McLaren e Ferrari se descolam da ‘F1 B’ e travam duelo incerto por título de 3ª força

Mais distantes das demais rivais que de Mercedes e Red Bull, McLaren e Ferrari apresentam armas para disputa de melhor do resto que promete durar ano todo

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A situação do fim da temporada 2020 vitaminada pelos testes coletivos de pré-temporada do Bahrein, em março passado, venderam duas impressões sobre o Campeonato Mundial de 2021: a de disputa pelo título e a de uma ‘Super F1 B’. A realidade se impõe, após quatro corridas, e começa a desenhar de forma mais clara o que era verdade e o que não era, mas o presente ainda não sabe demonstrar claramente todas as tendências do ano. É o que provam McLaren e Ferrari.

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Se a conversa entre Mercedes e Red Bull sempre foi reservada para uma mesa de dois, equipes e pilotos, e o Mundial mostra agora o que esperar do duelo pelo caneco, muita fé se colocava de que ao menos quatro equipes esticariam suas possibilidades para trocar soco na briga para incomodar as duas líderes e conquistar o posto de terceira colocada. Bahrein, Ímola, Portugal e Espanha mostram que não é verdade.

A Aston Martin, equipe que, desde os tempos de Force India desafiava com mais afinco para ser melhor do resto, é a grande decepção do ano. Com orçamento grande e fábrica por trás, piorou significativamente. A Alpine já conseguiu dar alguma resposta e se mostrar mais disposta a incomodar quem está no topo do pelotão intermediário – mas é apenas isso, um incômodo, uma mosca que pousa no chá do pessoal da mesa mais importante. Há ainda a AlphaTauri, que deu esperanças em março e agora começa a cair em desempenho até de classificação.

Sobram McLaren e Ferrari, claramente superiores e numa franca briga que não se apresentava desde os idos de 2008. Ao menos não diretamente entre as duas.

É bem verdade, claro, que aquela batalha era pelo título mundial enquanto essa é um grande torneio de consolação de duas das três maiores campeãs da história da Fórmula 1 que não têm qualquer condição de duelar com forças superioras pelo caneco.

Lando Norris foi ao pódio já nesta temporada (Foto: AFP)

De qualquer forma, trata-se de uma McLaren em franco crescimento há três anos e que deseja se consolidar como terceira força após anos assombrosos e entrar na nova era de carros, em 2022, com vida nova e de olho em vitórias. Foi ela a terceira colocada de 2020, mas em condições bem semelhantes às rivais principais, Racing Point e Renault.

A Ferrari é diferente, porque vem do pior ano que teve em quatro décadas. Superar rivais intermediárias é feito, mas o carro vermelho foi colocado na direção correta para se recuperar. Se mira o ano que vem para voltar a vencer, via superar a McLaren como meta ousada, mas a temporada apresenta uma Ferrari revigorante.

Após quatro corridas, Mercedes e Red Bull foram embora, mas McLaren e Ferrari têm, respectivamente, 65 e 60 pontos. A quinta colocada, Alpine, marcou 15. A classificação do Mundial diz que a segunda prateleira é mais distante da terceira que da primeira. A briga é real.

As duas equipes contam com um jovem estabelecido, em grande fase e crescimento latente: Charles Leclerc na Ferrari, Lando Norris na McLaren. E pilotos mais experientes que ainda vivem seus anos de estreia na casa nova: Carlos Sainz e Daniel Ricciardo. As semelhanças são evidentes e é normal imaginar que os dois remanescentes de 2019 seguirão com mais pontos até o fim do ano, mas que o desempenho dos mais veteranos terão resposta maior nos pontos ao longo da temporada.

Na análise dos carros, algumas diferenças importantes. A McLaren é quem tem a vantagem da potência em linha reta, algo com que a Ferrari sofreu demais em 2020 e mostrou alguma dificuldade no Bahrein. Mas a resposta que veio na sequência, diminuindo bem os problemas de potência quase imediatamente dão a diferença de uma Ferrari que trabalha melhor que no ano que passou. Em Ímola, não sofria e crescia em ritmo de classificação.

Charles Leclerc foi quarto colocado na Espanha (Foto: Ferrari)

A Ferrari já era melhor na maioria das curvas, mas ainda sofria, além da potência, na administração dos pneus. Foi assim que se viu perdendo espaço e pontos em Portugal, onde Sainz do quarto lugar em dado momento para 11º e nenhum ponto. Na Espanha, com a mesma gama de pneus, cresceu e pontuou mais que a rival após um quarto posto de Leclerc e o sétimo de Sainz contra o sexto de Ricciardo e o oitavo de Norris.

O gerenciamento dos pneus parece um ponto extremamente importante neste momento. As dúvidas sobre como os carros reagem são reais e as diferenças de resposta do ritmo de volta lançada para longos stints de corrida parecem ainda maiores que eu outros anos.

Fato é que a McLaren começou a temporada aparentando alguma vantagem, ainda que pequena, para a Ferrari. Mas são os italianos que deixam a Península Ibérica mais impressionantes e, melhor até do que isso, respondendo rápido às necessidades, como há bastante tempo não se via. A McLaren consegue responder tão rápido assim e oferecer respostas e evoluções de corrida para corrida? é a grande pergunta do momento.

O panorama atual coloca as duas em absoluta igualdade numa briga que talvez seja até mais divertida de acompanhar do que aquela entre as duas ponteiras Mercedes e Red Bull.

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