Na Garagem: Rosberg conta com azar de Hamilton e vence na Austrália 1ª da F1 híbrida

Há exatos dez anos, Nico Rosberg inaugurou novos tempos na Fórmula 1 ao vencer o GP da Austrália com uma Mercedes dominante

Era um novo momento. Após a Red Bull dominar o começo dos anos 2010, a Fórmula 1 olhava para o mundo que se começava e se apresentar e decidia partir para os motores híbridos naquele 2014. Seria o suficiente para superar o time dos energéticos e Sebastian Vettel? Os testes de pré-temporada indicavam que as chances existiam, sim, mas havia incerteza até aquele 16 de março de 2014, exatos dez anos atrás. Há uma década, começava a era Mercedes.

A classificação do sábado em Melbourne dera mais um indício da força das Flechas Prateadas, que tinham somente duas vitórias na Fórmula 1 desde o regresso como equipe de fábrica, em 2010. Lewis Hamilton colocara 0s3 para Daniel Ricciardo, estreante na Red Bull, que alinhava ainda na frente de Nico Rosberg. Outro estreante de equipe grande, Kevin Magnussen pela McLaren, saía em quarto. O tetracampeão, Vettel, num distante 13º lugar.

A largada da corrida foi problemático. Romain Grosjean saiu do pit-lane, após a Lotus mexer de última hora no carro e ainda foi punido por ter partido antes da autorização. Os dois pilotos da Marussia, Max Chilton e Jules Bianchi, travaram na pista em momentos distintos da volta de apresentação. Assim que a corrida finalmente começou, um acidente envolvendo três pilotos tirou Felipe Massa e Kamui Kobayashi da corrida, enquanto Kimi Räikkönen, reestreando na Ferrari, seguiu em frente.

Lá na frente, também houve movimentação. Hamilton perdeu um dos seis cilindros do novo motor e viu Rosberg e Ricciardo passando por si. Nico, aliás, despachou Daniel rapidamente e assumiu a liderança. Lewis continuava tentando recuperar a potência do carro, mas perdia mais posições até que, na segunda volta, foi chamado aos boxes. Hora de abandonar e começar o novo campeonato em enorme azar.

A largada do GP da Austrália de 2014 (Foto: Reprodução/BBC)

Uma volta depois de Hamilton, Vettel também abandonou. Não haveria corrida de recuperação do tetramundial, que sofria, da mesma maneira, com problemas no motor. Além deles, os dois pilotos da Lotus, Grosjean e Pastor Maldonado, foram outros que saíram após os novos motores forçarem. Marcus Ericsson, pela Sauber, foi o dono do último abandono, por falha no bombeamento de combustível.

Sem Hamilton no páreo e com absolutamente ninguém mais em condição de incomodar a Mercedes, Rosberg partiu para uma vitória facílima e mostrava ser postulante ao título mundial. Foram quase 25s de vantagem para Ricciardo, em segundo. Magnussen terminava em terceiro. Era o primeiro pódio tanto para Daniel quanto para Kevin.

“Dia incrível!”, comemorou após a corrida. “Começar a temporada vencendo é incrível. Agradeço muito a todos os envolvidos na construção de nosso carro ao longo do inverno. Sempre sonhei em ter uma Flecha Prateada tão forte e agora tenho. Na corrida, tudo caminhou perfeitamente para mim. A largada foi ótima e, além disso, pude acelerar bastante até o fim, com nosso consumo de combustível sob controle”, relatou.

“Apesar do nosso sucesso de hoje, sabemos que há mais trabalho a fazer. Vimos durante o fim de semana que a confiabilidade ainda é uma preocupação e, no fim das contas, impediu que tivéssemos uma dobradinha. Estou muito ansioso para a Malásia [corrida seguinte, duas semanas depois], mas adoraria mesmo correr amanhã de novo”, finalizou.

Apesar de Ricciardo sair do carro vibrante, comemorando o fato de ter se tornado o primeiro piloto australiano a ir ao pódio em casa desde que o evento passou a contar pontos para o campeonato, a coisa rapidamente mudou. A inspeção técnica da FIA concluiu que a Red Bull quebrara o Artigo 5.1.4 do Regulamento Técnico e, por isso, Ricciardo seria desclassificado. O motivo foi uma ilegalidade no fluxômetro, que permitia uma quantidade de fluxo de combustível maior que a permitida bombeada para o motor de combustão interna.

A Red Bull chegou até a apelar, mas o pedido foi rejeitado pelo Tribunal de Contestações da FIA cerca de um mês depois.

Com isso, Jenson Button foi promovido ao terceiro lugar e confirmou a ida das duas McLaren ao pódio. Magnussen, em seguida, tornava-se o primeiro estreante da categoria no pódio desde Hamilton, sete anos antes.

Além deles, pontuaram Fernando Alonso (Ferrari), Valtteri Bottas (Williams), Nico Hülkenberg (Force India), Räikkönen, Jean-Éric Vergne (Toro Rosso), Daniil Kvyat (Toro Rosso) e Sergio Pérez (Force India).

O campeonato continuaria com a recuperação de Hamilton e a subsequente quebra da relação dos dois, que se tornou extremamente difícil após alguns desentendimentos marcantes em Mônaco e na Hungria, antes do acidente na Bélgica. A disputa pelo título chegaria até a última corrida, em Abu Dhabi, mas ficaria mesmo com Lewis. A Mercedes só não ganhou três das 19 provas daquela temporada, todas ficaram nas mãos de Ricciardo e da Red Bull.

O que dá para garantir é que aquele 16 de março é um marco da nova Fórmula 1 que começava.

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