McLaren pega ‘F1 A’ com atualizações e sonha alto nas mãos de Norris e Piastri em 2023
Depois de um início de temporada complicado, a McLaren se reencontrou na Fórmula 1 e deu a oportunidade para Lando Norris e Oscar Piastri se destacarem em 2023. Agora cabe aos pilotos seguirem correspondendo às expectativas da equipe
Quem acompanhou o início da temporada 2023 da Fórmula 1 e viu o terror que era o carro da McLaren jamais apostaria que a equipe seria capaz de evoluir a ponto de se tornar, em muitos momentos, a segunda força do grid. Depois de anunciar um pacote de atualizações antes mesmo do Mundial ter início no Bahrein, o ano do time de Woking parecia fadado ao fracasso justamente quando teria uma dupla apta a brigar por bons pontos durante o ano, depois de ter colocado Oscar Piastri no lugar de Daniel Ricciardo. Porém, a história guardou um desfecho de primeira metade melhor para os britânicos.
Concluídas 12 corridas na temporada 2023, a McLaren foi para as tradicionais férias de verão da Fórmula 1 como candidata ao posto de segunda força entre as equipes. A tabela no Mundial de Construtores, no entanto, esconde essa realidade, uma vez que a escuderia britânica é apenas a quinta colocada com 103 tentos (88 a menos que a Ferrari, que está logo à frente).
Relacionadas
▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

A discrepância na tabela de pontos só acontece porque a McLaren demorou a se encontrar. O segundo pacote de atualização, que chegou no GP do Azerbaijão, não teve o resultado esperado e o time seguiu brigando no fim do pelotão. A melhora aconteceu de fato quando algumas novidades foram instaladas primeiro no carro de Lando Norris para o GP da Áustria. O ganho real de performance foi concretizado quando Piastri também recebeu o novo conjunto, no GP da Inglaterra.
Desde que a atualização mais recente foi introduzida no MCL60, a dupla de pilotos se tornou muito mais competitiva. Norris conseguiu um quarto lugar no Red Bull Ring e ainda ficou com a segunda posição nos GPs da Inglaterra e da Hungria. Na Bélgica, foi sétimo depois de fazer uma corrida de recuperação e apostar em uma errada configuração que não lhe permitia alcançar altas velocidades nas retas.
Oscar, que chegou badalado na F1 após ter sido campeão da F2 e da F3 em seu ano de estreia, chegou a ter o talento questionado, uma vez que era constantemente superado pelo companheiro e havia marcado apenas 3 pontos até o GP da Áustria. Com as atualizações em Silverstone, no entanto, o #81 desencantou, brigou por pódios, liderou a corrida sprint em Spa-Francorchamps e somou 27 pontos em três corridas – marca que poderia ser maior não fosse o incidente com Carlos Sainz na primeira volta do GP da Bélgica.

O CEO da McLaren, Zak Brown, que sempre acreditou na dupla de pilotos, rasgou elogios a Piastri e até o classificou como “futuro campeão mundial”
“Estamos muito impressionados, ele é muito focado e não cometeu nenhum grande erro. Apenas a exploração típica dos limites, ou o travar de uma roda aqui e ali. Ele não esteve em todas essas pistas, então as primeiras indicações são de que temos um futuro campeão mundial em nossas mãos”, disse Brown.
E a reação da McLaren surgiu em boa hora. Com uma dupla de pilotos confiável, um carro bom, e as rivais passando por momentos de altos e baixos, a esquadra britânica tem tudo o que é preciso para ganhar algumas posições no Mundial de Construtores. A diferença nos pontos é grande, é verdade, mas é possível sonhar com um terceiro lugar.
Afinal, a Aston Martin, terceira colocada com 196 pontos, que teve um início de temporada promissor e conseguiu seis pódios com Fernando Alonso, já não é mais tão competitiva pelo menos desde o GP da Inglaterra. Somado a isso, Lance Stroll nunca conseguiu entregar bons resultados mesmo quando o AMR23 era forte. Agora que a fase da equipe é ruim, o top-10 pode se tornar algo cada vez mais raro para o canadense.

A Ferrari, por sua vez, é uma caixinha de surpresas. O carro oscila, às vezes vai bem e permite Charles Leclerc anotar poles e conquistar pódios, outras deixa os pilotos na mão ainda no Q1 e força uma prova de recuperação. A própria equipe não entende muito bem como funciona a SF-23 e corrida após corrida o monegasco enfatiza que ainda há muito trabalho a ser feito. O #16 ainda colocou a McLaren como um dos possíveis obstáculos na briga entre os construtores.
A Mercedes, vice-líder, está um pouco mais distante na briga e sustenta uma vantagem de 144 pontos para o time de Woking. Os alemães têm sido mais constantes que Aston Martin e Ferrari ao longo de 2023 e, somado a isso, a dupla de pilotos formada por Lewis Hamilton e George Russell entrega um bom trabalho praticamente em todas as corridas. Mas sonhar não custa.
As atualizações definitivamente alçaram a McLaren para a chamada ‘F1 A’ e agora Norris e Piastri podem brigar com os grandes. Ambos já mostraram que têm capacidade de conquistar bons resultados e podem fazer parte de uma recuperação importante para a escuderia. Em uma temporada com um Max Verstappen que dá sinais de que pode vencer todas as corridas restantes é difícil dizer que a dupla pode assumir qualquer papel de protagonista na F1 2023. No entanto, os garotos podem entregar um bom entretenimento na briga pelo segundo lugar entre os construtores.

