Verstappen volta para briga e testa Norris em embate decisivo no GP de Singapura da F1
De maneira inesperada, Max Verstappen surgiu forte na classificação e se colocou em uma segunda posição que já o joga na briga da vitória no GP de Singapura. Por outro lado, Lando Norris fez o que tinha de fazer, cravou a pole e agora precisa superar um teste definitivo para ganhar a confiança que parece faltar na luta pelo título. Enquanto isso, a Mercedes torce pelo caos na frente
Ainda que a McLaren e Lando Norris permaneçam sob os holofotes na Fórmula 1, foi Max Verstappen quem roubou a cena em Singapura, neste sábado (21). Não só pela divertida insolência com que lidou com a estapafúrdia punição que tomou por conta de palavrões, mas principalmente pela provocação que fez ao garantir a segunda posição no grid de largada. A Red Bull e o neerlandês renasceram em Marina Bay e colocaram uma pulga atrás da orelha dos rivais. É bem verdade que Norris brilhou e fez o que tinha de fazer, mas, diante da história que o campeonato 2024 conta, será preciso mais quando as luzes se apagarem na reta principal do circuito da cidade-estado asiática.
O fato é que os taurinos foram capazes de promover mudanças certeiras no instável RB20, depois de uma sexta-feira sofrível. Foi determinante também a melhor qualidade do asfalto do traçado urbano. Com mais borracha, a falta de aderência do dia anterior foi anulada e a velocidade costumeira se fez presente. Max também testou fronteiras — tanto que teve volta deletada por ultrapassar os limites de pista, sem contar as lambidas no muro. Foi um enorme esforço também mental, pois o Q3 se mostrou mais traiçoeiro. Depois do acidente de Carlos Sainz, todo mundo teve apenas uma tentativa. Aqui vale destacar: antes da bandeira vermelha, Verstappen já dava sinais de que viria para a briga.
“Acho que toda a classificação correu bem”, afirmou o líder do Mundial. “Conseguimos melhorar o carro a cada ida à pista no TL3. Estou feliz por estar na primeira fila, principalmente se você olhar para a posição em que estávamos ontem”, completou o piloto #1, que terminou a 0s203 da marca do pole.
“O Q3 foi duro. Minha volta acabou cancelada com a amarela dupla. Então, cada um só tinha uma volta, e você não quer passar do ponto. Precisávamos continuar dentro do limite. Eu aceito o segundo lugar, fico feliz com isso.”
Verdadeiramente, o resultado soa quase como uma pole, diante não só do momento inconstante da Red Bull, mas especialmente por agora dividir a primeira fila com o principal adversário. A performance também abre a chance de vitória neste domingo — algo que não acontece desde a Espanha, em junho. Assim sendo, a largada passa a ser fundamental. “Os pneus podem te fazer ganhar muito tempo de volta ou perder muito tempo de volta. Na classificação de hoje, acho que correu tudo bem. Fico feliz com isso. Estamos em segundo, mas é mais difícil de prever sobre amanhã. Singapura é sempre difícil, mas acho que temos uma chance de vencer”, completou.
E a McLaren sabe disso. Norris foi impecável e soube controlar a classificação muito bem, tirando proveito do melhor carro que tem nas mãos. Mesmo na tensa parte final, não sucumbiu à pressão e garantiu a posição de honra, como um sinal de força. “Achei que foi difícil ganhar muito tempo de volta, mas estou feliz com a pole, especialmente em Singapura. Eu me senti bem durante todo o final de semana e com confiança, talvez não tanto na classificação, mas fizemos o trabalho e estou animado para ver o que podemos fazer amanhã”, disse o pole.
O inglês tem a seu favor um desempenho forte em ritmo de corrida — até por isso o revés com Oscar Piastri é tão sentido. O australiano passou do ponto ao flertar com o muro e perdeu uma chance importante de fechar a primeira fila, o que seria a bola de segurança para a garagem laranja. Ainda assim, a McLaren tem uma carta da manga. Na sexta-feira, ao dividir o programa técnico dos pilotos, acabou por levantar dados interessantes não só do pneu médio, mas principalmente dos macios, que podem até mesmo figurar em um primeiro stint, com a meta de ganhar distância para a concorrência. A ideia bate com o fato de que o composto vermelho apresentou pouquíssimo ou quase nenhum desgaste. Enquanto isso, a Red Bull deve optar pelos pneus duros, até mesmo para o início da prova — a simulação de Verstappen impressionou durante os treinos, e é uma das principais fontes de confiança do time.
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Contudo, há algo que não se pode negar: a esquadra chefiada por Andrea Stella tem o melhor ritmo do grid no geral e precisa fazer funcionar. Ou seja, a largada tem de ser limpa e sem maiores dramas. Uma vez na frente, Norris terá a chance de determinar a performance e a estratégia. Agora, se perder a ponta de cara, terá de lidar com outros fatores além do próprio concorrente. Aqui também não se deve subestimar a Mercedes, que dominou a segunda fila com Lewis Hamilton à frente de George Russell. O desempenho em prova das Flechas de Prata é consistente. Correm por fora, sem dúvida.
E o que torna tudo ainda mais intrigante é que o GP de Singapura tem na parada única a tática mais veloz — em que pese a chance de safety-car ou até mesmo de uma bandeira vermelha. “No papel, a partir de uma análise inicial, a combinação médio-duro é a mais rápida, com uma janela de pit-stop entre as voltas 21 e 27. O macio provou ser uma opção viável para o primeiro trecho da corrida, com uma parada mais cedo, entre as voltas 14 e 19, para então mudar para os duros. Aqueles que estão entre o meio do grid e a ponta também podem considerar duro para fazer o primeiro stint mais longo possível, com uma janela de pit ideal entre as voltas 37 e 43”, explicou Mario Isola, o chefe da Pirelli, ampliando um pouco mais as possibilidades.
Como elemento de curiosidade e entendendo que a corrida de 2023 ainda ressoa pelo paddock, o vencedor Sainz venceu jogando não só com a estratégia, mas também com a dificuldade notória de ultrapassagem em Marina Bay, além do trabalho do DRS. É preciso levar em conta.
Ao fim e ao cabo, Norris é o favorito ao triunfo. Mas há essa ressalva indigesta: nas últimas sete vezes em que esteve neste lugar, Lando falhou e permitiu que alguém lhe tomasse a ponta. Neste domingo, isso não pode acontecer. Ou qualquer aspiração de título será seriamente comprometida. É mais uma prova de fogo que Max impõe ao oponente.
O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP de Singapura de Fórmula 1 e transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após treinos livres e classificação, além de antes e depois da corrida. No domingo (22), os pilotos disputam a corrida em Marina Bay a partir das 9h (de Brasília, GMT-3).
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