‘Nunca desista’ e gritos: como mecânicos consertaram carro de Verstappen na Hungria

Os mecânicos da Red Bull correram contra o tempo para, em um espaço de 20 minutos, consertar o carro de Max Verstappen e deixar tudo pronto para a largada na Hungria. Um vídeo em formato timelapse mostra um pouco do trabalho feito pelos profissionais da equipe taurina. "Foi louco", definiu o holandês

Ainda que seja sobre a união entre ser humano e seu carro, o automobilismo está muito longe de ser um esporte individual. Afinal, para que um competidor tenha êxito nas pistas, é preciso muito mais que talento natural, mas sim um carro bem preparado e ajustado, o que só é alcançado com as melhores peças, mas, principalmente, com o trabalho duro de mecânicos e engenheiros. O GP da Hungria do último domingo (19) foi outra prova cabal de que o automobilismo é, no fim das contas, um esporte muito coletivo.

Com 23 minutos para a largada em Hungaroring, Max Verstappen deixou os boxes da Red Bull e partiu para alinhar no grid. Por conta do asfalto bastante úmido em alguns trechos, o holandês perdeu o controle do seu RB16 na curva 12 e acertou a barreira de proteção. Com o impacto, houve danos na suspensão dianteira e também na asa frontal do carro taurino. Por sorte, Max conseguiu manter o motor ligado e se arrastou para o grid de largada.

A dúvida era se Verstappen conseguiria largar. A não-participação na prova simplesmente completaria um fim de semana deveras apagado para o piloto, que ficou muito longe da pole-position e só obteve a sétima colocação do grid.

“Pensei que a corrida tivesse acabado. Mas consegui tirar o carro do muro. E aí, sim! É como uma mentalidade ‘nunca desista’. Trazer o carro para o grid e ver o que acontece, certo? Eu simplesmente poderia ter pulado do carro e ter falado que estava acabado”, contou o dono do carro #33 da Red Bull durante entrevista coletiva pouco depois da corrida.

É aí que entra o trabalho fundamental dos mecânicos. Desde que Verstappen conseguiu alinhar no grid, foi uma corrida contra o tempo para deixar o carro pronto para a largada.

“Eu estava assim: ‘Vamos ver se eles vão conseguir’ e, se não conseguirem, faz parte, automobilismo é isso, e um fim de semana decepcionante estaria encerrado. Eu estava sentado no carro e pude ver os mecânicos gritando uns com os outro. Dez segundos! Cinco segundos! Colocar o volante! Tudo”, relatou Verstappen.

“Levantei meus polegares e eles disseram: ‘Sim, sim, está tudo consertado’. E aí eu disse: ‘Ok, bem, então vamos pra cima’. Fiquei muito empolgado para voltar ao carro em mostrar para eles que o esforço não foi em vão. Sim, foi insano. Foram de 10 a 12 minutos loucos. Fiz a volta de apresentação, chequei as rodas e pensei: ‘Parece que está bom’. Durante a corrida, nada aconteceu, nada de estranho aconteceu, então estava tudo totalmente consertado. Então, sim, foi louco”, disse o piloto de 22 anos, que falou sobre o alívio ao perceber que o carro estava perfeito pouco depois de achar que a corrida estava perdida.

Max Verstappen festeja pódio do GP da Hungria com mecânicos e engenheiros da Red Bull (Foto: AFP)

“Claramente, você pode ver que os mecânicos fizeram um trabalho incrível para consertar o carro e fiquei muito feliz em largar para a corrida. A primeira volta foi muito boa e, a partir de então, fizemos as escolhas certas com estratégia, quando ir para os boxes e qual pneu colocar”, destacou.

Do drama antes da largada, Verstappen tornou-se um dos grandes nomes do GP da Hungria. O holandês foi o único piloto a quebrar a hegemonia de Lewis Hamilton e liderou uma volta, ainda que durante o período em que o britânico teve de parar para trocar pneus, ainda no início da corrida. Com grande largada, Max pulou para as primeiras posições e andou praticamente durante toda a prova em segundo.

Com cerca de 20 voltas para o fim, Valtteri Bottas, que vinha em terceiro, foi para os boxes e calçou pneus duros novos para tentar aproveitar a melhor performance dos compostos e superar Verstappen no fim. Mas o piloto taurino conseguiu lidar melhor com o tráfego, se defendeu bem e cruzou a linha de chegada em segundo lugar. Um resultado, diante do que tinha acontecido quase duas horas antes, heroico.

“Conseguir ficar entre os dois carros da Mercedes na corrida depois de um fim de semana tão difícil para a gente é um ótimo resultado, algo que, definitivamente, não esperávamos”, comemorou Max Verstappen, que enxergou no segundo lugar o significado de uma vitória. Não só do piloto, mas também de todos os mecânicos que lutaram para deixar o carro pronto antes do GP da Hungria.

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