aliás, para Max, as coisas começavam daquele jeito. Nos primeiros metros, já aparecia no quarto lugar. Logo no começo da segunda volta, passou Ricciardo e assumiu o terceiro posto. Norris deu o troco para cima de Alonso e recuperou uma das posições que perdeu.

Lando Norris largou muito mal na Itália (Foto: McLaren)

Entre os carros fora de posição na parte de trás do pelotão, Sainz foi o único a largar bem. Pérez perdeu posição para Ocon, enquanto Hamilton seguia em 19º. Logo na segunda volta, Sainz e Pérez se encontrava na pista apesar de terem partido com uma diferença de cinco posições. E Carlos levou a melhor.

No meio do bolo, Valtteri Bottas e Mick Schumacher se tocaram e deram sorte de saírem sem maiores problemas. Sainz seguia subindo: rapidamente após tirar Pérez da frente já surgia no décimo lugar. Verstappen, diferente do companheiro de equipe, atacava mais e ultrapassava Russell na quarta volta. Já era o segundo colocado.

Com muitas dificuldades na prova, Pérez parou nos boxes no fim da volta sete e trocou os pneus médios por duros após uma fumaça sair da roda, aparentemente superaquecimento de freios. Ao sair do pit-lane, porém, a fumaça seguia lá. Preocupação na Red Bull.

Sainz voava. Zhou, De Vries e Alonso foram vítimas fáceis e fechou a décima volta já como sétimo colocado. Norris estava logo à frente e seria o próximo antes do fim da volta 11. Enquanto a situação com Sainz era de animação, a equipe conversava com Leclerc sobre estratégia. “Se Verstappen for para o plano C, iremos para nosso plano B, tudo bem?”, questionou a equipe. Leclerc disse que sim.

O primeiro problema mais grave veio na curva 12 de 53. Sebastian Vettel avisou que estava perdendo potência, e ouviu da Aston Martin que era melhor parar o carro num trecho da pista em que fosse seguro. Fim de corrida para o tetracampeão mundial e safety-car virtual na pista.

Assim, a Ferrari agiu rápido e chamou Leclerc aos boxes para trocar os pneus macios por médios. Ninguém mais parou naquela janela, até porque a bandeira estava verde no fim do pit-stop do então líder da corrida. Era um acerto? O restante da corrida mostraria.

De qualquer forma, Leclerc voltou com espaço à frente para acelerar. Estava em terceiro, com Ricciardo e Sainz grudados nele. Num primeiro momento, de pneus frios, chegou até a ser ameaçado pelo australiano, mas rapidamente evitou qualquer perigo. Sainz aproveitou e tirou a outra McLaren da frente para tomar a quarta colocação.

Na 16ª colocação, Kevin Magnussen foi colocado sob investigação e posteriormente punido por levar vantagem ao sair da pista. Se a corrida já era ruim para a Haas antes… A McLaren também tinha problemas. Norris lutava contra o carro e saía momentaneamente da pista, abrindo caminho para Alonso tomar o sétimo lugar. Ricciardo era outro que se via sob intensa ameaça de Gasly: os dois passaram a trocar posições.

Pérez tinha sido o primeiro piloto a testar os pneus duros na corrida, então os olhos estavam nele para definir as estratégias do restante da prova. E a resposta era bastante boa, como fora na Holanda: o mexicano andava na mesma toada que Sainz e já se enfiava no pelotão após as dificuldades do início da corrida. Nicholas Latifi também resolvia, então, colocar os duros. Nas voltas seguintes, Ricciardo, Gasly, Zhou, Ocon e companhia limitada fariam o mesmo.

Sebastian Vettel abandonou a corrida com problemas no carro (Foto: Aston Martin)

A transmissão virava para uma conversa técnica entre Leclerc e a Ferrari. A equipe questionava algo sobre mudança no motor em saídas de curva, ao passo que o piloto respondia que não podia fazer e pedia averiguação do motor. Como nada aconteceu em sequência, tudo parecia razoável.

Já passando da 20ª volta, o estreante De Vries recebeu uma bandeira branca e preta para indicar que estava desrespeitando os limites da pista. Se continuasse, seria punido. Foi no fim da 23ª volta que Russell resolveu parar nos boxes. A diferença de Verstappen e Leclerc era em torno dos 16s, e o holandês tinha de parar em algum momento próximo.

Embora Russell tenha colocado pneus duros, Verstappen entro no fim da volta 25 e apostou nos mesmos médios de Leclerc. Estava 10s atrás de Leclerc, que conseguiu ampliar bem a liderança com o jogo de pit-stop. Agora, porém, teria de ver se era possível segurar o holandês de pneus mais novos dentro da pista.

