Mercedes tenta se impor em Austin que vai exigir paciência. E Red Bull apenas observa

O primeiro dia de treinos da F1 no Circuito das Américas viu uma Mercedes mais consistente, porém preocupada com a confiabilidade de seus motores. A Red Bull, por sua vez, tateou o acerto e o que fazer para o restante do fim de semana em um circuito que se mostrou difícil de decifrar

A Mercedes confirmou aquilo que já se esperava dela em Austin. O W12 é o carro mais rápido nesta volta da Fórmula 1 aos EUA, depois de dois anos de ausência. O Circuito das Américas parece seguir um território da esquadra alemã, ainda que tenha alguns elementos que provocam certa tensão, como o estranho asfalto. Mas isso, de fato, é a menor das preocupações dos atuais campeões neste fim de semana. A esquadra precisa de uma vitória com Lewis Hamilton para que a disputa com Max Verstappen, agora líder com seis pontos de vantagem, continue muito apertada. E o primeiro dia mostrou que o time tem recursos para virar o jogo – embora exista nas garagens da marca da estrela um trabalho a ser feito.

Em uma sexta-feira (22) de atividades distintas, Valtteri Bottas cravou o melhor do dia, ainda na primeira sessão, com quase 1s de diferença para Verstappen e a Red Bull. Hamilton cercou o companheiro e foi apenas 0s045 mais lento. Já na tarde texana, Sergio Pérez fez o trabalho de encarar os rivais e apareceu na ponta da tabela, mas com uma marca mais lenta que a do finlandês. Acontece que esse treino foi um pouco mais complexo: o asfalto de Austin exigiu mais dos pneus, não foi tão fácil manter a temperatura da borracha. Também houve mais trânsito – Max que o diga. E até uma primeira desavença entre os postulantes ao título.

Apesar disso tudo, os carros pretos comandaram as ações. Lewis teve sua melhor volta eliminada por exceder os limites de pista na curva 19. Erro que certamente não deve se repetir no momento da definição das posições de largada neste sábado. Mas seria dele a primeira colocação do dia. De toda a forma, a Mercedes trabalhou bem o ritmo de classificação e é forte candidata à pole. O desempenho de corrida é bom também, como fora há duas semanas, na Turquia. Só há uma ressalva: o motor.

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Sergio Pérez liderou o TL2, mas foi a Mercedes que mostrou força em Austin (Foto: Red Bull Content Pool)

A equipe identificou a necessidade de uma nova troca – a sexta – para Bottas, o que vai provocar uma queda nas colocações no grid. Os times clientes, como Williams e Aston Martin, também se viram obrigadas a mudar a unidade de potência, o que vai incorrer em punições. Sobre Hamilton, o chefe Toto Wolff não descartou eventual alteração.

“Não dá para dizer se vamos mesmo fazer outra troca ou qual a porcentagem, mas obviamente o risco ainda existe. O difícil de avaliar é o quanto você quer se adiantar à situação e tomar outra punição ou deixar correr e arriscar um abandono. É uma discussão que está acontecendo enquanto conversamos. Ainda não chegamos às respostas certas ainda”, explicou o dirigente.

De fato, é um elemento que pode decidir o título.

O caso é que a Mercedes tratou o dia também com cautela e apontou certa perda de rendimento. O próprio Hamilton efetuou mudanças no carro que não gostou, mas a performance, de toda a maneira, parece ser a grande arma dos heptacampeões. “A pista é bastante acidentada, o que causa problemas em algumas curvas, mas não é tão diferente dos anos anteriores e certamente não é tão ruim quanto temíamos. A segunda sessão não pareceu tão forte, foi fácil superaquecer os pneus, e isso tornou mais difícil ser consistente. Lewis teve uma volta deletada que nos deixaria mais competitivos, mas, independentemente disso, parecia que tínhamos perdido um pouco de ritmo”, explicou Andrew Shovlin, engenheiro da Mercedes.

“Isso se deve a uma série de coisas: talvez não tenhamos nos adaptado bem às condições mais quentes, outros podem ter melhorado, ou pode ser que algumas de nossas mudanças não funcionaram como o esperado. É útil ter encontrado alguns problemas que podemos resolver esta noite, pois há muito que podemos fazer para melhorar, mas o sentimento geral do treino livre 2 é que vai ser muito apertado e os dois carros da Red Bull devem brigar pela pole”, completou.

Max Verstappen trabalhou no acerto fino do RB16B (Foto: Red Bull Content Pool)

Esse cuidado da equipe alemã tem a ver com o fato de que os taurinos trabalharam intensamente para encontrar desempenho e velocidade de reta. A questão é que a Mercedes ainda não tem certeza sobre o real ritmo dos energéticos. A simulação de corrida revelou que Pérez e Verstappen têm performances muito próximas e estão atrás apenas de Hamilton. Porém, a classificação ainda é uma incógnita, especialmente no que diz respeito a Max. O holandês se viu preso no tráfego e acabou não completando a fase da sessão que mostra como os carros estão para a definição da pole.

“Não consegui fazer uma volta com o pneu macio no segundo treino. Aqui não é fácil, a pista é muito ondulada e fica difícil encontrar o equilíbrio correto para o acerto do carro”, disse o líder do campeonato.

“Existem alguns aspectos positivos que podemos tirar e vamos seguir trabalhando em cima disso nesta noite. Não foi tão ruim nas voltas rápidas, mas simplesmente tivemos um tráfego”, acrescentou o dono do carro #33 da Red Bull.

Outro fator é realmente a borracha. Ainda que os organizadores do GP dos EUA tenham se esforçado em eliminar as imperfeições do asfalto, ainda há muita ondulação. E nesta sexta, os treinos mostraram um grande desgaste dos pneus. Então, esse aspecto também deve ter um papel importante e vai exigir paciência dos pilotos. Atingir a temperatura ideal e mantê-la vai ser desafiador.

“Gerenciar o pneu macio parece ser a chave aqui, e isso é algo que as equipes vão avaliar com mais detalhes amanhã, com algumas chances de tentar passar pelo Q2 com o pneu médio para começar no domingo e abrir uma gama mais ampla de possibilidades estratégicas para a corrida. No entanto, com uma lacuna de desempenho maior em comparação com o macio do que vimos esta manhã, esse composto certamente tem suas vantagens também”, disse Mario Isola, o chefão da Pirelli.

Uma vez mais, o campeonato se torna um grande jogo de xadrez. E em Austin, há ainda muitas peças que podem se mover.

Fórmula 1 volta a acelerar no Circuito das Américas neste sábado. Às 15h (de Brasília, GMT-3), acontece o treino livre 3, enquanto a classificação está marcada para 18h. O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e em TEMPO REAL o fim de semana do GP dos Estados Unidos de Fórmula 1. Siga tudo aqui.

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