O brasileiro Felipe Massa não será piloto da Ferrari na temporada 2014 do Mundial de F1. O piloto confirmou as notícias publicadas nos últimos dias por meio de sua conta no Instagram, onde anunciou que seu contrato com o time italiano não será renovado além deste ano.
“Não vou mais correr pela Ferrari a partir de 2014! Gostaria de agradecer pela amizade, vitórias e um lindo momento com a Ferrari. A ajuda de minha esposa, da minha família e de todos os meus fans (sic). Toda a ajuda dos meus patrocinadores!!!”, postou Massa, junto de uma foto da festa pela vitória no GP do Brasil de 2006, em Interlagos.
“Vou com tudo para as ultimate (sic) 7 corridas como piloto da Ferrari! A partir de agora, quero achar uma equipe que me dê um carro competitivo para conseguir mais vitórias e vencer um campeonato q e o meu sonho !! (sic)”, completou.
Foi com a Ferrari que Massa viveu os melhores momentos de sua carreira. O paulista estreou na escuderia de Maranello em 2006 e, desde então, disputou 132 corridas, marcando 15 pole-positions e vencendo 11 vezes. Ele é o segundo piloto que mais defendeu a Ferrari na F1, atrás somente de Michael Schumacher.
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O auge aconteceu em 2008, quando disputou o título até os últimos metros com o inglês Lewis Hamilton, da McLaren. Massa cruzou a linha de chegada em primeiro em São Paulo, mas, segundos depois, Hamilton conseguiu superar o alemão Timo Glock na curva da Junção para sagrar-se campeão.
Também foi com a Ferrari que Massa viveu o pior momento não apenas de sua carreira, mas de sua vida. Em 2009, no treino classificatório para o GP da Hungria, o piloto foi atingido no capacete por uma mola que se desprendeu do carro de Rubens Barrichello. O acidente o deixou de fora do restante daquele campeonato, e ele só voltou às pistas no início de 2010.
Nos últimos três anos, Massa dividiu a Ferrari com Fernando Alonso e foi amplamente superado pelo espanhol. O ponto mais delicado deste período foi o GP da Alemanha de 2010, quando liderava a prova em Hockenheim, mas ouviu pelo rádio a ordem de equipe que se tornou uma das mais famosas da F1: “Felipe, Fernando is faster than you. Do you understand this message?”. Voltas depois, ele permitiu a ultrapassagem do companheiro, que venceu.
A ameaça da demissão havia sido enorme em 2012. O começo de ano do piloto foi muito fraco. Ele mesmo chegou a admitir que procurou tratamento psicológico para superar a má fase e que chegou a pensar se servia para ser piloto. Uma reação importantíssima na segunda metade do campeonato, porém, garantiu-lhe mais um ano de contrato com a equipe mais vitoriosa da F1.
Embalado pelo final de ano forte, Massa fez um bom início de 2013, andou à frente de Alonso nas primeiras provas do ano e subiu ao pódio no GP da Espanha. Contudo, entrou em uma espiral negativa a partir do GP de Mônaco e coletou uma sequência de resultados insuficientes para que pudesse provar à Ferrari que merecia continuar acelerando os bólidos vermelhos.
No GP da Itália do último domingo, o brasileiro terminou na quarta colocação. Ele é o sétimo colocado na temporada 2013 com 79 pontos somados em 12 corridas.
O substituto
A expectativa é que a Ferrari anuncie o retorno de Kimi Räikkönen ao time. Coincidentemente, foi em 10 de setembro de 2006, há exatos sete anos, que a contratação do finlandês foi oficializada pelo time italiano.
Räikkönen disputou três campeonatos com a Ferrari, entre 2007 e 2009, sendo que foi campeão no primeiro ano. Em 2008, ele foi superado por Massa e, em 2009, despediu-se do time.
A saída de Kimi, que estava insatisfeito com a Ferrari, a F1 e a vida, representou também um voto de confiança da escuderia ao brasileiro. O contrato de Massa encerrar-se-ia ao término daquele campeonato, mas, mesmo com o piloto afastado das pistas por causa do acidente sofrido na Hungria, seu vínculo foi renovado, enquanto o finlandês, que tinha contrato para 2010, abriu lugar para a chegada de Alonso.
Räikkönen só retornou à F1 em 2012, pela porta da Lotus, e terminou o Mundial de Pilotos na terceira posição. Em 2013, ele ocupa a quarta posição no Mundial com 134 pontos.
O Brasil sem pilotos na F1
Com Massa fora da Ferrari e sem lugar certo na F1 2014, o Brasil também não sabe se terá representantes na categoria no próximo ano. Isso não acontece desde 1969, antes da estreia de Emerson Fittipaldi, com a Lotus, no Mundial.
Massa já disse, em mais de uma oportunidade, que não quer seguir na F1 se não tiver um carro competitivo em mãos.
O outro brasileiro que pode alinhar no grid da F1 em 2014 também se chama Felipe, mas tem sobrenome Nasr. O que pinta como cenário ideal para o brasiliense, quarto colocado no campeonato da GP2, é uma vaga na Lotus, aberta com a saída de Räikkönen.