Mercedes cobra “racionalidade” da FIA e brinca: “Poderia ter o próprio reality show”

Chefe da Mercedes, Toto Wolff avaliou que, embora Mohammed Ben Sulayem tenha o direito de comandar a FIA do jeito que bem entende, é preciso haver racionalidade para proteger o “santo graal” do esporte. Dirigente brincou que, com todo o drama que cerca a entidade, ela poderia ter o próprio reality show

Chefe da Mercedes, Toto Wolff sugeriu que a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) pode ter o próprio reality show em um momento em que a entidade domina o noticiário do esporte. O dirigente, no entanto, cobrou racionalidade, ainda que reconheça que, como presidente, Mohammed Ben Sulayem tem o direito de comandar a entidade como bem entende.

A gestão Sulayem à frente da FIA tem sido alvo de muitas polêmicas. Nas últimas semanas, a entidade domina o noticiário por conta de uma série de mudanças no quadro de funcionários, incluindo a demissão de Niels Wittich, que atuava como diretor de prova da F1 até o GP de São Paulo.

Além disso, o conflito entre a entidade e os pilotos e notório. Há algumas semanas, a GPDA (Associação de Pilotos de Grande Prêmios) divulgou uma carta pública não só cobrando respeito, mas também pedindo prestação de contas em relação ao uso do dinheiro acumulado com as constantes multas aplicadas por infrações esportivas ou comportamentais.

Por dias, Sulayem ignorou a cobrança dos competidores, mas, no Catar, respondeu que a forma como comanda a entidade “não é da conta deles”.

Toto Wolff cobrou racionalidade da FIA (Foto: Marco Miltenburg / Racepictures.com)

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Nesse cenário turbulento, Wolff considera a FIA candidata a um reality show, mas entende que a situação deveria ser diferente pelo bem do esporte.

“Em geral, se você olha para isso de uma maneira positiva, poderia ter o próprio reality show com o que está acontecendo no momento”, sugeriu Wolff. “Acho que todos os envolvidos precisam ter em mente que nós precisamos proteger esse santo graal do esporte, que ele é, e fazer isso com responsabilidade, prestação de contas e transparência. E não é assim que as coisas acontecem”, seguiu.

“Então não posso olhar para a organização. Entendo o que estamos [as equipes] fazendo tentando manter as coisas no lugar. Mas é bom que os pilotos estejam unidos nesse cenário mais amplo, como eles mostraram”, ponderou.

Depois da resposta atravessada de Ben Sulayem aos pilotos, Wolff admitiu que o presidente não precisa prestar contas, mas ponderou que é responsabilidade da entidade agir no melhor interesse do esporte.

“Ele pode demitir quantas pessoas quiser, já que é a organização dele, ele é o presidente. Isso é algo com que mais ninguém tem envolvimento”, comentou. “Quando isso se torna importante para os pilotos e para todos nós: ‘isso torna o processo de tomada de decisão melhor? Isso torna as regras melhores? O esporte está melhorando por causa dessas mudanças na organização, no pessoal?’. Se a resposta para tudo isso é sim, está fazendo isso, então é uma questão interna com a qual ele tem de lidar, mas, obviamente, o que está no noticiário e o potencial impacto em termos de negatividade e reputação é algo ruim para todos nós”, comentou.

“É isso que quero dizer. Todos nós estamos neste esporte e somos todos partes envolvidas: a mídia, a FIA, os pilotos, as equipes, o Liberty, Stefano [Domenicali] no comando. Acho que nós, em uma época onde existe tanta polarização, tanto conflito, a racionalidade precisa vencer. Para mim, não parece que seja assim no momento”, concluiu.

Fórmula 1 retorna já no próximo fim de semana, entre os dias 6 e 8 de dezembro, com o GP de Abu Dhabi. Será a 24ª e última etapa da temporada 2024.

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