Órgão britânico suspende russos, e Mazepin corre risco de perder GP da Inglaterra

A Motorsport UK, entidade máxima do automobilismo no Reino Unido, suspendeu pilotos russos de corridas no território britânico. A decisão afeta Nikita Mazepin, da Haas, para a temporada 2022 da F1

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Depois de uma reunião extraordinária do Conselho Mundial na última terça-feira (1º), a FIA decidiu que pilotos e equipes russos e bielorrussos poderão seguir no automobilismo, mas desde que corram com bandeira neutra. Nesta quarta-feira (2), porém, a entidade máxima do automobilismo britânico tomou uma decisão que pode afetar o grid da Fórmula 1, com Nikita Mazepin, e de outras importantes categorias.

O Conselho Mundial de Automobilismo foi convocado em caráter urgente para discutir os desdobramentos do conflito no leste europeu, após pedido da Federação de Automobilismo da Ucrânia para que o órgão regulador suspendesse as licenças de pilotos russos. A FIA, no entanto, optou por apenas impedir que corram com suas bandeiras, liberando assim Nikita Mazepin, da Haas, para seguir no grid da F1 em 2022. O mesmo se aplica a Daniil Kvyat, piloto reserva da Alpine.

“Nenhum símbolo nacional russo/bielorrusso, cores, bandeiras [uniforme, equipamento e carro] devem ser exibidos ou hinos devem ser tocados em competições internacionais”, destacou o documento.

Nikita Mazepin vai seguir na F1 em 2022 (Foto: Haas F1 Team)

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A Motorsport UK, entidade que comanda o automobilismo no Reino Unido, tomou uma outra direção e anunciou que o reconhecimento de licenças de pilotos da Federação Russa de Automobilismo [RAF] e da Federação Bielorussa de Automobilismo [BAF] estão suspensas no território britânico.

A decisão impede que pilotos e equipes da Rússia e de Belarus estão impedidas de correr no Reino Unido. Com isso, a decisão afeta Nikita Mazepin, piloto russo da Haas, que deverá perder o GP da Inglaterra de Fórmula 1 em 2022, caso continue no grid da categoria.

A atitude tomada pela Motorsport UK tem relação com a invasão russa ao território ucraniano na última semana, após semanas de tensão entre os países vizinhos do leste europeu.

“É nosso dever usar qualquer influência e aproveitar o possível para levar essa injustificável invasão ao fim. Nós encorajamos a comunidade do esporte a motor em todo o mundo a abraçarem as recomendações do Comitê Olímpico Internacional e fazer o possível para acabar com essa guerra”, disse David Richard, presidente da entidade.

Silverstone é o palco do GP da Inglaterra de Fórmula 1 (Foto: Michelin)

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia:

No último dia 21, o presidente russo Vladimir Putin reconheceu, em decreto, a independência das províncias separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk. O movimento gerou sanções da União Europeia e dos Estados Unidos ao governo e a empresas russos, aumentando também o medo de um confronto na região.

A tensão escalou de vez no leste europeu no último dia 24,quando a Rússia atacou a Ucrânia em um movimento classificado por Kiev como uma “invasão total”. Às 5h45 [23h45 de quarta-feira, no horário de Brasília], Putin anunciou em um pronunciamento uma “operação militar especial” para “proteger a população do Donbass”, uma área de maioria étnica russa no leste ucraniano.

O comando militar russo alega que “armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas da Ucrânia”. Na TV, Putin afirmou que a Rússia não planejava uma ocupação da Ucrânia, mas ameaçou com uma resposta “imediata” qualquer um que tentasse interromper a operação. O mandatário russo recomendou que os soldados ucranianos se rendam e voltem para casa. “Do contrário, a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue”, avisou.

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky decretou lei marcial em todo o país, instaurando regime de guerra e convocando grande parte dos reservistas das forças armadas – inclusive impedindo que qualquer homem entre 18 e 60 anos de idade saiam do país nos próximos 30 dias.

O conflito chega nesta terça-feira ao sexto dia. Segundo o Acnur (Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados), mais de 600 mil pessoas já deixaram a Ucrânia. Somado a isso, cerca de 1 milhão de pessoas fugiram de suas casas, mas continuam no país.

Nesta manhã, um míssil atingiu o centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, afetado um prédio do governo local no centro da Praça da Liberdade. Pelo menos dez pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. O presidente Zelensky classificou o ataque russo como “terrorismo de Estado”.

Segundo o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, quase 75% das forças russas deslocadas para as fronteiras ucranianas já estão dentro do país. Contudo, forte resistência dos combatentes da Ucrânia têm retardado o progresso das tropas russas, embora a expectativa seja de que o exército de Vladimir Putin esteja preparando um ataque ainda mais destrutivo para tomar a capital Kiev.

A crise militar é uma das maiores desde a Segunda Guerra Mundial e a mais grave da Europa envolvendo uma potência nuclear.

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