Entre os dez primeiros colocados daquele momento, Sainz, Norris, Hamilton, Alonso, Schumacher e Bottas ainda não haviam parado. O desenho da zona de pontos ainda mudaria bastante. Hamilton ainda fez o dele e ultrapassou Alonso para assumir o quinto lugar de momento ao lançar mão da asa móvel.

Na primeira volta de pneus novos aquecidos, Verstappen rodou em 1min25s1, enquanto Leclerc virou 1min25s6. Como a distância era considerável, Max não chegaria imediatamente, mas já deixava claro que varreria a vantagem ao longo das próximas voltas salvo um fato novo. A projeção da F1 era de que Verstappen alcançaria Leclerc na volta 40 de 53. Só que o holandês virava em 1min24s7: 0s9 melhor que Charles no 30º giro.

A parada de Sainz veio na volta 31. O espanhol voltou no oitavo lugar, embora atrás de Alonso, Hamilton e Norris, que ainda teriam de realizar o pit-stop. Colocou pneus macios, porém. Quem se dera bem. no fim das contas, fora Pérez. Era o sexto e subiria a quinto quando Norris e Hamilton parassem. Estava na cara que quem ainda não havia parado colocaria pneus macios quando fosse aos boxes.

A corrida de Alonso terminou logo em seguida. No dia em que se igualou a Kimi Räikkönen como o piloto com mais GPs na história da F1, com 349, teve de estacionar na garagem por pedido da Alpine. Algum problema no carro #14.

Na volta 33, aviso da Ferrari de que iriam ao plano C. Alguns instantes depois, para tentar salvar a corrida, Leclerc parou nos boxes e colocou outro jogo de pneus macios. Tinha 20s para tirar se quisesse capturar Verstappen e vencer.

Charles Leclerc fez de tudo para evitar a vitória de Max Verstappen, mas não teve como (Foto: Ferrari)

Hamilton fora aos boxes uma volta antes de Leclerc, enquanto Norris entrou duas depois. Com todo mundo parado e Sainz depois de mais uma fácil ultrapassagem contra Pérez, Verstappen liderava e tinha Leclerc, Russell e Sainz nas quatro primeiras posições. Pérez era o quinto, com Hamilton tendo feito cinco ultrapassagens em quatro voltas e já em sexto. Ricciardo. Norris, Gasly e De Vries fechavam a zona de pontos.

De olho, então, na primeira volta de Leclerc com os novos pneus. De fato, fez a melhor volta da corrida até aquele momento, 1min24s510, mas somente 0s3 melhor que Verstappen. Teria de ser mais que isso para ganhar a corrida.

O desenho da corrida estava colocado após 45 voltas: Leclerc não conseguiria alcançar Verstappen. Mas havia briga por pontos, conforme Zhou atacava De Vries para tentar a décima colocação. Quando parecia que o chinês faria a ultrapassagem, apareceu Verstappen pegando os dois como retardatários.

Aí, um fator que mudou a complexidade das últimas voltas. Ricciardo teve problemas no que era uma boa corrida de pontos e parou o carro na pista com a anuência da McLaren. Com seis voltas para o fim, safety-car na pista.

Verstappen e Leclerc passaram direto dos boxes, mas quem vinha na sequência parou e colocou pneus macios. Para Sainz, pneus macios zerados, enquanto Russell, por exemplo, botou macios usados. Uma volta depois, Verstappen e Leclerc também pararam para macios usados.

Mas haveria relargada? Durante alguns minutos, suspense sobre uma possível bandeira vermelha para oferecer a chance de ao menos duas voltas finais com bandeira verde, mas não aconteceu. Na 52ª volta, o aviso de que a corrida terminaria com o safety-car na pista. Assim, vitória de Verstappen sem qualquer emoção adicional.

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Fórmula 1 2022, GP da Itália, Monza:

1M VERSTAPPENRed Bull RBPT53 voltas
2C LECLERCFerrari+2.446
3G RUSSELLMercedes+3.405
4C SAINZFerrari+5.061
5L HAMILTONMercedes+5.380
6S PÉREZRed Bull RBPT+6.091
7L NORRISMcLaren Mercedes+6.207
8P GASLYAlphaTauri RBPT+6.396
9N DE VRIESWilliams Mercedes+7.122
10G ZHOUAlfa Romeo Ferrari+7.910
11E OCONAlpine+8.323
12M SCHUMACHERHaas Ferrari+8.549
13V BOTTASAlfa Romeo Ferrari+1 volta
14Y TSUNODAAlphaTauri RBPT+1 volta
15N LATIFIWilliams Mercedes+1 volta
16K MAGNUSSENHaas Ferrari+1 volta
17D RICCIARDOMcLaren MercedesNC
18L STROLLAston Martin MercedesNC
19F ALONSOAlpineNC
20S VETTELAston Martin MercedesNC
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