Opinião GP: Hamilton acerta ao devolver posição a Bottas na Hungria, mas assume risco de perder título para Vettel

A postura de Lewis Hamilton e da Mercedes ao longo do GP da Hungria, ainda que tenha colocado em risco o tetra do britânico ao fim da temporada, foi um grande acerto e mostrou que mesmo em um negócio que movimenta bilhões, o lado esportivo ainda pode ter voz na F1. A decisão em determinar que Lewis devolvesse o terceiro lugar a Valtteri Bottas também foi, de certa forma, um tapa com luva de pelica na Ferrari e no seu histórico de buscar a vitória mesmo contra o espírito esportivo

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O DESFECHO DO GP DA HUNGRIA mostrou que ainda há espaço para espírito esportivo na F1. Mesmo em um meio que movimenta bilhões e onde a vitória é buscada quase a qualquer preço, o gesto de Lewis Hamilton ao devolver o terceiro lugar da prova a Valtteri Bottas merece ser exaltado. Em um campeonato tão disputado, onde cada ponto é importante na luta contra um grande rival como é Sebastian Vettel, Lewis corre o risco de perder o tetra depois de abrir mão dos três pontos que conquistaria a mais no último domingo (30), mas cumprir com a palavra faz com que o piloto ganhe ainda mais respeito dentro da Mercedes como também perante Bottas e os fãs da F1 como um todo.
 
O gesto de Hamilton é acertado sob vários aspectos. Antes de tudo, em uma disputa tão intensa contra Vettel, Bottas pode ser um fator decisivo em favor da Mercedes. A grande atitude de Lewis faz com que o finlandês não hesite em ajudá-lo caso seja preciso durante algum momento nesta segunda metade da temporada. Tudo é reflexo de um ambiente bem menos tenso nos boxes do time de Brackley em relação aos últimos anos. Uma paz que não existiu nos tempos de parceria entre Hamilton e Nico Rosberg.
 
Pouco depois da corrida, Niki Lauda, presidente não-executivo da Mercedes, falou em ser justo com seus dois pilotos. Bottas, de fato, começou melhor a corrida e manteve a terceira posição, enquanto Hamilton largou mal e foi superado por Max Verstappen e também por Daniel Ricciardo, que se engalfinharam ali na sua frente na primeira volta. Mas o ritmo do britânico era melhor durante a prova e, de fato, havia uma chance maior de alcançar e passar pelo menos um dos carros da Ferrari e amenizar o estrago depois de uma classificação ruim.
Valtteri Bottas não teve ritmo para alcançar as Ferrari (Foto: Mercedes)

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A forma de Hamilton na pista levou a Mercedes a tomar uma decisão difícil: ordenou que Bottas abrisse espaço para Lewis passar com a promessa de o britânico devolver o terceiro lugar caso não fosse possível passar um dos carros da equipe italiana. Bottas praticamente estacionou sua Mercedes e ajudou seu colega a passar. A decisão não foi bem-vista nas redes sociais, mas era a única alternativa possível naquele momento. Hamilton tentou tudo, até a última volta, mas o ritmo de Vettel e Räikkönen era melhor. Quando estava mais perto, o tricampeão errou ao se aproximar de Kimi, fazendo cair por terra qualquer mínima chance de ganhar a segunda posição.
 
No fim, Hamilton fez o que poucos esperavam, tamanha sua gana de vencer: abriu espaço no fim da última volta e devolveu o terceiro lugar a Bottas. Lewis perdeu o pódio e também os três pontos a mais que conquistaria. A diferença que o separa de Vettel agora está em 14 tentos. Nada de outro mundo e é uma diferença bem possível de ser tirada, ainda mais porque faltam nove corridas para o fim do campeonato, mas quando se trata de um rival como o tetracampeão, qualquer ponto é fundamental.
Tudo ou nada: Bottas estaciona e deixa Hamilton tentar alcançar Räikkönen e Vettel (Foto: F1/Twitter)
A Mercedes também acertou na sua postura e fez o que era possível para fazer com que seu piloto mais rápido na pista, no caso, Hamilton, tivesse a chance de mostrar que tinha condições de brigar com a dupla da Ferrari. Mas ao determinar um limite e que Hamilton devolvesse sua colocação a Bottas, a equipe mostrou ao mundo que está de fato mais comprometida com os ideais esportivos da F1 do que vencer e ganhar títulos custe o que custar.

Evidente que, fosse a última corrida da temporada e o título estivesse sendo definido em Hungaroring, tal conduta seria diferente se a permanência de Hamilton à frente de Bottas lhe desse a taça. Mas ainda falta muito para o desfecho do campeonato.

 

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Se considerar os acontecimentos em um passado não muito distante, impossível não lembrar da troca de posições entre Michael Schumacher e Rubens Barrichello no GP da Áustria de 2002 ou então do ‘Felipe, Fernando is fasther than you’ do GP da Alemanha de 2010, situações em que ordens de equipe eram desnecessárias do ponto de vista esportivo, visto que restavam muitas corridas para a definição do título.

De certa forma, ainda que tivesse sido uma decisão dura para Hamilton ou mesmo para a Mercedes, cientes do risco que correm de perder o título por uma diferença igual ou inferior a três pontos, a conduta foi ainda um belo tapa com luva de pelica na Ferrari.

E, acima de tudo, a Mercedes mostrou que ainda é possível fazer parte de um meio competitivo, lutar por títulos e vitórias e, mesmo assim, não abrir mão de valores como espírito esportivo, ética, justiça e palavra, valores cada vez mais escassos não apenas em meio à F1, mas à sociedade como um todo.

 

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