Na Garagem: Schumacher carimba hepta histórico em dia de vitória de Räikkönen em Spa

Já se vão 15 anos desde o dia em que Michael Schumacher conquistou o último título na F1. O alemão sobreviveu a uma prova conturbada em Spa e somou os pontos que precisava com um segundo lugar, isso enquanto Kimi Räikkönen lavava a alma

O número sete é o da sorte para muita gente, mas poucos podem se gabar de tê-lo quase como marca registrada. Michael Schumacher, único heptacampeão da história da Fórmula 1, teve tal honra. Foi em um 29 de agosto, exatos 15 anos atrás, que o alemão fez o antes impensável ao confirmar o sétimo título na principal categoria do automobilismo ao cruzar a linha de chegada em segundo no GP da Bélgica.
 
É preciso destacar, entretanto, que o sétimo lugar era impensável anteriormente. Tão logo a temporada começou e a Ferrari se mostrou ainda mais dominante do que de costume, ficou claro que Schumacher tinha a faca e o queijo na mão para ser campeão mais uma vez. Como um piloto que não costuma dar bobeira, Schumi chegou à fase final da temporada europeia apenas contando os dias para ser o melhor do mundo novamente.
 
A situação estava translúcida após o GP da Hungria, que teve uma nem um pouco surpreendente dobradinha da Ferrari – Schumacher em primeiro, Rubens Barrichello em segundo. Michael chegaria a Spa-Francorchamps com 120 pontos e tendo Rubinho, com 82, como único capaz de estragar a festa. Não que o brasileiro de fato tivesse condições de o fazer, mas era o que a frieza dos números indicava.
 
38 pontos adiante, Schumacher precisava apenas garantir que sairia da Bélgica com 40 de vantagem sobre Barrichello. Caso os dois seguissem nas posições de pódio, terminar imediatamente à frente do brasileiro bastaria.
Michael Schumacher fez campanha próxima da perfeição em 2004 (Foto: Ferrari)

Só que a F1 2004 não era necessariamente um enorme amistoso, com todas as equipes de mãos atadas frente à Ferrari. Ok, era assim na maioria das vezes. Só que o lendário Spa-Francorchamps era esperança de um novo panorama.

 
A largada mostrou isso. Foi uma zona: Mark Webber bateu na traseira de Barrichello na La Source, com os dois sofrendo danos; Felipe Massa perdeu a asa ao tocar Kimi Räikkönen; Webber, Takuma Sato, Gianmaria Bruni e Giorgio Pantano bateram na subida da Eau Rouge.
 
A corrida ficou com safety-car e, mais do que isso, com uma dobradinha momentânea da Renault. A relargada mostrava que o Schumacher de Spa não era aquele de costume de 2004: tanto Räikkönen quanto Montoya conseguiram ultrapassar até com certa facilidade.
 
Só que o sonho da Renault logo começaria a ir pelo ralo. Alonso sofreu um vazamento de óleo no motor, com o líquido indo diretamente sobre os pneus traseiros. Isso causou o abandono do espanhol e deixou a liderança com Räikkönen – a outra McLaren, de Coulthard, passava por apuros com um pneu furado.
 
A segunda Renault também teria problemas, só que por conta de um piloto afobado demais. Montoya, tentando a qualquer custo passar Trulli, causou um toque. O italiano quase levantou voo, enquanto o colombiano deu sorte ao evitar danos. Todos os dramas jogavam a favor de Räikkönen e Schumacher, que faziam corridas limpas.
Muito longe da briga pelo título, Kimi Räikkönen ao menos voltou a vencer após mais de um ano (Foto: McLaren)

Quem também poderia tirar proveito disso tudo era Antônio Pizzonia, substituindo o lesionado Ralf Schumacher na Williams. Só que, depois de algumas voltas em terceiro, o motor BMW apresentou problemas e forçou o abandono. Montoya teria o mesmo destino, já que um furo de pneu danificou a suspensão traseira direita.

 
A corrida ainda teria mais um safety-car por conta de uma barbeiragem de Coulthard contra Christian Klien, mas o panorama da corrida não mudaria mais. Räikkönen seguiu líder, sem de fato ser ameaçado por Schumacher, talvez mais preocupado em terminar a prova e garantir o título. Afinal, Barrichello era terceiro, resultado que fechava a conta na briga pelo hepta.
 
O domínio de Schumacher na F1 ganhava um novo capítulo e nem parecia próximo de acabar. Com as equipes rivais vivendo de altos e baixos, o octa parecia plenamente possível em 2005. Só que não seria bem assim – Renault e Alonso formariam um combo imbatível nos dois anos seguintes. Michael não voltaria a ser campeão mundial.
 
Para Räikkönen, conquistando apenas a segunda vitória na F1, o triunfo era um alento para 2005. Afinal, a McLaren estava se acertando após começo de ano terrível. Só que o ano seguinte seria marcado por problemas mecânicos recorrentes, facilitando a vida de Alonso. O tão esperado – e merecido – título só viria em 2007, já pela Ferrari.
 

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