Opinião GP: Entre erros e problemas, Vettel e Alonso voltam a ver passado e presente se fundirem

Sebastian Vettel sabe muito bem onde começou a perder o campeonato de 2017. Fernando Alonso sabe muito bem que foi a McLaren, e não só a Honda, a principal responsável pelo pesadelo que viveu nas últimas temporadas. O GP da França foi um resgate, e a partir dele, os dois pilotos têm lições e soluções a tomar

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TEM UMA MÁXIMA no esporte a motor que diz que não se ganha uma corrida na primeira curva. É quase um clichê, mas é totalmente verdadeiro. E algo que não se pode ignorar, ainda mais em um campeonato em que até os pequenos detalhes podem fazer a balança pender para o bem ou para o mal. 2018 tem sido um pouco assim. Com duas equipes que se equivalem e medem forças prova a prova, além de dois fortíssimos candidatos ao título, até o mínimo deslize pode pôr tudo a perder. E a temporada passada é a maior prova. Sebastian Vettel entende muito bem onde foi que começou a perder aquele campeonato. Foi com erros como os de domingo que jogou por terra a boa performance que a Ferrari vinha tendo.
 
Em 2017, o alemão havia acabado de perder a liderança da classificação para Lewis Hamilton, quando decidiu ir para o tudo ou nada na largada do GP de Singapura. Aquele acidente, que envolveu ainda Max Verstappen, Kimi Räikkönen e até Fernando Alonso, custou caríssimo e puxou uma sequência de problemas e falhas que o deixaram em uma condição precária na tentativa de virar pentacampeão. Agora de novo.
 
Em Paul Ricard, no último domingo, Vettel havia saltado muitíssimo bem do terceiro lugar. O ferrarista se colocou tão bem que quase viu concretizar a chance de superar os dois carros da Mercedes nos metros iniciais o circuito francês. Mas aí na freada da primeira curva, o #5 acertou a traseira da Mercedes de Valtteri Bottas, o que fez ambos rodarem. O finlandês teve um pneu furado, enquanto o alemão ficou com a asa dianteira danificada. Lá na frente, Hamilton foi abrindo caminho, tranquilo e sem ser ameaçado.
Vettel bate em Bottas ainda na primeira volta (Foto: AFP)

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O prejuízo poderia até ter sido maior para Seb, como foi em Singapura, quando abandonou. Mas o cenário se faz sombrio. De pneus trocados e nova asa, o alemão foi o destaque da corrida com seu ritmo alucinante, superando os rivais volta a volta. Tomou uma punição pelo acidente da primeira volta e acabou a corrida em quinto. Vettel chegou à França com um ponto de vantagem para Lewis e saí agora com 14 de déficit. Não dá para dizer que o campeonato já era. Mas, certamente, agora ficou mais difícil.
 
É bem verdade que a Ferrari tem um carro equilibrado e veloz. Tanto é que o desempenho do tetracampeão foi impressionante – aliás, teria sido uma boa briga com as Mercedes se ambos tivesse passado ilesos pela curva 1. Mas as pistas que estão por fim também tendem a se ajustar melhor ao carro prateado. Se no ano passado a equipe alemã começou a virada mesmo logo depois da pausa das férias, nesta temporada o time tem a chance de disparar agora. Ainda que a Áustria guarde os compostos menos favoritos dos alemães, o traçado rápido do Red Bull Ring é um ponto a favor. Depois, a F1 vai a Silverstone, onde Lewis vem mandando desde 2014.
 
Antes da primeira metade do campeonato acabar, as chances ferraristas estão depositadas em Hockenheim e, principalmente, em Hungaroring. Mas, para isso, Seb precisa colocar a Ferrari nos trilhos. E não pode mais se dar ao luxo de errar. 
 
Quem também voltou a ser assombrado por fantasmas do passado foi Fernando Alonso. O espanhol esperneou o que deu durante o GP da França. A McLaren apresentou um desempenho muitíssimo fraco. Foi como se tivesse voltado no tempo, sequer entrou no Q2 e ficou longe dos pontos. O bicampeão se queixou, furiosamente, da falta de performance, do desgaste dos pneus, da perda dos freios. A sensação é de que a equipe inglesa mascarou seu real ritmo por tempo deamis. O carro tem muitos problemas e não evolui. Todas as atualizações não funcionaram a pleno e o motor Renault por si só não consegue dar conta de tudo que está errado. Ou seja, o fracasso das temporadas anteriores também não pode ser jogado somente na conta da Honda. O time de Woking tem falhas administrativas e técnicas, e os resultados não vão aparecer enquanto esses setores não se ajustarem. 
Fernando Alonso viveu mais um dia de fracasso com a McLaren (Foto: McLaren)
Alonso, portanto, desperdiça seu tempo e talento, embora insista em dizer que prefere lutar pelo último lugar na F1 a ficar sentado em casa vendo pela TV. Talvez até tenha razão, mas é difícil de entender, especialmente se pegar o momento que ele vive fora do Mundial. O asturiano não só lidera o campeonato do WEC, como conseguiu, logo na primeira tentativa, vencer as 24 Horas de Le Mans. A chance de um título mundial no endurance são gigantescas e não tem como fechar os olhos para isso. Além disso, todo o esforço de Zak Brown em se aproximar da Indy precisa ser levado em consideração. O caminho pode ser esse. 
 
É diante desse cenário que a F1 deixa a França, a primeira da trinca inédita de corridas seguidas. A Vettel cabe entender que as largadas não decidem corridas e que, sem ter o melhor carro, o que lhe resta é minimizar prejuízo. E Alonso precisa entender que a McLaren não vai evoluir e que ele tem de tomar a decisão pela Tríplice Coroa. E logo.
Opinião GP é o editorial do GRANDE PRÊMIO que expressa a visão dos jornalistas do site sobre um assunto de destaque, uma corrida específica ou o apanhado do fim de semana de automobilismo.
 
 
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